Capital, trabalho produtivo e trabalho docente : professores de educação física reproduzindo capital e produzindo lutas nas redes públicas de ensino de Londrina-Paraná
Data
2023-07-31
Autores
Cândido, Fernando Pereira
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Resumo
O trabalho é investigado como a mediação entre homem e a natureza, práxis constituinte do ser social, e, diferentemente, como trabalho abstrato, medida do valor e, nesse sentido, trabalho produtivo de capital, como fator associado ao mal-estar e a doença ou, como meio de realização e satisfação do trabalhador. Assim, o problema da investigação foi: como se configura o trabalho do professor de Educação Física (PEF) das redes públicas de ensino no município de Londrina - Paraná, considerando as determinações do trabalho assalariado na sociedade atual? O objetivo geral estabelecido foi: investigar o trabalho do professor de Educação Física (singularidade) enquanto expressão do trabalho assalariado (particularidade) no modo de produção atual (universal). O método funda-se em uma pesquisa de caráter materialista histórico, buscando analisar o trabalhado dos PEF dialeticamente, de forma contraditória e buscando suas conexões para explicar concretamente o fenômeno na perspectiva da totalidade. Na pesquisa de campo: a população foram 284 professores de educação física das redes públicas de Londrina-Pr, enquanto a amostra foi de 209 professores (73,74 % da população). Utilizou os instrumentos QVT-PEF (BOTH et al., 2006) e o QSD (SAMPAIO et al., 2021) para coleta dos dados, empregamos a análise de clusters, considerando as dimensões e avaliação global do QVT-PEF e do QSD, com método de agrupamento de Ward. As diferenças entre os grupos estabelecida com Prova U de Man-Withney; teste Qui-Quadrado para as diferenças entre os grupos; Regressão Linear Múltipla para identificar as variáveis (do QVT-PEF e sociodemográficas) que interferiam nas dimensões da saúde docente, com modelo final identificado pelo método de Bach-ward, considerando alfa < 0,05. Foi considerado nível de significância de 95% (p< 0,05). Quanto aos resultados apresentamos a tese estruturada em 6 capítulos: 1) Introdução; 2) Metodologia; 3) Ensaio sobre o trabalho e suas formas; 4) Reestruturação produtiva e as condições materiais de trabalho do PEF; 5) Artigo da pesquisa empírica sobre influências da satisfação no trabalho na saúde docente; 6) Artigo bibliográfico/documental sobre economia, política e avanço do capital sobre o trabalho dos PEF; finalmente, nas considerações finais, ao discutirmos o avanço do capital sobre o trabalho do professor de Educação Física nas redes públicas de Londrina- Paraná, constatamos que a maior parte dos professores trabalha até 40 horas/semanais nas redes municipal e estadual de ensino, ou 59,81% (125 professores) de 40 a 50 horas. Argumentamos que esta carga horária não é salutar para os professores, considerando este trabalho é de alta demanda e potencialmente pode causar o adoecimento do professor. Delimitamos o trabalho deste professor com as mediações da ideologia burguesa e da alienação do trabalho. Evidenciamos os projetos históricos em disputa, entendendo que a crítica radical à escola capitalista e seus limites, pode colaborar com a análise concreta da realidade concreta e estabelecer outro projeto estratégico e tático, pautado pela superação dos entraves à emancipação humana pelo sujeito revolucionário da história. Apesar do controle externo, da imposição das competências, empreendedorismo, flexibilidade, qualidade total, educação como capital humano, os professores de Educação Física das redes públicas de Londrina também se colocam como produtores de lutas e, nessa condição, não atendem as necessidades do mercado, das coisas/propriedade privada, para buscar a satisfação de seus próprios interesses e de seus alunos, abrindo margem para a construção da consciência que identifique que reproduz sua vida em relações alienadas e, dessa forma, possam buscar a sua superação.
Descrição
Palavras-chave
Trabalho do Professor de Educação Física, Trabalho produtivo de capital, Escola Pública, Satisfação no Trabalho, Saúde docente, Professor de Educação Física, Qualidade de vida