Violência contra as mulheres : uma análise sociológica dos processos judiciais criminais de Londrina-PR em 1968 e 2018

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Resumo: Apesar das conquistas de direitos pelas mulheres, ainda estamos diante de muitas ocorrências de violações destes: a violência contra a mulher, violência que é divulgada por instituições públicas e privadas, por estatísticas e denúncias realizadas diariamente por mulheres no Brasil, e no mundo Para analisarmos essa conjuntura, buscamos, neste trabalho, a partir de pesquisa bibliográfica, eletrônica e documental fazer discussões sociológicas sobre essa forma de violência e as explicações teóricas para esse problema social A partir dos dados oriundos da pesquisa documental em processos judiciais criminais dos anos de 1968 e 218, analisamos as diferentes representações sociais em torno da violência doméstica contra as mulheres levando em consideração os discursos dos diferentes atores nos processos judiciais criminais da comarca de Londrina, sendo esses atores o juiz, o Ministério Púbico, o réu, o advogado de defesa do réu, a vítima e seu advogado e, em especial, identificar, analisar e compreender o discurso registrado nos depoimentos das mulheres vítimas de violência Temos também como objetivo apurar se houve mudanças na perspectiva do que vem a ser violência contra a mulher, mas também se houve persistências, durante os cinquenta anos que separam as datas escolhidas Para isso, fazemos uso da Teoria da Representação Social,TRS, de Serge Moscovici, e de seus pressupostos para analisar os discursos encontrados nos processos criminais judiciais escolhidos Os processos do ano de 218 foram escolhidos tendo em vista que já passaram pela fase de sentença, ou seja, já foram encerrados em primeira instância, sendo, assim, de domínio público A Análise de Discurso , AD, juntamente como a TRS foram as ferramentes utilizadas para desnudar os discursos presentes em cada processo, o silenciamento e a ideoliga presentes na AD foram exploradas e apesar de se tratar de anos longínquos, percebe-se que ambas persistiram representadas socialmente no tempo Nos anos de 1968 as mulheres que recorriam à Justiça para se defender de alguma violência doméstica eram julgadas em todos os quesitos: vida privada, vida social, condições psicológicas, má influência de terceiros etc Eram a chave de análise dos processos, os crimes ficavam em segundo plano Em 218, percebe-se que a óptica mudou: analisa-se os crimes e não as condutas diversas que não estão ligadas ao crime em si Embora houve mudanças de perspectivas, a violência doméstica ainda se perfaz como uma violência “clandestina”, que ocorre na calada da noite, que é escondida, culpabiliza e impõe diversas formas de sofrimento a todas as mulheres vitimizadas

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Palavras-chave

Violência contra a mulher, Poder judiciário, Análise do discurso, Representações sociais, Gênero, Women violence against, Judicial power, Discourse analysis, Social representations, Gender

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