01 - Doutorado - Educação

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Assédio moral, uso e abuso de substâncias psicoativas e motivação no ensino superior
(2024-02-05) Silva, Aline Oliveira Gomes da; Oliveira, Katya Luciane de; Schiavoni, Andreza; Bzuneck, José Aloyseo; Lima, Thatiana Helena; Inácio, Amanda Lays Monteiro
As instituições de ensino superior devem ser um local no qual os estudantes se sintam seguros para aprender, debater, participar da vida estudantil e desempenhar todas as atividades que precisem ser realizadas no decorrer de sua formação. Dado ao seu caráter social e múltiplo, as instituições e os espaços, em geral, podem vir a se tornar hostis com os seus frequentadores, isso pode ocorrer por conta de diferentes fatores como por exemplo, divergências pessoais, posicionamento político, raça, gênero, concepções de ciência, de estado, de democracia, etc. Dentre outros tipos de violência, o Assédio Moral tem se constituído como uma forma de violência sutil e ainda é pouco pesquisado no Ensino Superior. A partir desse contexto, esta pesquisa teve como objetivo principal investigar possíveis relações e diferenças entre assédio moral, uso e abuso de substâncias psicoativas e motivação para aprender em estudantes de Ensino Superior. A pesquisa contou com a participação de 1004 alunos de Ensino Superior de sete instituições de ensino superior públicas localizadas no estado do Paraná e no estado de São Paulo. Para a coleta dos dados foram utilizados três instrumentos a fim de estudar os constructos presentes nesta pesquisa, sendo eles: O Questionário Sobre Assédio Moral (QAM) construído por Gomes (2010); O Questionário Sobre Uso e Abuso de Substâncias psicoativas criado por pesquisadores da OMS e publicado em 1980 (Smart et al., 1980) e a Escala de Avaliação da Motivação para Aprender de Universitários foi construída por Boruchovitch (2008). As versões adaptadas dos instrumentos utilizados para coletar os dados sobre assédio moral e sobre uso e abuso de substâncias psicoativas passaram por adaptações para adequá-los ao contexto do Ensino Superior e foram submetidos a análise semântica e de conteúdo por juízes especialistas na área. Para a análise dos dados, foi utilizado o software livre R de computação estatística e geração de gráficos. A análise dos dados foi realizada por meio de estatísticas descritivas e inferenciais. As análises fatoriais exploratórias não evidenciaram bons índices para os instrumentos de assédio moral e de uso e abuso de substância. Diante disso, decidiu-se por seguir com as análises considerando a soma das respostas dos participantes. Os resultados apontaram que há impacto negativo do assédio moral sobre as motivações extrínsecas e intrínsecas e sobre o uso e abuso de substâncias psicoativas. Além disso, os dados mostraram como mulheres parecem sofrer mais com assédio e uso e abuso de substâncias psicoativas. Por fim, importantes diferenças em motivação, assédio e uso e abuso de substâncias psicoativas também foram encontradas entre diferentes séries e formações. Espera-se que os resultados obtidos, nesta pesquisa, sejam relevantes para os pesquisadores, profissionais, estudantes, tomadores de decisão, dentre outros da área da educação, principalmente no Ensino Superior. As limitações encontradas nesta análise destacam a importância da realização de novas pesquisas na área para melhoria dos instrumentos utilizados na coleta dos dados sobre assédio moral e sobre o uso e abuso de substâncias psicoativas e a realização de pesquisas qualitativas com as vítimas de assédio moral a fim de explicitar melhor este tipo de violência.
Autorregulação da aprendizagem no ensino superior : uma proposta de intervenção colaborativa
Maciel-Santos, Aline Guilherme; Alliprandini, Paula Mariza Zedu [Orientador]; Boruchovitch, Evely; Ganda, Danielle Ribeiro; Bzuneck, José Aloyseo; Oliveira, Francismara Neves de
Resumo: Atualmente, a docência não é mais considerada como um ato diretivo, e sim, dinâmico, planejado, intencional e complexo, tal como preconiza o construto da autorregulação da aprendizagem No ensino superior não basta que os professores dominem os saberes científicos e específicos de sua área de conhecimento Há uma necessidade de investir em ações que tornem seus estudantes mais estratégicos Esta pesquisa está embasada na perspectiva da Teoria Social Cognitiva com ênfase na aprendizagem autorregulada Apresenta como objetivo geral avaliar a eficácia de uma intervenção colaborativa nos processos autorregulatórios e nas crenças de autoeficácia de um professor do Ensino Superior e de seus estudantes em relação à uma disciplina ofertada pelo curso de Pedagogia de uma instituição pública do Paraná Trata-se de um de estudo quase-experimental com pré-teste e pós-teste Foi dividida em três fases: pré-teste; intervenção colaborativa organizada em 1 sessões entre pesquisadora e docente distribuídas ao longo das 16 semanas de aulas ministradas pela docente, e pós-teste Participaram da pesquisa uma docente e vinte estudantes da terceira série de Pedagogia Nas fases de pré e pós-teste foi aplicada junto à docente uma entrevista semiestruturada com quatro questões acerca do conhecimento e aplicação das estratégias de aprendizagem, e uma escala que avalia a crença de autoeficácia docente para promoção dos processos autorregulatórios com seus estudantes Junto aos estudantes, também em situação de pré e pós-teste foram aplicados duas escalas, sendo uma para avaliar a crença de autoeficácia no ensino superior e outra para avaliar os processos autorregulatórios Ao longo do processo interventivo colaborativo foram desenvolvidas ações para que a docente estimulasse o envolvimento do estudante no próprio processo de aprendizagem Todas essas ações estão relacionadas ao desenvolvimento de estratégias cognitivas, metacognitivas e de gerenciamento de recursos A docente relatou que passou a valorizar esse processo e que, por isso, buscou organizar condições em sala de aula para levá-los a colocar em prática estratégias de aprendizagem de modo que lidassem com o conhecimento de forma mais organizada e profunda A análise dos dados revelou que o conhecimento aplicado e as crenças de autoeficácia docente para promoção dos processos autorregulatórios melhoraram com a intervenção colaborativa Em relação aos estudantes, foram evidenciadas diferenças significativas ao comparar o pré-teste e o pós-teste, tanto nas crenças de autoeficácia na formação superior, com destaque à autoeficácia acadêmica, quanto nos processos autorregulatórios dos estudantes, com destaque para a subescala Seleção de Ideias Principais Relatos de observação do processo interventivo foram analisados e discutidos Frente aos resultados alcançados, é possível inferir que, de modo colaborativo, a formação de docentes no constructo da aprendizagem autorregulada contribui com o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem dos estudantes no ambiente universitário Pesquisas que respeitem os saberes e práticas docente, tal como a pesquisa colaborativa, revelam um ganho para a pesquisa em educação, visto que se amplia o conhecimento de ambos autores, participante e pesquisador, e por conseguinte, de estudantes e do próprio saber cientifico
Crenças de autoeficácia em professores referentes aos saberes docentes para a educação inclusiva
Nozi, Gislaine Semcovici; Vitaliano, Célia Regina [Orientador]; Martins, Bárbara Amaral; Omote, Sadao; Bzuneck, José Aloyseo; Rufini, Sueli Édi
Resumo: Considerando que são escassos os estudos que investigam as crenças de autoeficácia em professores para atuar na perspectiva educacional inclusiva, bem como pesquisas que identificam os conhecimentos e habilidades já construídos pelos docentes para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), esta pesquisa tem por objetivo: investigar as crenças de autoeficácia em professores regentes de classe comum do Ensino Fundamental I para a execução de ações pedagógicas relacionadas aos saberes procedimentais indicados pela literatura para favorecer o processo de inclusão de alunos com NEE Os fundamentos teóricos tomados como base foram: os saberes docentes recomendados pela literatura acadêmica para favorecer a inclusão dos alunos com NEE, a Teoria da Autoeficácia de Bandura, os princípios e orientações pedagógicas disponíveis sobre educação inclusiva O método adotado foi a pesquisa de levantamento ou survey A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com 2 professoras regentes de classe comum atuantes no Ensino Fundamental I que tinham alunos com NEE matriculados em suas turmas, pertencentes a uma rede municipal de ensino do Estado do Paraná Os dados foram analisados por meio de duas categorias e dez subcategorias tendo como aporte teórico para sua organização as orientações de Bardin (1977) para a Análise de Conteúdo Como resultados identificamos que as professoras apresentaram crenças de autoeficácia mais positivas para: desenvolver um clima emocional e afetivo positivo em sala de aula em relação aos alunos com NEE; para atuar de forma colaborativa com outros profissionais; para avaliar e organizar o espaço físico da sala de aula; e para identificar as dificuldades dos alunos com NEE e crenças de autoeficácia mais baixas e maior incidência de crenças ocasionais para avaliar a aprendizagem dos alunos com NEE e organizar atividades pedagógicas inclusivas As professoras que apresentaram maior incidência de crenças de autoeficácia positivas possuíam alguma formação específica em Educação Especial e relataram experiências profissionais bem-sucedidas junto a alunos com NEE; já a maior parte das professoras que apresentaram maior incidência de crença de autoeficácia insuficientes afirmaram não ter passado por formação específica em relação à educação inclusiva e tinham em suas turmas alunos que exigiam adaptações curriculares de grande porte, demandando modificações para acessibilidade física e material e a adoção de estratégias bastante específicas As fontes de informação que mais contribuíram para a percepção de autoeficácia das professoras foram as experiências diretas e as experiências vicárias Os resultados reforçam a tese de que o domínio dos saberes procedimentais para a educação inclusiva interfere na crença de Autoeficácia de professores para trabalhar com alunos com NEE e a crença da autoeficácia dos professores influencia no modo como eles organizam a prática pedagógica junto aos alunos com NEE Além disso, os resultados apontam para o fato de que a formação de professores para atender às NEE, as experiências pedagógicas de sucesso junto aos alunos com NEE e o trabalho colaborativo entre os profissionais envolvidos na inclusão escolar favorecem o desenvolvimento das crenças de autoeficácia positivas nos professores
Estratégias de enfrentamento, estratégias de aprendizagem e motivação : um estudo com escolares da zona rural (MST) e seus professores
Cunha, Maria Fernanda; Oliveira, Katya Luciane de [Orientador]; Bzuneck, José Aloyseo; Franco, Sandra Aparecida Pires; Beluce, Andrea Carvalho; Lima, Thatiana Helena de
Resumo: O processo de desenvolvimento no contexto escolar da criança nos anos iniciais do Ensino Fundamental apresenta diversos componentes e é importante identificar as dificuldades encontradas em sala de aula e oportunizar meios que garantem a aprendizagem significativa do aluno Para tanto, esta pesquisa objetiva: 1) Evidenciar a validade de conteúdo e semântica acerca de uma medida de estratégias de enfrentamento (coping escolar) para uso em alunos da zona rural de assentamento do MST; 2) Avaliar estratégias de enfrentamento (coping escolar), estratégias de aprendizagem e motivação da aprendizagem; 3) Identificar possíveis relações entre estratégias de enfrentamento (coping escolar), estratégias de aprendizagem e motivação da aprendizagem; 4) Buscar relação de dependência entre a motivação para aprender e as estratégias de aprendizagem; 5) Levantar a percepção dos respectivos professores acerca das variáveis estratégias de enfrentamento (coping escolar), estratégias de aprendizagem, motivação da aprendizagem e sentimento de pertencimento de seus alunos junto as escolas da zona rural de assentamento do MST e 6) Averiguar a percepção de uma mãe a respeito das principais dificuldades de manter o aluno matriculado em uma escola da zona rural de assentamento do MST Participam deste estudo 235 estudantes dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, matriculados em escolas públicas da zona rural (MST), oito professores e uma mãe de aluno Os instrumentos utilizados consistem em: uma entrevista com professores, com a mãe de aluno e questionários em escala Likert contendo questões relativas a cada constructo a ser pesquisado, os quais: Questionário de coping; Escala de Avaliação das Estratégias de Aprendizagem para o Ensino Fundamental (EAVAP-EF) e Questionário de Continuum Infantil Com relação aos dados coletados, foram realizadas análises para averiguar as validades de conteúdo e de semântica Os dados coletados com estudantes, a partir da aplicação dos instrumentos mencionados, foram submetidos às análises estatísticas descritiva (médias, desvio padrão e índices percentuais) e inferencial (análises fatoriais exploratória e confirmatória; correlação de Pearson; análise de regressão linear e testes de diferenças, como ANOVA e t Student) Averiguou-se que os estudantes dessa amostra, em sua maioria, fazem o uso de estratégias de coping para enfrentar a vulnerabilidade em que vivem Verificou-se ainda que eles usam as estratégias de aprendizagem e são motivados para aprender, sentindo-se pertencidos ao ambiente escolar Considera-se que os resultados alcançados com este estudo sejam relevantes para os profissionais que atuam na área educacional trazendo conhecimentos sobre as relações que se estabelecem entre os estudantes, as estratégias de enfrentamento, estratégias de aprendizagem e motivação para aprender
Estudantes e as tecnologias digitais : relações entre cyberbullying e motivação para aprender
Beluce, Andrea Carvalho; Oliveira, Katya Luciane de [Orientador]; Bzuneck, José Aloyseo; Rufini, Sueli Édi; Santos, Acácia Aparecida Angeli dos; Boruchovitch, Evely
Resumo: As tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) abrem espaço para muitas possibilidades educacionais, assim como propiciam condições para práticas sociais negativas que são vivenciadas por muitos estudantes Esta pesquisa teve como objetivo principal investigar a possível relação entre o cyberbullying e a motivação dos estudantes para fazer uso das TDIC em contexto de estudo Participaram deste estudo 822 alunos dos ensinos médio e universitário, matriculados em escolas/universidades públicas ou privadas, dos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul Para a coleta de dados foram elaborados dois instrumentos direcionados à mensuração do cyberbullying e à avaliação da motivação dos alunos para utilizar as TDIC para estudar Com relação aos referidos instrumentos, foram realizadas análises para averiguar as validades de conteúdo e de semântica Os dados coletados com estudantes, a partir da aplicação dos instrumentos mencionados, foram submetidos às análises estatísticas descritiva (médias, desvio padrão e índices percentuais) e inferencial (análises fatoriais exploratória e confirmatória; correlação de Pearson; análise de regressão linear e testes de diferenças, como ANOVA e t Student) A análise exploratória evidenciou bom índices de consistência interna para as dimensões das escalas propostas, ou seja, tanto para Escala de Motivação para Aprender com o uso das TDIC (EMA-TDIC) como para Escala de Avaliação do Cyberbullying (EAC) Submeteu-se, ainda, a EAC à análise confirmatória que comprovou as propriedades psicométricas do modelo estruturado na análise exploratória Foi possível constatar que ambas as escalas podem atuar como medidas válidas e confiáveis para mensuração dos construtos investigados Averiguou-se que os estudantes dos ensinos médio e superior, em sua maioria, se compreendem autonomamente motivados para fazer uso das tecnologias on-line Entretanto, observou-se também que a qualidade motivacional do aluno para aprender com as TDIC pode ser comprometida se esse estudante se perceber envolvido com algum tipo de agressão mediada por esses recursos, ou seja, pelo cyberbullying Ainda que a maior parte dos estudantes não tenha se identificado com esse tipo de violência, revela-se preocupante a quantidade considerável de alunos do ensino médio que se reconheceu com um ou mais papéis exercidos no bullying virtual Considera-se que os resultados alcançados com este estudo sejam relevantes para os profissionais que atuam na área educacional trazendo conhecimentos sobre as relações que se estabelecem entre os estudantes e as tecnologias digitais Espera-se que tais conhecimentos possam favorecer ações destinadas a ensinar os estudantes a utilizar as TDIC de forma responsável, crítica, criativa e produtiva, distanciando-os do uso desses recursos em práticas sociais destrutivas para si e os demais
O diário de aprendizagem digital assistido por inteligência artificial como ferramenta de apoio à autorregulação da aprendizagem
(2023-06-29) Silva, Maria Antônia Romão da; Alliprandini, Paula Mariza Zedu; Fior, Camila Alves; Polydoro, Soely Aparecida Jorge; Mello, Diene Eire de; Bzuneck, José Aloyseo
A autorregulação da aprendizagem é ímpar para a educação atual, já que os estudantes devem ajustar suas abordagens e ambientes, além de gerenciarem processos internos, motivacionais, afetivos e comportamentais para melhorar seus resultados de aprendizagem. No contexto universitário, os estudantes enfrentam desafios adaptativos e precisam desenvolver estratégias autorregulatórias para se engajar de maneira eficaz na aprendizagem. Os diários de aprendizagem são ferramentas promissoras nesse sentido, especialmente quando combinadas com a Inteligência Artificial, pois fornecem informações e suporte para a tomada de decisões durante o processo de aprendizagem. A presente pesquisa tem como objetivo investigar os efeitos do uso de um aplicativo de diários de aprendizagem orientado por Inteligência Artificial para promover a autorregulação da aprendizagem em estudantes universitários de um curso de Design de Moda em uma instituição pública no Paraná. De delineamento quase experimental, o estudo foi organizado em pré-teste, programa de intervenção e pós-teste, com participantes divididos em grupo experimental (21) e grupo controle (60). A coleta de dados se deu pela aplicação do Inventário de Estratégias de Estudo e Aprendizagem para Alunos Universitários, 3ª edição (LASSI) e relatos registrados nos diários de aprendizagem. A intervenção ocorreu durante o Ensino Remoto Emergencial, no formato de infusão curricular com dezesseis sessões, totalizando 90 horas. Os resultados revelaram diferenças estatisticamente significantes nas variáveis investigadas a respeito do uso de estratégias de estudo e de aprendizagem associadas a três componentes da aprendizagem estratégica: habilidade, vontade e autorregulação. Os relatos dos participantes destacaram o uso de várias estratégias de aprendizagem, como tomar notas, fazer resumos, usar arranjos visuais, estabelecer metas e buscar ajuda. Além disso, o uso do diário de aprendizagem foi mencionado como uma ferramenta útil para autoavaliação, planejamento, gestão do tempo e acompanhamento de metas. O estudo demonstrou que o uso de diários de aprendizagem baseados em IA pode promover mudanças positivas no processo de aprendizagem dos estudantes. Esses resultados sugerem o potencial desses diários como ferramentas de apoio para a aprendizagem autorregulada. Além disso, o estudo aponta para a importância de futuras pesquisas explorarem diferentes condições experimentais, a inclusão do desempenho acadêmico como um processo contínuo e a integração dos sistemas de diários assistidos por IA em ambientes de aprendizagem on-line. Também são destacadas limitações do estudo e sugestões para pesquisas futuras, como a exploração de outros tipos de dados e o aprimoramento do design de interface desses sistemas
Perspectiva de tempo futuro, satisfação acadêmica e engajamento de estudantes universitários
(2022-12-14) Nascimento, Francielle Pereira; Oliveira, Katya Luciane de; Bzuneck, José Aloyseo; Schiavoni, Andreza; Beluce, Andrea Carvalho; Lima, Thatiana Helena
À luz da Perspectiva de Tempo Futuro (PTF), as metas futuras têm efeito consciente e voluntário nos comportamentos dos sujeitos no presente. Neste sentido, vislumbram-se caminhos para investigações no campo psicoeducacional, pois, cursar uma graduação representa a busca de uma meta futura. O objetivo principal deste estudo foi analisar as relações entre Perspectiva de Tempo Futuro, satisfação acadêmica e engajamento de universitários. Trata-se de uma pesquisa descritiva com delineamentos de levantamento e correlacional, e com os procedimentos psicométricos para a validação de medidas psicoeducacionais. Participaram 676 estudantes de dez cursos de graduação de duas instituições do norte do Paraná, pública e particular e de nove semestres distintos. Para a coleta de dados foram aplicados três instrumentos: ZPTI – Inventário de Perspectiva de Tempo Futuro, QSEA – Questionário de Satisfação com a Experiência Acadêmica e a EAE-ED4 – Escala de Engajamento Escolar. O ZTPI e a QSEA foram aplicados com a amostra N=676, e o EAE-E4D foi aplicado em um segundo tempo com parte dos estudantes, n=163. Os instrumentos foram submetidos às análises de averiguação de validade de conteúdo e de semântica e verificação de estrutura interna. Os dados foram submetidos às análises estatísticas descritiva (médias e desvio padrão) e inferencial (análises fatoriais confirmatória; testes de diferenças - ANOVA e t Student, correlação de Pearson e análise de regressão linear). A AFC foi realizada com o Inventário ZTPI e com a Escala EAE-E4D e os resultados evidenciaram bons índices de consistência interna para as dimensões, contudo, houve mudanças nos modelos. Com a amostra N=676, das cinco dimensões do ZTPI, quatro se confirmaram e com a amostra n=163, três das quatro dimensões do engajamento se confirmaram. Para a escala QSEA, bons índices foram obtidos para cada fator. Os resultados evidenciaram correlações significativas entre satisfação acadêmica e engajamento e entre PTF e satisfação. Verificou-se que estudantes orientados pelo presente hedonista ou pelo presente fatalista tendem a não ser orientados para o futuro e que os universitários orientados pelo tempo futuro se sentem satisfeitos com sua própria aprendizagem e com seu rendimento acadêmico. Em contrapartida, aqueles orientados pelo passado negativo ou pelo presente fatalista, tendem a não estarem tão satisfeitos com sua aprendizagem e rendimento. Observou-se também que os estudantes que se sentem satisfeitos com o ensino e com o seu processo de aprendizagem tendem a não ser engajados na dimensão comportamental. As discussões indicam o papel indispensável das instituições de propiciar boas condições para as aprendizagens dos estudantes, bem como, constituir-se como um espaço de reflexão sobre a melhora do ensino em todas as etapas da graduação. Espera se que este estudo contribua com a literatura brasileira e internacional sobre o tema e que inspire novas investigações com os construtos aqui abordados.

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