Insegurança alimentar de beneficiários de programas de transferência de renda
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Anschau, Francielle Richetti
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Resumo
Resumo: O quadro de insegurança alimentar do Brasil é um dos mais preocupantes do mundo e sua superação deve-se pautar na elaboração de políticas públicas intersetoriais Este estudo teve por objetivo determinar a prevalência de insegurança alimentar de famílias beneficiárias de programas de transferência de renda e estabelecer associações entre a insegurança alimentar e as características sócio-demográficas das famílias A população de estudo foi constituída por 421 famílias beneficiárias de programas de transferência de renda, residentes no município de Toledo-PR Os dados foram coletados entre dezembro de 26 e fevereiro de 27, em visitas domiciliares com entrevista, mediante consentimento livre e esclarecido Os instrumentos de coleta de dados foram a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), Questionário de Classificação Econômica (ABEP) e um questionário complementar A presença de 4 a 6 moradores no domicílio foi observada em 69,1% dos casos e 94,3% apresentaram 1 ou mais moradores com idade inferior a 18 anos Em 29,4% dos domicílios a renda per capita foi de R$ 15,1 ou mais e 88,6% dos entrevistados se disseram cadastrados em algum programa de transferência de renda; destes, 86,9% são beneficiários do Bolsa Família Segundo a classificação econômica, 67,9% se enquadraram nas Classes D ou E Em relação aos chefes de domicílio, 75,1% são do sexo masculino A 4ª série não foi concluída por 45,6% dos chefes e cerca de 5% trabalhavam de maneira informal ou estavam desempregados A insegurança alimentar esteve presente em 74,6% das famílias, das quais 5,9% apresentaram insegurança severa e 23,8% moderada Quanto maior a renda média per capita, mais distante a família se apresenta da insegurança alimentar (p<,1) Conforme análise bivariada, as demais variáveis relacionadas à insegurança alimentar moderada ou severa foram: classe econômica D ou E (p<,1), presença de moradores menores de 18 anos no domicílio (p=,17), famílias que se dizem beneficiárias de programas de transferência de renda (p=29), baixa escolaridade (p=,176) e o trabalho informal ou o desemprego (p=,3) do chefe do domicílio Após o controle das variáveis na análise multivariada, mantiveram a associação a classificação econômica D ou E (OR=2,74 – IC1,57 a 4,8), a presença 5 ou mais moradores no domicílio (OR=1,83 - IC 1,15 a 2,89) e o trabalho informal ou desemprego do responsável pelo domicílio (OR=1,81 – IC 1,14 a 2,86) A elevada prevalência de insegurança alimentar moderada ou severa indica a necessidade de maior atenção às políticas públicas, de forma a auxiliar na melhoria da geração de emprego e renda, na inclusão de bens de consumo e serviços para as famílias e, no acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequadas, de forma a garantir a segurança alimentar
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Palavras-chave
Política alimentar, Fome, Pobres, Food policy, Hunger, Poor