Ficcionalização histórica e insólito em Os nossos antepassados de Italo Calvino
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Gomes, Natalia Guerra Brisola
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Resumo
Resumo: O presente trabalho tem como objeto de estudo a trilogia Os nossos antepassados (I nostri antenati, 196), importante marco na carreira literária de Italo Calvino Ao desenvolver tramas partindo de imagens mentais de um homem cortado verticalmente em dois, um jovem decidido a passar toda a vida sobre as árvores e uma armadura oca dotada de consciência, o autor italino percebeu ser possível brincar com o inusitado sem perder de vista a realidade ao seu redor As figuras por ele criadas cumpriram bem a função de representar o indivíduo da década de 195, período em que foram colocadas no papel: interpretaram os questionamentos e a apatia provenientes do clima bélico que se estendia por conta da Guerra Fria e o desejo de superação das amarras impostas pela sociedade Bastante produtiva também foi a escolha de Calvino por uma ambientação remota para esses enredos, dialogando com a tradição literária e histórica e promovendo a reflexão sobre as formas com que a humanidade entende o tempo e nele interfere Pretendemos observar como os livros em questão se aproximaram das novas maneiras de se ficcionalizar o passado e figurar o insólito, efeitos de discussões que se iniciaram na primeira metade do século XX e se intensificaram nas décadas seguintes Por fim, a partir da relação estabelecida pela trilogia entre história e imaginário, nos debruçaremos sobre os pontos de encontro entre realidade e ficção, autor, obra e leitor
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Palavras-chave
Ficção italiana, História e crítica, Italian fiction, History and criticism