CCS - CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
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Navegando CCS - CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE por Autor "Alfieri, Daniela Frizon"
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Item Associação entre o status de vitamina D e marcadores inflamatórios em pacientes com acidente vascular encefálico isquêmico agudoAlfieri, Daniela Frizon; Reiche, Edna Maria Vissoci [Orientador]; Dichi, Isaías; Delfino, Vinícius Daher AlvaresResumo: O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo Como uma doença complexa, apresenta interação entre fatores não modificáveis e modificáveis A vitamina D tem sido objeto de estudos em várias doenças infecciosas, autoimunes e cardiovasculares pelas suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes A deficiência deste hormônio modifica indiretamente o risco de AVEi pela associação com fatores de risco clássicos, como diabetes mellitus (DM), dislipidemia, hipertensão e fibrilação atrial O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre o status de vitamina D e o AVEi agudo, marcadores inflamatórios e a evolução clínica O estudo incluiu 168 pacientes com AVEi atendidos no Pronto Socorro do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, e 118 controles sem histórico de AVEi e infarto agudo do miocárdio Foram coletados dados demográficos, antropométricos, epidemiológicos e clínicos O subtipo de AVEi foi classificado segundo os critérios de TOAST e a incapacidade funcional dos pacientes foi avaliada no momento da admissão e após três meses de evolução pela Escala de Rankin Modificada (mRS) Amostras de sangue periférico foram coletadas em até 24 horas após o diagnóstico de AVEi para a determinação de marcadores inflamatórios, tais como contagem de leucócitos periféricos e plaquetas, velocidade de hemossedimentação (VHS), níveis séricos de proteína C reativa ultrassensível (usPCR), ferritina, fator de necrose tumoral (TNF)-a, interleucina (IL)-6 e IL-1 A vitamina D foi avaliada pela forma 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] utilizando imunoensaio quimioluminescente de micropartículas e seu valor foi utilizado para classificar os indivíduos em três subgrupos, como vitamina D suficiente (VDS) (=3 ng/mL), vitamina D insuficiente (VDI) (2-29,9 ng/mL) e vitamina D deficiente (VDD) (<2, ng/mL) A associação entre o status de vitamina D e o AVEi foi avaliada usando análise de regressão logística binária em diferentes modelos, controlados para covariáveis que poderiam confundir a associação de interesse Análises de regressão logística multinomial graduais automáticas foram utilizadas para definir as variáveis significativas, com intervalo de confiança (IC) de 95% do status de vitamina D em AVEi agudo utilizando as variáveis com valor de p<,1 Entre os pacientes, 96 (57,14%) eram homens e os riscos modificáveis mais frequentes para AVEi foram hipertensão (145/83,3%), dislipidemia (74/44,4%), DM (64/38,1%) e tabagismo (39/23,21%) Segundo os subtipos do AVEi, 58 (34,53%) pacientes apresentaram aterosclerose de grandes artérias (LAAS), 53 (31,55%) infarto lacunar (LAC), 26 (15,47%) cardioembólico, 5 (2,98%) AVEI de outras etiologias (ODE) e 26 (15,47%) AVEi de etiologia indeterminada (UDE) Os pacientes apresentaram maior frequência de DM (p=,25) tabagismo, hipertensão arterial e VDD do que os controles (p<,1) Enquanto 73 (43,5%) pacientes apresentaram VDD, apenas 6 (5,1%) dos controles apresentaram este status da vitamina D Os níveis [média ± erro padrão da média (SEM)] de 25(OH)D foram 22,54 ng/mL (,82) nos pacientes e 3,37 ng/mL (,8) no grupo controle (p<,1) Após o ajuste das variáveis associadas à ocorrência de AVEi agudo, como idade, sexo, etnia, índice de massa corpórea (IMC), tabagismo, presença de DM, hipertensão arterial, dislipidemia e medicamentos, os pacientes com VDD mostraram 18,4 vezes mais chance de terem o AVEi agudo do que aqueles com VDS (IC 95%: 6,14-55,175, p<,1) Os pacientes apresentaram maiores valores de VHS e ferritina (p=,2), maior contagem total de leucócitos periféricos, usPCR, IL-6 (p<,1) e TNF-a (p=,18) quando comparados aos controles Pacientes com status de VDD eram com maior frequência do sexo feminino, mais idosos e com mRS mais elevado no início do estudo do que aqueles com VDI e VDS (p=,8, p=,3 e p=,47, respectivamente) Além disso, os níveis de VHS foram maiores nos pacientes com VDD do que aqueles com VDS (p=,16) e os níveis séricos de usPCR e IL-6 foram maiores nos pacientes com VDD do que nos pacientes com VDI e VDS (p=,2 e p=,1, respectivamente) Após análise de regressão logística multinominal, as variáveis sexo e níveis de usPCR permaneceram significativamente associadas com a VDD (p=,23 e p=,43, respectivamente) Quando os pacientes foram avaliados após três meses do evento isquêmico, os que apresentaram pior evolução (mRS =3) apresentaram menores níveis de 25(OH)D (p=,8) quando comparados com os pacientes com melhor prognóstico (mRS<3), resultado independente da idade, sexo e mRS de entrada Além disso, os níveis de 25(OH)D apresentaram correlação negativa com o mRS obtido após três meses de seguimento dos pacientes (r=-,239, p=,5) Em conclusão, os resultados mostraram que a VDD está associada ao AVEi agudo e com níveis mais elevados de usPCR, e baixos níveis deste hormônio foram associados com pior prognóstico a curto prazo dos pacientes Estes resultados sugerem um possível papel da vitamina D na fisiopatologia do AVEi exercendo um efeito modulador na resposta inflamatória destes pacientes Novos estudos com maior número de pacientes devem ser realizados para uma melhor compreensão do papel deste micronutriente na fisiopatologia do AVEi agudoItem Associação entre os níveis plasmáticos das moléculas de adesão celular e os fatores de risco, subtipos, gravidade e mortalidade do acidente vascular cerebral isquêmico agudo(2022-03-23) Araújo, Maria Caroline Martins de; Reiche, Edna Maria Vissoci; Alfieri, Daniela Frizon; Oliveira, Sayanara RangelIntrodução: O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) é a segunda causa de morte no mundo e uma das principais causas de morbidade e incapacidade funcional. O AVCI é responsável por mais de 80,0% do total de acidentes vasculares cerebrais. Dados clínicos, exames laboratoriais e de imagem foram avaliados como potenciais biomarcadores de prognóstico de curto-prazo e mortalidade nestes pacientes. Entretanto, a maioria dos estudos que analisou possíveis biomarcadores, os avaliaram de forma isolada e apresentaram resultados conflitantes. Objetivo: Avaliar a associação entre os níveis plasmáticos das moléculas de adesão celular (CAM) e os fatores de risco, subtipos, gravidade e mortalidade do AVCI agudo. Métodos: O estudo incluiu 132 pacientes com até 24 h da admissão no Hospital Universitário de Londrina com diagnóstico de AVCI. Foram avaliadas variáveis demográficas, antropométricas e clínicas e coletadas amostras de sangue periférico na admissão do paciente. A gravidade do AVCI foi avaliada com a National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) e categorizada em leve (NIHSS<5), moderada (NIHSS5-14) e grave (NIHSS = 15). Os subtipos de AVCI foram classificados de acordo com o sistema do Trial of Org in 10172 Acute Stroke Treatment (TOAST). A taxa de mortalidade foi avaliada três meses após o AVCI quando a escala de Rankin modificada (mRS) foi aplicada e os pacientes foram categorizados como sobreviventes (mRS<6) e não sobreviventes (mRS=6). Foram determinados os níveis plasmáticos das formas solúveis de CAM, incluindo molécula de adesão intracelular 1 solúvel (sICAM-1), molécula de adesão vascular solúvel (sVCAM-1), molécula de adesão celular endotelial plaquetária 1 solúvel (sPECAM-1), E-selectina solúvel e P-selectina solúvel, as citocinas inflamatórias como a interleucina (IL)-1ß, IL-2, IL-6, IL-17A, fator de necrose tumoral (TNF)-?, interferon (IFN)-? e as anti-inflamatórias como a IL-4, IL-10 e fator transformador do crescimento (TGF)-ß. Resultados: A média de idade dos 132 pacientes com AVCI foi 66,8 anos, 47,0% eram homens e 53,0% eram mulheres. Vinte e nove pacientes (21,9%) foram a óbito no acompanhamento de três meses. Os não sobreviventes eram mais velhos que os sobreviventes (p=0,001). Não houve diferenças significativas quanto ao sexo, etnia, índice de massa corporal, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia ou nos níveis plasmáticos das citocinas inflamatórias e anti-inflamatórias entre os dois grupos de pacientes. A gravidade (NIHSS) e os níveis da sVCAM-1 foram maiores nos não-sobreviventes (p<0,001). Maiores níveis de sVCAM-1 foram associados com mortalidade (p=0,001) e foram observados no subtipo de aterosclerose de grandes artérias (LAAS) comparado ao subtipo lacunar (LAC) e ao de outras etiologias (ODE). O modelo combinando dos biomarcadores sVCAM-1 e NIHSS para predição de mortalidade após três meses mostrou melhor resultado que os modelos com sVCAM-1 e NIHSS isoladamente. NIHSS e sVCAM-1, juntos, apresentaram área sob a curva receiving operating characteristic (AUC/ROC) de 0,8841 [intervalo de confiança (IC) 95%: 0,795-0,941], enquanto NIHSS e sVCAM-1 apresentaram AUC/ROC de 0,723 (IC 95%: 0,581-0,821) e 0,844 (IC 95%: 0,732-0,9410), respectivamente. Juntos, NIHSS e sVCAM-1 classificaram corretamente 86,5% dos casos, com valor preditivo positivo de 68,0% e valor preditivo negativo de 91,3%. Conclusão: Os valores de sVCAM-1 juntamente com o escore elevado da gravidade do AVCI (NIHSS) obtidos dentro de 24 h de admissão hospitalar foram preditores de maior mortalidade após três meses do evento isquêmico nos pacientes com AVCI. Portanto, o uso de um modelo combinado desses biomarcadores pode prever precocemente o prognóstico dos pacientes com AVCI que poderão se beneficiar de medidas terapêuticas personalizadas que levem em consideração estes biomarcadores.Item Avaliação de características clínicas, espessura da camada médio-intimal da carótida e níveis plasmáticos de biomarcadores da coagulação, inflamação e disfunção endotelial como potenciais preditores do déficit funcional e mortalidade em pacientes comLehmann, Ana Lucia Cruz Fürstenberger; Reiche, Edna Maria Vissoci [Orientador]; Lozovoy, Marcell Alysson Batisti; Breganó, José Wander; Souza, Mônica Marcos de; Alfieri, Daniela Frizon; Kaimen-Maciel, Damacio Ramón [Coorientador]Resumo: Introdução: O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) agudo é uma das principais causas de morbimortalidade em todo o mundo e está associado a uma importante incapacidade funcional a curto e longo prazo Diferentes variáveis demográficas, clínicas, de imagem e laboratoriais foram propostas como potenciais biomarcadores para predição do desfecho do AVCI No entanto, a maioria dos estudos avaliou biomarcadores isoladamente e apresentaram resultados conflitantes Objetivo: Avaliar um conjunto de variáveis demográficas, clínicas, de imagem e biomarcadores laboratoriais como potenciais preditores de incapacidade e mortalidade a curto prazo, bem como mortalidade a longo prazo em pacientes com AVCI Métodos: O estudo envolveu 153 pacientes com AVCI inseridos consecutivamente Variáveis demográficas, antropométricas, fatores de risco para AVCI, informações clínicas, a gravidade do AVCI usando a National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) e amostras de sangue foram obtidas dentro de 24 horas da admissão A gravidade foi categorizada em leve (NIHSS -4), moderada (NIHSS 5-14) e grave (NIHSS =15) A espessura médio-intimal da carótida (cIMT) e a estenose carotídea foram visualizadas por ultrassonografia com doppler realizada durante a hospitalização do paciente A cIMT foi categorizada em <1, mm e =1, e o grau de estenose em <5% e =5% O desfecho a curto prazo foi avaliado pela escala de Rankin modificada (mRS) três após a admissão e caracterizado como incapacidade leve (mRS<3), incapacidade moderada/grave (mRS=3) ou óbito (mRS=6) O desfecho a longo prazo foi carecterizado como sobrevida e não sobrevida após 12 meses após a admissão Os biomarcadores laboratoriais incluíram moléculas de diferentes vias, tais como resposta inflamatória, coagulação e disfunção endotelial Resultados: Os resultados foram apresentados em dois artigos originais: no primeiro artigo, incluímos 16 pacientes com AVCI, a mediana da idade foi de 66 anos e os fatores de risco modificáveis mais frequentes para o AVCI foram hipertensão arterial sistêmica (71,2%), dislipidemia (48,1%) e diabetes mellitus tipo dois (DMT2) (3,8%) Estenose carotídea =5% (p=,32), DMT2 (p=,16) e NIHSS (p<,1) foram preditores de incapacidade moderada/grave a curto prazo; juntas, essas variáveis classificaram corretamente 85,2% de todos os casos (sensibilidade: 9,2%; especificidade: 81,8%) Somente o NIHSS previu a mortalidade a curto prazo e classificou corretamente 85,7% de todos os casos (sensibilidade: 95,8%, especificidade: 47,4%) Na análise de regressão de Cox, com a adição de possíveis variáveis confundidoras, os pacientes com AVCI com maior NIHSS apresentaram menor sobrevida após três meses de acompanhamento do que aqueles com menor NIHSS [odds ratio (OR): 4,35, 95% intervalo de confiança (IC): 1,46-116, p=,29] No segundo artigo, incluímos 14 pacientes com AVCI; 21,1% não sobreviveram após 12 meses de acompanhamento Os que não sobreviveram, apresentaram maior NIHSS e cIMT, menores níveis de antitrombina e maiores níveis de fator VIII (FVIII), proteína C reativa ultrassensível (usPCR), interleucina (IL)-1 e molécula de adesão celular vascular solúvel 1 (sVCAM-1) do que os que sobreviveram (p<,5) No entanto, apenas o NIHSS e os níveis de usPCR foram preditores independentes de mortalidade a longo prazo (OR: 1,15; intervalo de confiança de 95% IC de 1,4-1,28, p=,7 e OR: 1,89, IC de 95%: 1,9-3,78, p=,41, respectivamente) O modelo combinado de NIHSS e níveis de usPCR apresentou melhor resultado [área sob a curva (AUC): ,84, IC 95%: ,679-,927] do que os modelos NIHSS e usPCR isoladamente como preditores de mortalidade a longo prazo (AUC: ,766, IC 95%: ,663-,89 para NIHSS e AUC: ,669, IC 95%: ,546-,832 para usPCR) Juntos, o NIHSS e a usPCR classificaram corretamente 87,7% dos casos, com sensibilidade de 98,1%, especificidade de 46,2%, valor preditivo positivo de 81,2% e valor preditivo negativo de 89,2% Conclusão: A presença de estenose carotídea =5% e DMT2 juntamente com escore elevado de NIHSS na admissão hospitalar foram preditores de maior incapacidade e o NIHSS foi preditor de mortalidade aos três meses Além disso, o NIHSS e os níveis de usPCR obtidos dentro de 24 horas após a internação dos pacientes com AVCI foram biomarcadores preditivos precoces de mortalidade a longo prazo Portanto, o uso de um modelo combinado de biomarcadores, como NIHSS e usPCR, pode prever precocemente o prognóstico dos pacientes com AVCIItem Estudo de biomarcadores inflamatórios, metabólicos, de estresse oxidativo e genéticos em pacientes com acidente vascular encefálico isquêmico agudoAlfieri, Daniela Frizon; Reiche, Edna Maria Vissoci [Orientador]; Amarante, Marla Karine; Lehmann, Marcio Francisco; Oliveira, Sayonara Rangel de; Delfino, Vinícius Daher Alvares; Simão, Andréa Name Colado [Coorientadora]Resumo: Introdução: O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) agudo é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo É uma doença complexa e apresenta interação entre fatores não modificáveis (sexo, idade, genético) e modificáveis (hipertensão, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2, obesidade, tabagismo, entre outros) As vias inflamatória, metabólica e de estresse oxidativo e nitrosativo (IMO&NS) têm um papel importante durante o AVEi agudo e estão correlacionadas com a gravidade do evento e o prognóstico do paciente Muitos biomarcadores inflamatórios têm sido considerados úteis no auxílio ao diagnóstico e prognóstico do AVEi, sendo a Proteína C reativa (PCR) um dos mais amplamente utilizados na prática clínica Estudos sugerem uma associação entre variantes no gene da PCR, como o rs113864, em que há maior produção de PCR e risco para AVEi No entanto, resultados inconsistentes em relação a este polimorfismo têm sido descritos e muitos destes estudos têm sido realizados em populações etnicamente homogêneas Além disto, até presente data, não temos conhecimento da avaliação concomitante destes biomarcadores de IMO&NS em pacientes com AVEi agudo na população brasileira Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os biomarcadores IMO&NS e o polimorfismo rs113864 no gene da PCR que possam predizer a suscetibilidade ao AVEi agudo, assim como a incapacidade funcional na admissão e o prognóstico a curto prazo Métodos: O estudo incluiu 176 pacientes com AVEi agudo atendidos no Pronto Socorro do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, e 176 controles sem histórico de AVEi e infarto agudo do miocárdio Foram coletados dados demográficos, antropométricos, epidemiológicos e clínicos Os subtipos de AVEi foram classificados segundo os critérios de TOAST em 5 categorias: aterosclerose de grandes artérias (LAAS), lacunar (LAC), cardioembólico (CEI), outras etiologias (ODE) e etiologia indeterminada (UDE) A incapacidade funcional dos pacientes foi avaliada no momento da admissão e após três meses de evolução pela Escala de Rankin Modificada (mRS) Amostras de sangue periférico foram coletadas em até 24 horas após o diagnóstico de AVEi para a determinação de biomarcadores inflamatórios, tais como contagem de leucócitos periféricos e plaquetas, velocidade de hemossedimentação (VHS), níveis séricos de PCR por metodologia de alta sensibilidade (usPCR), ferritina, fator de necrose tumoral (TNF)-a, interleucina (IL)-6, IL-1, 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] e homocisteína; glicose, insulina, colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL) e triglicerídeos (TG) para os biomarcadores metabólicos; peroxidação lipídica (hidroperóxidos) e metabólitos do óxido nítrico (NOx) para os biomarcadores de estresse oxidativo e nitrosativo, respectivamente Para identificação dos genótipos do rs113864, o DNA genômico foi extraído das células do sangue periférico e uma sequência de 744 pares de bases do gene PCR foi amplificado pela reação em cadeia da polimerase (PCR) O produto obtido pela PCR foi submetido à digestão com a enzima de restrição HpyCH4III e analisado pelo método do polimorfismo no comprimento dos fragmentos de restrição (RFLP) Resultados: Os resultados obtidos foram apresentados e discutidos em dois artigos originais Para o primeiro artigo científico, foram incluídos 176 pacientes e 176 controles Todos os resultados foram ajustados para possíveis efeitos de variáveis ou covariáveis em análises multivariadas Modelos lineares gerais (GLM) com todos os IMO&NS e dados demográficos/clínicos mostraram que o melhor conjunto de preditores para AVEi agudo foi sexo (masculino), pressão arterial sistólica, glicose, NOx, hidroperóxidos, IL-6, leucócitos periféricos (todos positivamente associados) e 25(OH)D (negativamente associado) (p<,1) Na análise multivariada, sexo (homens) (p<,1), hipertensão (p<,1), tabagismo (p=,15) e usPCR (p<,1) foram estimados como preditores independentes AVEi Com este conjunto de biomarcadores, 89,4% de todos os pacientes com AVEi foram corretamente classificados com sensibilidade de 86,2% e especificidade de 93,% Na admissão do estudo, os valores de ferritina, IL-6, usPCR, leucócitos periféricos, VHS e glicose foram maiores entre aqueles com maior incapacidade (mRS=3) (p<,1) Além disso, níveis elevados de ferritina, IL-6, usPCR, VHS e glicose e menores níveis de 25(OH)D foram independetemente associados com pior prognóstico (mRS=3) após 3 meses (p<,1) Para o segundo artigo, foram analisados 168 pacientes e 166 controles A mediana (intervalo interquartílico) da usPCR foi de 7,5 mg/L (2,6-24,8) em pacientes com AVEi e 1,6 (,7-3,7) mg/L em controles (p<,1) A distribuição dos genótipos do rs113864 estava em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p>,5) Nos pacientes, a frequência dos genótipos CC, CT e TT foi de 95 (56,55%), 6 (35,71%) e 13 (7,74%), respectivamente No grupo controle, a frequência destes genótipos foi de 91 (54,58%), 63 (37,95%) e 12 (7,23%), respectivamente Não foram observadas diferenças na distribuição do genótipo rs113864 entre pacientes e controles; além disso, os genótipos não foram associados às características epidemiológicas e clínicas, assim como à usPCR e outros biomarcadores inflamatórios no início do estudo em pacientes com AVEi (p>,5) Por outro lado, controles portadores do alelo T (genótipos CT + TT) apresentaram maiores níveis de usPCR (p=,5) e maior frequência de usPCR =3 mg/L que os portadores do genótipo CC [odds ratio (OR): 2,31; intervalo de confiança (IC) 95%: 1,1- 4,1, p=,45] Além disso, a idade, os valores de mRS no início do estudo e a usPCR contribuíram positivamente para o pior prognóstico (mRS=3) após três meses apenas em pacientes portadores do alelo T (p<,1) Conclusão: Estes resultados sugerem que um conjunto de biomarcadores IMO&NS pode ser útil para o auxílio na previsão da ocorrência de AVEi, assim como na avaliação precoce do prognóstico a curto prazo Além disso, a variante localizada no gene PCR, rs113864, por si só, não se mostrou um fator determinante para a susceptibilidade ao AVEi; no entanto, em pacientes portadores do alelo T, os níveis de usPCR foram preditores independentes para um pior desfecho após três meses do evento isquêmicoItem O uso problemático de internet e a sua relação com transtornos alimentares em estudantes universitários(2024-08-13) Souza, Patrícia de Jesus; Guidoni, Camilo Molino; Girotto, Edmarlon; Oltramari, Karine; González, Alberto Durán; Alfieri, Daniela FrizonIntrodução: A internet é necessária para vida cotidiana contemporânea. Porém a literatura científica traz evidências de que o uso excessivo de internet pode trazer prejuízos para a saúde. Entres os tipos de uso disfuncional de internet, o uso problemático de internet é considerado um tipo de dependência digital que pode trazer prejuízos para a saúde física e mental, e para o desempenho no trabalho e nos estudos. O uso problemático de internet está associado ao desenvolvimento de algumas enfermidades, como doenças psiquiátricas, tais como os transtornos alimentares. Objetivo: Investigar a relação do uso problemático de internet e de transtornos alimentares em estudantes universitários. Casuística e métodos: Foi realizado um estudo transversal e descritivo a partir da aplicação de um questionário online. A população de estudo foi composta pelos estudantes de graduação da Universidade Estadual de Londrina que participaram da primeira fase do Projeto GraduaUEL que foi um estudo transversal realizado no ano de 2019 com objetivo de estudar as condições de vida e saúde desses estudantes. A coleta dos dados foi realizada através de um questionário online enviado em 2023 para 2.565 alunos, destes 214 responderam e após aplicação dos critérios de exclusão, 74 alunos compuseram a amostra estudada. Para medir o uso problemático de internet foi utilizado a versão brasileira do instrumento “Questionário de Uso Problemático de Internet” ou “PIQUE-SF-9/UPI-9” e para a triagem da presença de transtornos alimentares foi utilizada a versão brasileira para o questionário “SCOOF”. Foram coletadas variáveis sociodemográficas e do estado de saúde dos estudantes além do tempo de uso de rede social. Para classificação dos estudantes que apresentaram uso problemático de internet foi realizado o cálculo de percentil. Os alunos que obtiveram pontuação acima do percentil 75 (pontuações maiores que 24 pontos na escala “PIQUE-SF-9/UPI-9”) foram considerados usuários problemáticos de internet. Para verificar a associação entre o desfecho e as variáveis independentes foi feito o cálculo da medida de razão de prevalência (RP), através da regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: O percentual de estudantes com o uso problemático de internet foi de 20,3%. Quanto a presença de transtorno alimentar, 33,8% alunos apresentaram triagem positiva. O uso problemático de internet associou-se positivamente com a presença de transtornos alimentares na população estudada (RP: 2,46; IC95%: 1,31 – 4,59; p = 0,005). Outra variável que apresentou associação com transtornos alimentares foi ter sentido vergonha do corpo frequentemente/muito frequentemente ou sempre (RP: 6,33; IC95%: 1,63 – 24,51; p = 0,008). Conclusão: Os resultados encontrados apontam para o uso problemático de internet como um fator importante que pode influenciar na construção de hábitos alimentares, e consequentemente, prejudicar o desenvolvimento de uma relação mais saudável com o corpo e com a comida na população jovem adulta.Item Percepção da dor em pacientes usuários de medicamentos de um programa de tratamento de dor crônica(2023-04-03) Silva, Regina Midori Tamari; Girotto, Edmarlon; Costa, Marco Antonio; Posagno, Gerusa Clazer Halila; Alfieri, Daniela Frizon; Guidoni, Camilo MolinoINTRODUÇÃO: Cerca de um terço da população que procura atendimento em um serviço de saúde relatam a presença da dor. A dor crônica é uma realidade presente, incapacitante, e limitadora de atividades cotidianas, de trabalho ou de lazer, levando por vezes ao isolamento social e do convívio familiar, inclusive podendo diminuir a qualidade de vida tanto física como mental. O fornecimento de medicamentos no setor público através do Programa Paraná sem Dor (PSD) visa facilitar o acesso, melhorando o quadro álgico. OBJETIVO: Analisar a percepção de dor crônica de pacientes tratados com medicamentos do Programa PSD. MÉTODOS: Estudo transversal com pacientes com dor crônica, atendidos pelo Programa PSD da Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Paraná. Através de um formulário foram coletados dados sociodemográficos, relacionados à hábitos de vida e situação de saúde, percepções da dor, uso de medicamentos e a ocorrência de reações adversas e percepção de melhora da dor. A coleta de dados deu-se no período de fevereiro a outubro de 2021, por meio de contato telefônico. O instrumento de coleta de dados de avaliação de intensidade ou alívio da dor foi a Escala Numérica de Dor, com escore de 0 (ausência de dor) a 10 (dor máxima). Foi realizada a Regressão de Poisson com variância robusta para analisar a relação entre a principal variável independente (reação adversa aos medicamentos do Programa PSD) e a variável dependente (percepção da melhora da dor), com cálculo da razão de prevalência e respectivo intervalo de confiança de 95%. Os dados foram analisados com uso do programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 19.0. RESULTADOS: Observamos que a percepção de melhora da dor com uso dos medicamentos do Programa PSD é menor nos pacientes que consideram a qualidade de vida tanto do componente físico (p=0,007) como mental (p=0,038) como pior em comparação ao grupo que a consideram melhor. A qualidade de vida influencia na percepção da dor, embora possamos aventar a hipótese de que a presença da dor permite que a qualidade de vida seja pior. Sobre a relação entre o relato de reação adversa e a percepção de melhora da dor, percebeu-se que pacientes com reações apresentaram maior frequência de percepção de não melhora da dor (69,4%) em comparação com pacientes sem reações adversas (53,9%). Esta associação foi estatisticamente significativa na análise ajustada, tanto no modelo 1 (RP 1,59; IC 95% 1,05-2,41), ajustado por sexo, idade, cor e escolaridade (variáveis socioeconômicas), quanto no modelo 2 (RP 1,53; IC 95% 1,02-2,30), ajustado pelas variáveis do modelo 1 mais prática de atividade física, e qualidade de vida física e mental. CONCLUSÃO: O estudo identificou melhora significativa da dor depois do início da utilização dos medicamentos do Programa PSD. Também se verificou resultados significativos na percepção de melhora da dor quando a percepção do indivíduo considerava sua qualidade de vida (componente físico e mental) como melhor. Foi observado, ainda, que entre aqueles com relato de reação adversa aos medicamentos houve influência negativa na percepção de melhora da dor, aventando a hipótese de que pela presença de reação adversa pode haver descontinuidade, falha ou abandono ao tratamento o que leva a não remissão da dor.Item Uso de fármacos anticolinérgicos em adultos de 44 anos ou mais em município de médio portePinto, Eliz Cassieli Pereira; Girotto, Edmarlon [Orientador]; Cabrera, Marcos Aparecido Sarria; Alfieri, Daniela Frizon; Silva, Ana Maria Rigo [Coorientadora]Resumo: Introdução: Anticolinérgicos (AC) são fármacos que bloqueiam a ação da acetilcolina e, por fazê-lo, podem deflagrar diversas disfunções orgânicas O uso de fármacos dessa natureza tem sido associado a diversos desfechos clínicos desfavoráveis, especialmente na população idosa Embora essa faixa etária possa estar mais suscetível às reações adversas a medicamentos (RAM), demais indivíduos em uso de AC também estão expostos Diversas pesquisas têm sido desenvolvidas ao redor do mundo, mas no Brasil, pesquisas nesse campo são incipientes Objetivos: Investigar o uso de fármacos anticolinérgicos e fatores associados em adultos de 44 anos ou mais, de um município de médio porte do sul do Brasil Métodos: Trata-se de um estudo de delineamento transversal e abordagem quantitativa, realizado a partir de dados primários do seguimento de uma pesquisa matriz, de base populacional Em 215 (seguimento), participaram do estudo 885 indivíduos, os quais foram caracterizados quanto as variáveis sociodemográficas, de saúde e uso de medicamentos A Carga Anticolinérgica (CAC) foi determinada pela Anticholinergic Drug Scale (ADS) Cargas iguais ou superiores a três foram consideradas significativas Conduziu-se Regressão Logística de Poisson para investigar a relação entre CAC e fatores associados, utilizando-se a Razão de Prevalência (RP) como medida de associação Resultados: Esta Dissertação foi construída em formato de dois artigos científicos O primeiro descreve o uso de fármacos AC e investiga as características sociodemográficas e de saúde relacionadas ao uso de CAC No segundo estudo explorou-se a relação entre CAC e a autopercepção de saúde Encontrou-se uma prevalência de 2,7% de CAC significativa entre os respondentes que utilizavam medicamentos No primeiro estudo, faixa etária não idosa (RP: 1,566; IC95%: 1,19-2,211), polifarmácia (RP:1,519; IC95%: 1,99-2,1) e uso esporádico de dois ou mais medicamentos (RP:2,941; IC95%: 2,12-4,111) estiveram associadas à maiores CAC Dentre os fármacos AC mais frequentemente utilizados estiveram os psicotrópicos e cardiovasculares No segundo estudo CAC significativa e autopercepção negativa de saúde (APN) apresentaram associação positiva em todos os modelos estatísticos realizados (<,5) Conclusões: Os achados indicam alta prevalência de CAC na população estudada, especialmente entre adultos de meia-idade, polimedicados e em uso esporádico de medicamentos, o que sugere que a investigação de AC nessa faixa etária demanda maior atenção O uso de AC esteve associado a APN, um indicador de mormibortalidade de fácil aplicação, que pode ser utilizado em diferentes contextos