Interação cérebro-rim : o papel da inflamação na injúria renal aguda associada ao acidente vascular encefálico isquêmico

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Resumo: Introdução: O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEI) é uma das principais causas de mortalidade e seu prognóstico depende da gravidade do evento isquêmico, de comorbidades prévias e complicações intra-hospitalares Evidências têm mostrado associação entre AVEI e o surgimento de injúria renal aguda (IRA), a qual, por sua vez, está associada ao pior prognóstico nesses pacientes Os objetivos da presente tese foram avaliar a frequência de IRA após AVEI e o valor prognóstico de um painel de biomarcadores demográficos, clínicos e laboratoriais, entre eles a dosagem de lipocalina associada a gelatinase de neutrófilos na urina (uNGAL) na predição de IRA e mortalidade em curto prazo após o AVEI Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo e longitudinal com 156 pacientes adultos, de ambos os sexos, com suspeita de AVEI agudo, recrutados consecutivamente de março de 217 a março de 219 no Pronto-Socorro do Hospital Universitário, Londrina, Paraná O AVEI foi diagnosticado pela presença de sinais ou sintomas neurológicos focais e confirmado por tomografia computadorizada cerebral sem contraste A gravidade do AVEI foi avaliada pela National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS) A incapacidade foi avaliada após três meses de acompanhamento usando a Escala de Rankin modificada (mRS), e a mortalidade foi registrada após três meses do AVEI A IRA foi definida pelo aumento = ,3 mg/dL da creatinina sérica em relação ao valor basal na admissão ou aumento de 1,5 vezes ou mais no valor de creatinina sérica em até 72 h após admissão Dados demográficos, epidemiológicos e clínicos basais e amostras de sangue foram obtidos até 24 h da admissão Os biomarcadores avaliados na admissão foram contagem de leucócitos totais, proteína C reativa com método de alta sensibilidade (usPCR), níveis plasmáticos de interleucina (IL)-1ß, IL-2, IL-4, IL-6, IL-1, IL-12, interferon gama (IFN-?), fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), fator de transformação do crescimento beta 1 (TGF-ß1), glicose, albumina, 25 hidroxivitamina D [25(OH)D], insulina, ferritina, adiponectina, homocisteína e das formas solúveis da molécula de adesão intercelular (sICAM)-1, molécula de adesão vascular celular (sVCAM-1), molécula de adesão de plaqueta/endotélio (sPECAM)-1, E-selectina (sE-selectina) e P-selectina (sP-selectina) Níveis séricos de creatinina foram determinados na admissão (creatinina 1), em até 72 h após admissão (creatinina 2) e sua variação (? creatinina) Em uma amostra de 21 pacientes com AVEI, procedeu-se a dosagem de uNGAL na admissão (uNGAL1), em até 48 h após a admissão (uNGAL2) e a sua variação (?uNGAL) Resultados: Dos 156 pacientes inicialmente inseridos, 95 atenderam aos critérios de inclusão Destes, 15 (15,7%) apresentaram IRA A gravidade do AVEI e a incapacidade foram maiores nos pacientes com IRA comparados aos sem IRA (p = ,54 e p = ,29, respectivamente) A proporção de pacientes com AVEI com deficiência de vitamina D [25(OH)D < 2 ng/mL] e níveis elevados de sVCAM-1 foi maior entre os que desenvolveram IRA do que os sem IRA (p = ,11 e p = ,23, respectivamente) Os níveis de sVCAM-1 foram independentemente associados ao diagnóstico de IRA após AVEI [odds ratio (OR): 5,665, intervalo de confiança (IC) de 95%: 1,337-23,99, p=,19] A mortalidade foi maior entre os pacientes com IRA em comparação com os sem IRA (p = ,9) A IRA foi independentemente associada à mortalidade e apresentou melhor valor de predição do que a gravidade do AVEI Os valores da uNGAL1 mostraram tendência para predição de IRA (p=,99) e foram mais elevados em pacientes do sexo feminino do que nos do sexo masculino (p=,47) No entanto, os valores de uNGAL1, uNGAL2 e ?uNGAL não mostraram associação com a gravidade do AVEI, incapacidade e mortalidade após três meses do evento isquêmico Conclusões: O estudo demonstrou a IRA como complicação frequente após AVEI e sua associação com mortalidade após três meses do evento isquêmico Além disso, sVCAM-1 foi associada de forma independente à IRA, o que sugere um papel plausível nos mecanismos fisiopatológicos da IRA após AVEI, bem como um potencial biomarcador para predizer IRA nestes pacientes Por último, os valores de uNGAL na admissão mostrou tendência em predizer o surgimento de IRA, achado que poderia se mostrar estatisticamente significativo caso a amostra de pacientes fosse maior

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Palavras-chave

Acidente vascular encefálico (AVE), Acidente vascular encefálico isquêmico (AVEI), Neurologia, Injúria renal aguda, Neurology

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