01 - Doutorado - Geografia
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Navegando 01 - Doutorado - Geografia por Autor "Almeida, Rosemeire Aparecida de"
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Item Cooperativismo e recriação camponesa : contribuições e limites dos modelos de cooperativismo empresarialista e camponês na mesorregião norte central paranaenseZeneratti, Fábio Luiz; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Fabrini, João Edmilson; Fernandes, Bernardo Mançano; Almeida, Rosemeire Aparecida de; Fraga, Nilson CesarResumo: O objetivo deste trabalho é discutir as contribuições e os limites dos modelos de cooperação empresarialista e camponês para o processo de recriação do campesinato na mesorregião Norte Central paranaense A metodologia utilizada nessa tarefa foi a pesquisa teórico-bibliográfica e a pesquisa de campo, em que foram realizadas entrevistas não padronizadas em 7 unidades camponesas Essa metodologia permitiu identificar as principais características dos modelos cooperativistas elencados para a pesquisa Conclui-se que o modelo de cooperativismo empresarialista assumiu uma característica na qual as cooperativas foram utilizadas como instrumento estatal para a modernização da base técnica na agricultura, se distanciando da possibilidade de transformação social abrangente, como idealizavam os percursores do cooperativismo moderno mas que, contraditoriamente, possibilitam a recriação do campesinato cooperado que luta na terra Por outro lado, aos camponeses que tiveram que lutar para remover o bloqueio da propriedade privada capitalista, o cooperativismo se apresenta ao mesmo tempo como uma estratégia de luta pela terra e de luta na terra, ou seja, de resistência e recriação Essa pesquisa demonstra que os modelos de cooperativismo, empresarialista e camponês, são distintos na perspectiva da organização e do conteúdo político-ideológico, contudo ambos apresentam potenciais contribuições para a recriação camponesa no capitalismo, resguardadas as contradições inerentes a esses processos Para os camponeses assentados a cooperativa camponesa é um trunfo na luta contra o modo capitalista de produção, sendo um instrumento econômico e político que possibilita acessar mercados alternativos, como os institucionais, escapando dos circuitos monopolistas do mercado capitalista As cooperativas empresarialistas, por sua vez, têm como prerrogativa a inserção dos camponeses no mercado capitalista via produção de commodities e inserção em um setor da economia dominado pelos grandes grupos privados Nesse caso, a cooperativa comparece como uma estratégia para reter parte da renda camponesa da terra que seria drenada pelo capital Em ambos os casos as cooperativas proporcionam retenção da renda da terra, que, em última instância, é convertida em benefício à família camponesa A pesquisa também identificou que esses modelos cooperativos, no que pese sua distinção, permitem florescer o modo de vida camponês, representado por um conjunto de valores que norteiam suas vidas, como as relações de confiança, a autonomia, os vínculos familiares e a relação com a terra, entendida como meio de vida Nesses termos, o cooperativismo é uma possibilidade concreta de recriação do campesinato no capitalismo, se por um lado a cooperação não levou à mudança geral da sociedade, por outro, no particular, ela tem contribuído para mudar a realidade dos camponeses envolvidosItem Latifúndio (im)produtivo e impasses à recriação camponesa no sudeste paranaenseFonseca, Silas Rafael da; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Almeida, Rosemeire Aparecida de; Marques, Marta Inez Medeiros; Fabrini, João Edmilson; Fraga, Nilson CesarResumo: A tese versa sobre a permanência do latifúndio no estado do Paraná acompanhada de seu par contraditório, a agricultura camponesa Verticalizamos a análise em três municípios do Sudeste paranaense, General Carneiro, Bituruna e Paula Freitas, tendo por objetivo compreender os impactos da silvicultura e do descumprimento da função social da terra que lhe é inerente, partindo das repercussões territoriais que tal uso da terra provoca Para tanto, valemo-nos de trabalhos de campo e de entrevistas junto a camponesas/camponeses, assentadas/assentados e acampadas/acampados da reforma agrária Destacamos a centralidade do monopólio da terra no decorrer do processo de formação territorial do estado do Paraná e, a partir do recorte da região Sudeste do estado, debruçamo-nos sobre o latifúndio (im)produtivo, aqui entendido como grande propriedade cuja atividade econômica está longe de atender aos quatro parâmetros estabelecidos constitucionalmente para designar a função social e o direito de manutenção da propriedade, ainda que, contraditoriamente, cumpra os índices de produtividade estabelecidos pela lei Isso posto, a tese faz um contraponto ao termo agronegócio, pois compreendemo-lo como parte de uma cadeia produtiva que também engloba a agricultura camponesa Constatamos que a grande propriedade no Brasil e no Paraná não cumpre a função social da terra, por isso, utilizamo-nos do conceito de latifúndio silvicultor para analisar a agricultura capitalista e suas repercussões territoriais que nos municípios estudados decorrem, em grande medida, da monocultura do pinus, tais como: concentração de terra, renda e poder, geração de pobreza, impactos ambientais e superexploração do trabalho Contraditoriamente existem frações do território que foram conquistadas por camponeses e camponesas, tornando-se assentamentos da reforma agrária, além da existência de dois acampamentos de luta pela terra que buscam romper com as cercas do latifúndio A luta empreendida para entrar e permanecer na terra configura-se enquanto estratégia para a recriação camponesa e para a superação do bloqueio/interdição do acesso à terra colocado a um conjunto de sujeitos Ocupamo-nos em desvendar como se dá a reprodução do seu modo de vida, entendendo que a luta pela terra está alicerçada na inseparabilidade entre família, terra e trabalho A tese demostra que a questão agrária no Brasil está longe de ser solucionada e que, ainda hoje, convivemos com a presença do latifúndio, seja ele improdutivo ou produtivo Assim, a busca por uma sociedade mais justa passa, indiscutivelmente, pela necessidade de um processo de redistribuição da terraItem A transição agroecológica como possibilidade de recriação camponesa nos assentamentos 20 de Março (MS) e Eli Vive (PR)Silva, Mariele de Oliveira; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Almeida, Rosemeire Aparecida de; Araujo Junior, Miguel Etinger de; Santos, Roselí Alves dos; Camacho, Rodrigo SimãoResumo: Nos dias atuais, a projeção do campo brasileiro se dá pelo destaque do setor que representa a agricultura capitalista, em grande parte responsável pelo volume da produção de grãos exportada para o mundo Não obstante, inúmeras crises indicam haver forte correlação da questão alimentar e da questão ambiental com a agricultura capitalista e sua forma peculiar de ocupação de grandes extensões de terras Após analisar algumas expressões desta correlação no campo brasileiro, foram priorizadas experiências de agroecologia pretensamente capazes de promover o resgate de práticas mais sustentáveis e ecológicas dos agroecossistemas Com base em vários estudos que tem demonstrado sua relevância como alternativa de reprodução camponesa, pela capacidade de dinamizar a produção de alimentos de forma ecologicamente justa, socialmente sustentável e economicamente viável, o objetivo da pesquisa foi estudar como ela tem se apresentado como estratégia de reprodução para famílias camponesas Para tanto, foram selecionadas duas experiências em projetos da reforma agrária: o primeiro é o Eli Vive II, situado no município de Londrina, estado do Paraná, onde a produção de grãos se sobressai no espaço agrário O outro é o 2 de Março, situado em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, onde se expande o monocultivo do eucalipto Ambos os modelos predominantes são foram forjados sobre uma estrutura fundiária altamente concentrada, razão pela qual os sujeitos dessa pesquisa trazem as marcas da histórica luta contra a opressão e a violência São testemunhas vivas dos processos de expulsão da terra, mas também da saga vitoriosa que lhes permitiu conquistar um lugar de reprodução social O chão da reforma agrária comporta diversas estratégias de recriação, dentre elas a transição dos espaços produtivos para uma agricultura mais sustentável articulada a mercados locais Conclui-se que tais iniciativas têm conquistado gradativa visibilidade pelo caminho da produção de alimentos, pavimentando um caminho possível para a conquista da autonomia