Impasses do feminino ao passe da feminilidade : a clínica psicanalítica entre feminino e histeria
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Longhini, Cintia Ribelato
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Resumo
Resumo: Por muito tempo, acreditou-se que histeria e feminino diziam respeito a condições restritas à mulher A psicanálise vem quebrar esses paradigmas ao denunciar que nem a histeria nem a posição feminina são exclusividades das mulheres Nascer mulher, anatomicamente falando, não equivale a ascender a uma posição feminina, bem como a noção do feminino não se reduz à mulher Sabemos que a histeria possibilitou a Freud a criação da psicanálise, vindo a se dedicar, durante o seu percurso, ao desejo e enigmas femininos, investigando o modo como uma menina se torna mulher subjetivamente Contudo, histeria e feminino são termos difíceis de distinguir, uma vez que a histeria sempre foi atribuída a um traço feminino e vice-versa Parece existir um problema de fronteiras, especialmente, ao uso desse aparato teórico na experiência clínica com algumas mulheres, permanecendo a inquietação de como situar seus limites Fez-se necessário, então, retornar à pergunta que alicerça a base tanto da histeria quanto do feminino: o que quer uma mulher? Além disso, insistiu-se a questão de como emerge a problemática, apontada por Freud, de que haveria, no funcionamento psíquico histérico, um horror ou repúdio ao feminino Sendo a psicanálise um dispositivo de tratamento que pode produzir uma feminização do sujeito do inconsciente, margeamos se seria por meio do processo analítico que operaria um além da histeria, produzindo brechas à capacidade da feminilidade em uma mulher, ou isso não dependeria de uma psicanálise A clínica nos deu notícias, atestada por meio deste estudo, de uma subversão possível pelo ato analítico, de mulheres que puderam usufruir de outro lugar sua experiência ao exercício da feminilidade, castração e impossibilidades, abrindo mão de seus sofrimentos no campo da impotência A proposta desta Dissertação , portanto, foi investigar, mediante a pesquisa psicanalítica, a histeria e o feminino no que diz respeito ao repúdio ou aos impasses que a histeria colocaria para a inclusão ao feminino, passando brevemente pela esfera do amor, tendo por direção e pergunta se é possível vislumbrar a posição feminina para além da histeria Se desenvolveu a partir da experiência clínica em consultório particular com algumas mulheres e contribuições teóricas de Freud, Lacan e psicanalistas que se dedicaram à temática Apresentamos soluções histéricas construídas por algumas pacientes e abordamos os principais eixos comuns encontrados, na escuta clínica, acerca dos tropeços ao tornar-se mulher Centra-se numa questão absolutamente singular, a especificidade e o âmago dos efeitos da relação da menina e sua mãe e o quanto algo neste laço pode malograr ou operar impasses a subjetivação feminina da filha, além da insistência permanente que mantinham essas pacientes ao quarto impossível indicado por Lacan: fazer-se desejar Por fim, a aposta foi estudar e fazer avançar a psicanálise em um terreno enigmático, que é o percurso de uma mulher na sua existência
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Palavras-chave
Feminilidade, Feminino e histeria, Clínica psicanalítica, Femininity, Female and hysteria, Psychoanalytic clinic