01 - Doutorado - Ciência de Alimentos
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Item Farinhas de frutos do cerrado e pantanal brasileiro: bioacessibilidade de compostos fenólicos, capacidade antioxidante e efeito na microbiota colônica humana(2023-03-09) Mauro, Carolina Saori Ishii; Garcia, Sandra; Costabile, Adele; Guergoletto, Karla Bigetti; Bortolotto, Ieda Maria; Rocha, Thaís de SouzaO Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas neste bioma e classificadas de acordo com seu potencial. Alguns estudos vêm sendo realizados para valorizar a cultura e biodiversidade local como, por exemplo, a geração de conhecimento através da pesquisa sobre as características dos frutos nativos. Diversos frutos da região do Cerrado e Pantanal são consumidos in natura ou processados pela população para venda no comércio local, entre eles as farinhas de frutos (polpa e amêndoa). As farinhas de polpa de jatobá (JA), amêndoa de cumbaru (CU), polpa de bocaiuva (PB), e amêndoa de bocaiuva (AB) são exemplos de farinhas comercializadas na região. Entretanto, existem poucos trabalhos científicos a respeito de suas características químicas e do valor nutritivo. Os prebióticos são ingredientes fermentáveis capazes de estimular seletivamente o crescimento de microrganismos intestinais que conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Os frutos do Cerrado e Pantanal possuem propriedades ainda não estudadas quanto a quantidade de fibras funcionais e compostos bioativos benéficos à saúde. Com isso, o objetivo da pesquisa foi investigar a composição de farinhas de frutos do Cerrado e Pantanal, quantificar o teor de compostos bioativos e a bioacessibilidade de compostos antioxidantes, avaliar efeito na microbiota colônica in vitro e a fermentação de farinha de jatobá por linhagens probióticas. Os compostos fenólicos totais ao final do ensaio de bioacessibilidade foram maiores no método colorimétrico em relação à análise por HPLC. A bioacessibilidade da capacidade antioxidante pelo método DPPH reduziu após a simulação gastrointestinal e pelo método FRAP variou em relação ao valor inicial. Não foram detectados compostos pelo método ABTS•+ mostrando que houve degradação de compostos. Após a avaliação das quatro farinhas de frutas nativas brasileiras na microbiota intestinal humana em indivíduos saudáveis (HD) e pós-COVID-19 (PC), foram observadas habilidades promissoras de modulação da microbiota, com destaque para a farinha de amêndoa de bocaiuva, que favoreceu o crescimento de Lactobacillus e Bifidobacterium nos indivíduos PC. O óleo de JA (JAO) apresentou efeitos quimiopreventivos na proteção celular contra a citotoxicidade induzida pela daunorrubicina, estresse oxidativo e dano ao DNA. JA apresentou-se um substrato adequado para fermentação dos probióticos Lacticaseibacillus casei (LC-01), Limosilactobacillus reuteri (LR 92) e Lactobacillus acidophillus (LA-5), promovendo, após 24 h, contagens semelhantes à glicose para L. casei (9,01 ±0,15 log CFU/mL) e maior que a de frutooligossacarídeos (FOS) para L. reuteri (8,65 ±0,13 log CFU/mL). Na presença de JA, L. acidophilus apresentou contagens de 8,64 ±0,05 log CFU/mL, um resultado superior à glicose e que não diferiu de FOS. O crescimento de Escherichia coli na presença de JA foi menor que o observado no meio contendo glicose. Estes resultados fornecem novas informações sobre as propriedades bioativas das farinhas de frutas do Cerrado e do Pantanal.