02 - Mestrado - Fisiopatologia Clínica e Laboratorial
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Navegando 02 - Mestrado - Fisiopatologia Clínica e Laboratorial por Assunto "Acidente vascular cerebral isquêmico"
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Item Associação entre os níveis plasmáticos das moléculas de adesão celular e os fatores de risco, subtipos, gravidade e mortalidade do acidente vascular cerebral isquêmico agudo(2022-03-23) Araújo, Maria Caroline Martins de; Reiche, Edna Maria Vissoci; Alfieri, Daniela Frizon; Oliveira, Sayanara RangelIntrodução: O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) é a segunda causa de morte no mundo e uma das principais causas de morbidade e incapacidade funcional. O AVCI é responsável por mais de 80,0% do total de acidentes vasculares cerebrais. Dados clínicos, exames laboratoriais e de imagem foram avaliados como potenciais biomarcadores de prognóstico de curto-prazo e mortalidade nestes pacientes. Entretanto, a maioria dos estudos que analisou possíveis biomarcadores, os avaliaram de forma isolada e apresentaram resultados conflitantes. Objetivo: Avaliar a associação entre os níveis plasmáticos das moléculas de adesão celular (CAM) e os fatores de risco, subtipos, gravidade e mortalidade do AVCI agudo. Métodos: O estudo incluiu 132 pacientes com até 24 h da admissão no Hospital Universitário de Londrina com diagnóstico de AVCI. Foram avaliadas variáveis demográficas, antropométricas e clínicas e coletadas amostras de sangue periférico na admissão do paciente. A gravidade do AVCI foi avaliada com a National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) e categorizada em leve (NIHSS<5), moderada (NIHSS5-14) e grave (NIHSS = 15). Os subtipos de AVCI foram classificados de acordo com o sistema do Trial of Org in 10172 Acute Stroke Treatment (TOAST). A taxa de mortalidade foi avaliada três meses após o AVCI quando a escala de Rankin modificada (mRS) foi aplicada e os pacientes foram categorizados como sobreviventes (mRS<6) e não sobreviventes (mRS=6). Foram determinados os níveis plasmáticos das formas solúveis de CAM, incluindo molécula de adesão intracelular 1 solúvel (sICAM-1), molécula de adesão vascular solúvel (sVCAM-1), molécula de adesão celular endotelial plaquetária 1 solúvel (sPECAM-1), E-selectina solúvel e P-selectina solúvel, as citocinas inflamatórias como a interleucina (IL)-1ß, IL-2, IL-6, IL-17A, fator de necrose tumoral (TNF)-?, interferon (IFN)-? e as anti-inflamatórias como a IL-4, IL-10 e fator transformador do crescimento (TGF)-ß. Resultados: A média de idade dos 132 pacientes com AVCI foi 66,8 anos, 47,0% eram homens e 53,0% eram mulheres. Vinte e nove pacientes (21,9%) foram a óbito no acompanhamento de três meses. Os não sobreviventes eram mais velhos que os sobreviventes (p=0,001). Não houve diferenças significativas quanto ao sexo, etnia, índice de massa corporal, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia ou nos níveis plasmáticos das citocinas inflamatórias e anti-inflamatórias entre os dois grupos de pacientes. A gravidade (NIHSS) e os níveis da sVCAM-1 foram maiores nos não-sobreviventes (p<0,001). Maiores níveis de sVCAM-1 foram associados com mortalidade (p=0,001) e foram observados no subtipo de aterosclerose de grandes artérias (LAAS) comparado ao subtipo lacunar (LAC) e ao de outras etiologias (ODE). O modelo combinando dos biomarcadores sVCAM-1 e NIHSS para predição de mortalidade após três meses mostrou melhor resultado que os modelos com sVCAM-1 e NIHSS isoladamente. NIHSS e sVCAM-1, juntos, apresentaram área sob a curva receiving operating characteristic (AUC/ROC) de 0,8841 [intervalo de confiança (IC) 95%: 0,795-0,941], enquanto NIHSS e sVCAM-1 apresentaram AUC/ROC de 0,723 (IC 95%: 0,581-0,821) e 0,844 (IC 95%: 0,732-0,9410), respectivamente. Juntos, NIHSS e sVCAM-1 classificaram corretamente 86,5% dos casos, com valor preditivo positivo de 68,0% e valor preditivo negativo de 91,3%. Conclusão: Os valores de sVCAM-1 juntamente com o escore elevado da gravidade do AVCI (NIHSS) obtidos dentro de 24 h de admissão hospitalar foram preditores de maior mortalidade após três meses do evento isquêmico nos pacientes com AVCI. Portanto, o uso de um modelo combinado desses biomarcadores pode prever precocemente o prognóstico dos pacientes com AVCI que poderão se beneficiar de medidas terapêuticas personalizadas que levem em consideração estes biomarcadores.