01 - Doutorado - Patologia Experimental
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Navegando 01 - Doutorado - Patologia Experimental por Autor "Armani, André"
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Item Marcadores de estresse oxidativo, inflamação e hipóxia no carcinoma papilífero de tireoide(2025-04-24) Cavalcanti, Liara Freitas; Cecchini, Rubens; Venâncio, Emerson José; Andrade, Fábio Goulart de; Armani, André; Luiz, Rodrigo CabralO carcinoma papilífero de tireoide (CPT) é a neoplasia endócrina mais comum, representando de 80% a 90% dos casos de câncer de tireoide. Apesar do bom prognóstico, alguns casos apresentam risco de recorrência e metástases. Evidências sugerem que a patogênese do CPT está associada a fatores como estresse oxidativo, inflamação crônica e hipóxia, que atuam em sinergia para promover danos celulares, instabilidade genômica e adaptação tumoral ao microambiente. A inflamação, frequentemente exacerbada no contexto de estresse, pode levar a secreção de citocinas e quimiocinas que favorecem a proliferação celular, angiogênese e evasão do sistema imune. Nesse contexto, a hipóxia atua como um fator adicional, levando a adaptação metabólica, angiogênese e resistência celular no microambiente tumoral. Portanto, o presente estudo buscou investigar a presença desses fatores no CPT comparando com neoplasias benignas. Como objetivo secundário, buscou-se relatar um caso atípico da doença para contribuir com a literatura acerca do assunto. Para o primeiro objetivo, duas coortes de pacientes foram analisadas, divididas em dois grupos: benigno e CPT. Na primeira, avaliou-se o estresse oxidativo sistêmico em amostras de plasma (carbonilação de proteínas, peróxido de hidrogênio [H2O2], e tiol total), bem como os níveis de citocinas e quimiocinas Na segunda coorte, o estresse oxidativo (catalase, glutationa reduzida [GSH] e hidroperóxidos de membrana) foi analisado em amostras de tecido tireoidiano normal, benigno e CPT. Além disso, a presença de marcadores de estresse foi analisada nesses tecidos por imunofluorescência (fator induzível por hipóxia 1-alfa [HIF-1a], fator nuclear eritróide 2-related factor 2 [Nrf2] e glutationa peroxidase 3 [GPx3]). Os resultados mostraram que os marcadores de estresse oxidativo na primeira coorte estavam mais elevados no grupo CPT. Contudo, na segunda coorte, não houve diferença significativa entre os grupos. Em relação aos marcadores inflamatórios plasmáticos da primeira coorte, apenas a quimiocina regulada pelo timo e pela ativação (TARC) apresentou níveis plasmáticos mais elevados no grupo benigno, enquanto outras citocinas e quimiocinas não mostraram diferenças significativas entre os grupos. A intensidade de marcação de HIF-1a, Nrf2, e GPx3 foi significativamente mais intensa no grupo PTC da segunda coorte, evidenciando o ambiente de estresse oxidativo nesses tumores. Em conclusão, os achados desse trabalho destacam a importância do estresse oxidativo como potencial marcador para diferenciar tumores benignos do CPT, enquanto o resultado da imunofluorescência ressalta a participação do estresse oxidativo na patogênese dessa doença. Além dos resultados evidenciados nas coortes de pacientes, o presente estudo também contribui com o relato de um caso atípico de carcinoma papilífero de tireoide de variante folicular infiltrativa. O paciente apresentou sinais e sintomas iniciais inespecíficos, evoluindo rapidamente para insuficiência respiratória e parada cardiorrespiratória. A confirmação diagnóstica revelou um tumor invasivo com extensão para estruturas adjacentes. A evolução clínica favorável sugere que, mesmo em casos avançados, intervenções terapêuticas adequadas podem controlar a progressão da doença. Os resultados do primeiro artigo contribuem para uma compreensão mais profunda da interação entre estresse oxidativo, inflamação e progressão tumoral no CPT, fornecendo bases para futuras abordagens terapêuticas e prognósticas. E, por fim, o relato amplia o conhecimento sobre as apresentações clínicas atípicas do CPT, contribuindo para o reconhecimento precoce e manejo clínico mais eficienteItem Resposta oxidativa in vitro e in vivo do uso da metformina no tratamento do melanoma murino (B16F10)Sanches, Larissa Juliani; Armani, Alessandra Lourenço Cecchini [Orientador]; Fernandes, Glaura Scantamburlo Alves; Armani, André; Costa, Idessania Nazareth; Andrade, Fábio Goulart de; Marinello, Poliana Camila [Coorientadora]Resumo: O melanoma, tem origem nos melanócitos e sua incidência vem crescendo nas últimas décadas, resultado da interação de fatores de risco genéticos (como mutação em BRAF) e ambientais (como exposição à radiação UV, por exemplo) Quando diagnosticado precocemente, o tratamento mais indicado é a remoção cirúrgica, porém quando encontra-se metastizado para linfonodos ou órgãos distantes é comum ser refratário aos tratamentos, levando a uma baixa sobrevida O melanoma é resistente a grande parte dos tratamentos disponíveis até o presente momento e alguns processos estão associados a essa resistência A resistência intrínseca envolve a regulação positiva de receptores tirosina quinase e a reativação de MAPK, enquanto a resistência adquirida tardiamente está relacionada com mutações concorrentes em RAS ou MEK, amplificação da forma mutante de BRAF ou splicing alternativo O estresse oxidativo está intimamente relacionado aos processos de iniciação, proliferação e metástase do câncer bem como na resistência à terapia Estudos com a metformina tem mostrado que esta pode exercer uma ação na inibição do desenvolvimento do câncer A metformina é atualmente o medicamento mais prescrito mundialmente para o tratamento do diabetes tipo 2 No câncer a metformina atua nas vias de sinalização LKB1 – AMPK e mTOR A inibição do mTOR perturba a síntese de proteínas, ocasionando uma ação antineoplásica direta nas células tumorais, através da inibição da progressão do ciclo celular e indução da apoptose e autofagia Outros estudos, mostram que a metformina desencadeia a apoptose através da regulação negativa de Bcl-2, ativando Bax, p53, desencadeando apoptose através de sinalização da ERK, dependentes e independentes de caspases, inibindo o proto-oncogene c-MYC e HIF-1a via AMPK Com base nos efeitos promissores da metformina e na resistência do melanoma aos tratamentos disponíveis, o presente trabalho teve como objetivo estudar os efeitos da metformina em células de melanoma murino metastático B16F1 em dois modelos experimentais: in vitro e in vivo No modelo in vitro, analisamos a participação da metformina no processo de indução de resistência à dacarbazina (DTIC) Para isso um fenótipo de resistência à DTIC foi induzido em células B16F1 A indução da resistência foi feita através da exposição das células a concentrações crescentes de DTIC As células foram plaqueadas em garrafas de 25cm2 na concentração de 1x16 e expostas a DTIC (1µg / mL, 1µg / mL, 25µg / mL, 5µg / mL, 75µg / mL, 1 µg / mL e 125 µg / mL) As células foram consideradas resistentes quando a exposição a DTIC não causava sua morte Para analisar a interferência da metformina no processo de indução de resistência, as células foram pré-tratadas com metformina (6 µM) durante 7 passagens e então foram induzidas à resistência a DTIC, grupo denominado MET-DTIC As células foram coletadas em todas as passagens, para a análise de marcadores de estresse oxidativo 8-OH-DG, p53, Nrf2 e NF-kB Os resultados revelam que o fenótipo de resistência a DTIC nas células B16F1 foi induzido com o protocolo experimental utilizado e que a metformina é capaz de atenuar este processo de indução de resistência Além de prevenir a indução de resistência a metformina atua aumentando os níveis de antioxidantes celulares e modula vias de sinalização importantes para a quimiorresistência, aumentando a marcação nuclear de p53 e reduzindo a marcação nuclear de NF?B e Nrf2 Na avaliação do efeito da metformina no melanoma in vivo, dois objetivos distintos foram trabalhados: primeiramente foi avaliado o efeito da metformina no tratamento do melanoma metastático, bem como sua ação em conjunto com o quimioterápico DTIC, em um segundo momento, avaliamos a ação da metformina na implantação das células tumorais no pulmão Para responder o primeiro objetivo, os animais foram inoculados com células B16F1 pelo plexo oftalmico, e divididos nos grupos: controle positivo (C+), onde os animais não foram tratados; grupo Metformina (MET), tratado com metformina na concentração de 2mg ip do 1o ao 14o dia; Grupo Dacarbazina (DTIC), tratado com dacarbazina concentração de 5mg/kg ip do 5º ao 1º dia; grupo Metformina + Dacarbazina (MET-DTIC), tratado com metformina e dacarbazina nas mesmas condições mencionadas acima; e grupo controle negativo (C-), em que os animais foram inoculados com meio de cultura (DMEM) sem soro e não receberam tratamento Para o segundo objetivo, todos os animais foram tratados com metformina na concentração de 2mg ip durante 5 dias, após esse período os animais foram inoculados com células B16F1 4x16 pelo plexo oftalmico, e divididos nos grupos: controle positivo PTM (C+), PTM (MET), PTM (DTIC) e PTM (MET-DTIC), seguindo os mesmos protocolos de tratamento descritos para o primeiro objetivo Nos dois protocolos experimentais, os animais foram pesados durante todo o tempo experimental e o consumo de ração por animal em cada grupo foi calculado Após os 14 dias de experimento, os animais foram eutanásiados e foi realizada a punção cardiaca para a análise sistêmica e a retirada cuidadosa dos pulmões Foram realizadas as contagens de nódulos metástaticos em todos os pulmões Foram realizadas análises de estresse oxidativo no microambiente tumoral e sistêmico A arquitetura pulmonar e marcadores de vias de sinalização envolvidas com proliferação, estresse oxidativo e morte celular também foram analisados devido à sua relação com a resistência aos tratamentos disponíveis Os resultados demonstram que a metformina tem um importante papel na modulação de importantes vias de sinalização, como a p53, PCNA e Nrf2, interferindo assim no estresse oxidativo e culminando em uma ação antitumoral e antimetastática Diminuindo assim o número de nódulos metastáticos quando utilizada isoladamente e potencializando o efeito da DTIC, além de diminuir os efeitos colaterais do quimioterápico Dessa forma pode-se concluir que a metformina tem um potencial terapêutico por apresentar atividade antitumoral em modelos in vitro e in vivo de melanoma murino, estudados com as células B16F1 Essa atividade é acompanhada pela modulação de vias importantes para a viabilidade de células tumorais como, estresse oxidativo, crescimento e morte celular resposáveis, em parte, pela resistência do melanoma a quimioterápicos atualmente disponíveis