01 - Doutorado - Ciências da Saúde
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Navegando 01 - Doutorado - Ciências da Saúde por Autor "Almeida, Silvio Henrique Maia de"
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Item Análise dos critérios de definição de sepse em pacientes graves vítimas de queimadura corporal de um centro de tratamento de queimados(2022-03-24) Gimenez, Francielli Mary Pereira; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho; Mezzaroba, Ana Luiza; Kerbauy, Gilselena; Fornazieri, Marco Aurélio; Almeida, Silvio Henrique Maia deIntrodução: Atualmente, apesar do desenvolvimento de novos agentes antimicrobianos e dos avanços no suporte nutricional, a taxa de ocorrência de sepse continua aumentando e representa uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Em pacientes vítimas de queimadura corporal essa situação é ainda mais grave tendo em vista que a destruição da barreira epitelial aumenta as chances do paciente em contrair infecção, sendo a mais frequente e grave complicação. Objetivo: Avaliar os novos critérios de definição de sepse em pacientes vítimas de queimaduras hospitalizados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), caracterizá-los quanto as variáveis demográficas e clínicas, avaliar o desempenho dos escores Sequential Organ Failure Assessment (SOFA), quickSOFA (qSOFA) e critérios de Systemic Inflammatory Response Syndrome (SIRS) para identificação da sepse e como preditores de mortalidade, bem como analisar os fatores associados ao óbito. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, conduzido em UTI de um CTQ, no período de janeiro de 2017 à janeiro de 2020. Foram coletados dados demográficos e clínicos além dos dados necessários para análise das variáveis estudadas. Para cada item do escore qSOFA foi atribuído o valor de 1 ponto de acordo com os seguintes critérios: Frequência respiratória = 22 movimentos/min; Pressão arterial sistólica = 100 mmHg e Alteração do estado de consciência. Foi considerado qSOFA positivo (+) se o escore apresentasse 2 ou 3 pontos. Os critérios da SIRS foram considerados presentes de acordo com os seguintes critérios: Temperatura > 38° C ou < 36° C; Frequência cardíaca > 90 batimentos/min; Frequência respiratória > 20 movimentos/min ou PaCO2 < 32 mmHg (< 4,3 kPa); Leucócitos > 12.000 células/mm3, ou < 4.000 células/ mm3 ou > 10% de formas jovens. Foi considerada SIRS positiva (+) se o paciente apresentasse 2 ou mais critérios. O escore SOFA basal foi considerado zero, se o paciente não apresentasse doença crônica que alterasse o valor do escore. A variação de 2 pontos do escore SOFA foi avaliada pelo escore SOFA na admissão da unidade em relação ao escore basal. A variação de 2 pontos do escore SOFA para o diagnóstico de sepse no dia da infecção foi avaliada pelo escore SOFA do primeiro dia da infecção em relação ao escore SOFA de admissão na unidade. Resultados: Foram analisados 279 pacientes. Entre esses, 182 (65,2%) receberam alta hospitalar e 97 (34,8%) foram a óbito. A média do escore Abbreviated Burn Severity Index (ABSI) foi de 6,7 (DP=2,2) e a média da Superfície Corpórea Queimada (SCQ) foi de 25,6% (DP=17,6). A média do tempo entre a queimadura e a primeira infecção foi de 4,8 dias (DP=4,0). O foco de infecção mais frequente foi pulmonar (38,4%). Quando analisadas as discordâncias com o Teste de McNemar, notou-se que na admissão, 145 pacientes apresentaram SIRS positivo, desses, 112 (44,6%) permaneceram positivo e 33 (13,1%) passaram a apresentar SIRS negativo na primeira infecção documentada. Com o qSOFA, 79 pacientes apresentam qSOFA positivo na admissão, desses, 62 (24,7%) permaneceram positivos e 17 (6,8%) passaram a apresentar qSOFA negativo na primeira infecção documentada. Para o escore SOFA, 187 pacientes apresentaram ?SOFA positivo na admissão, desses, 34 (13,5%) permaneceram positivos e 153 (61,0%) passaram a apresentar ?SOFA negativo na primeira infecção documentada. Quando comparadas as taxas de mortalidade entre os pacientes com infecção e ?SOFA negativo, 125 (65,1%) receberam alta e 67 (34,9%) foram a óbito. Já com ?SOFA positivo, 30 (50,8%) receberam alta e 29 (49,2%) foram a óbito. Idade, SCQ e SOFA admissional foram fatores independentes associados a morte no desfecho hospitalar (p < 0,001). Conclusões: Os novos critérios diagnósticos de sepse aplicando a variação do escore SOFA não apresentaram poder de discriminação em pacientes queimados. Foi identificado aumento de 2,6% no risco para morte para cada ano de aumento da idade, aumento de 3,6% para cada 1% de aumento na SCQ e de 12,7% para cada aumento na pontuação no escore SOFA.Item Avaliação de fatores associados ao tempo para o óbito de pacientes críticos em um Hospital Universitário Público(2020-07-01) Mezzaroba, Ana Luiza; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho; Carrilho, Cláudia Maria Dantas de Maio; Cardoso, Lucienne Tibery Queiroz; Almeida, Silvio Henrique Maia de; Delfino, Vinicius Daher AlvaresIntrodução: Entre os pacientes não sobreviventes internados em unidade de terapia intensiva (UTI), uma parte apresenta mortalidade mais precoce e geralmente relacionada à gravidade do diagnóstico inicial da internação e os demais possuem evolução favorável quanto à doença inicial mas morrem mais tardiamente por complicações relacionadas à internação. A sepse destaca-se como uma das principais causadoras de disfunção de múltiplos órgãos e determinante de mortes precoces e tardias em pacientes críticos. O conhecimento dos fatores associados ao tempo para o óbito de pacientes internados em UTI possui implicações organizacionais e éticas. O reconhecimento desses fatores poderia melhorar a avaliação prognóstica dos pacientes e auxiliar no tratamento e otimização de recursos, com atuação mais agressiva e direta sobre fatores específicos mais comumente relacionados ao óbito. Objetivo: Identificar os fatores associados ao tempo para o óbito de pacientes críticos em uma UTI geral de um hospital universitário público terciário. Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo realizado por meio da coleta de dados dos prontuários dos pacientes internados na UTI do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU/UEL), entre janeiro de 2008 e dezembro de 2017. Dados gerais foram coletados de todos os pacientes inseridos no estudo até o desfecho hospitalar e também foram coletados dados da internação na UTI, como presença de doença crônica, necessidade de ventilação mecânica e de diálise, uso de drogas vasoativas e os escores Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II), Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) do primeiro dia de internação na UTI e Therapeutic Intervention Scoring System 28 (TISS 28). Para a análise estatística, algumas definições foram estabelecidas. Os pacientes não sobreviventes na UTI foram divididos em três grupos conforme o tempo para o óbito após admissão na UTI: precoce (até 5 dias), intermediário (6 a 28 dias) e tardio (mais de 28 dias). Foram considerados sépticos os pacientes que tinham o diagnóstico de sepse anotado na admissão na UTI. Resultados: Foram analisados dados de 6.596 pacientes. A mediana de idade dos pacientes internados foi de 60 (intervalo interquartílico-ITQ 45-73) anos, com predomínio do sexo masculino (56,9%) e a maioria proveniente da sala de emergência (56,2%). A mediana do escore SOFA foi 6 (ITQ 3-11). Os pacientes avaliados tiveram mortalidade de 32,9% na UTI e 43,3% de mortalidade hospitalar. Foi observado que quanto maior o número de disfunções orgânicas à admissão na UTI, maiores as taxas de mortalidade. Entre as disfunções orgânicas analisadas, nenhuma se destacou com maior associação com morte em comparação às outras. As maiores taxas de morte ocorreram no grupo intermediário (47,9%). O diagnóstico de sepse na admissão da UTI foi associado com maior taxa de mortalidade na UTI (48,8%) e hospitalar (61,6%). O diagnóstico de sepse não foi associado com diferença na proporção de mortes precoces ou tardias quando comparado aos outros diagnósticos. A análise multivariada identificou idade maior que 60 anos (hazard ratio-HR 1,009; intervalo de confiança-IC95% 1,005-1,013; p<0,001), sexo masculino (HR 1,192; IC95% 1,046-1,358; p=0,009), uso de ventilação mecânica na admissão na UTI (HR 1,476; IC95% 1,161-1,876; p=0,001), realização de diálise na UTI (HR 2,297; IC95% 1,966-2,684; p<0,001) e SOFA de admissão na UTI maior que 6 (HR 1,319; IC 95% 1,292-1,345; p<0,001) como fatores de risco para morte na UTI. Conclusões: Foi descrito o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos na UTI de um hospital terciário ao longo de dez anos. A proporção de mortes intermediárias e tardias foi maior do que a morte precoce nos pacientes analisados e o diagnóstico de sepse não foi associado a mudanças nesse padrão. Entre as disfunções orgânicas analisadas, nenhuma se destacou com maior associação com morte em comparação às outras. O diagnóstico de sepse foi associado a maior mortalidade quando comparado a pacientes não sépticos.