O despertar do infinito na finitude : uma análise da evolução da noção de jogo na filosofia de Eugen Fink

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Oliveira, Camila Ferreira de

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Resumo

Resumo: Este trabalho objetiva apresentar uma análise das diferentes dimensões da noção de jogo delineadas na filosofia de Eugen Fink a partir das perspectivas antropológica, ontológica e cosmológica Realiza-se uma introdução às considerações finkianas a respeito do jogo, podendo-se apontar para a possibilidade de compreender a importância dessa temática em sua obra A partir de uma abordagem antropológica, Fink compreende o acontecimento do jogo humano como um dos modos fundamentais da existência humana no mundo A abordagem ontológica desse acontecimento evidencia que o modo de ser do jogo aponta para a relação que o humano estabelece com o mundo e para a compreensão que o humano possui do mundo, ou seja, aponta para uma compreensão cosmológica do jogo A abordagem cosmológica do jogo é desenvolvida a partir da crítica à metafísica tradicional, direcionada especificamente à filosofia platônica, que não apenas concebeu o jogo como uma mera reprodução da realidade, como também realizou uma “cisão no mundo”, sistematizando uma compreensão ontológica que concebe o Ser a partir de dualidades fixas e imutáveis Fink, então, volta-se para os cultos ritualísticos na vida das comunidades primitivas e argumenta que, nesse contexto, a “não realidade” do mundo do jogo tinha um caráter ontológico elevado em relação às coisas ordinárias da realidade cotidiana Essa compreensão de jogo como uma abertura extasiante em relação à totalidade do mundo evidencia como Fink reabilita o problema do mundo em sua filosofia, radicalizando e superando o método da redução fenomenológica husserliana, por meio da abordagem cosmológica, que compreende o jogo como símbolo do mundo Fink enxerga no jogo o modo como o finito, o ser humano, relaciona-se com o infinito, o mundo, e, de forma especulativa, compreende o próprio mundo como jogo O percurso da filosofia finkiana em relação ao tema do jogo questiona os limites tradicionalmente estabelecidos por uma tradição que despotencializa a dimensão fragmentada e criativa da existência e da sua relação com o mundo Portanto, a interpretação de Fink acerca do jogo aponta para a possibilidade de despertarmos a dimensão de encantamento do mundo em nossa existência, ou seja, para a possibilidade do despertar do infinito na finitude

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Palavras-chave

Jogos, Aspectos filosóficos, Jogos, Filosofia finkiana, Games - Philosophical aspects, Games - Fink philosophy, Fink, Eugen - Philosopher

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