Para além do nitrato de prata : análise do duplo especular em contos da literatura ocidental

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Resumo: Coisa de magia, símbolo por excelência O espelho, longe de ser meramente um objeto refletor ou uma peça de decoração, transcende sua função reprodutora Ele abre as portas do imaginário e instala-se no cotidiano do homem, no folclore popular, na cultura, na psicologia, na ciência, na filosofia e nas artes em geral Desde o início, o homem procurou um meio de conhecer-se a si mesmo e encontrou no nitrato de prata o instrumento perfeito para tal empreendimento Entretanto, conhecer-se implica uma das jornadas mais difíceis que qualquer ser humano pode tentar completar, pois conhecer-se é defrontar-se com um outro, ao mesmo tempo estranho e familiar A literatura toma o espelho como mote a fim de expressar, por meio da palavra, esse caminho tortuoso percorrido pelo homem em busca de seu verdadeiro “eu” Assim, objetivo da tese é levantar e discutir a hipótese de o espelho funcionaria como uma ferramenta extremamente eficaz para se desvendar o universo do personagem Para tanto, foram selecionados sete contos da literatura ocidental para análise: “O espelho” (1885), de Anton Tchekov; “Cadáveres insepultos” (1893), de Aluísio Azevedo; “O forasteiro” (1921), de Howard Phillip Lovecraft; “A dama no espelho: uma reflexão” (1929), de Virgina Woolf; “O espelho” (1938), de Gastão Cruls; “Imagem” (1967), de Luiz Vilela; e “Espelho” (1983), de Marcio Barbosa Dessa forma, a tese foi divida em três capítulos O primeiro é destinado ao estudo dessa entidade obscura que é o duplo O segundo intenciona investigar o espelho e suas ramificações Por fim, o terceiro capítulo objetiva apresentar a análise dos contos selecionados Dentre os estudiosos que serviram de base teórica para a tese, tem-se Freud, Otto Rank, Umberto Eco, Edgar Morin, Julia Kristeva, Nicole Bravo, Sabine Melchio-Bonnet, Jean-Paul Sartre, Jean Pierre Vernant, entre vários outros A conclusão é que a reflexão e a inversão proporcionadas pelo espelho possibilitam uma visibilidade maior da personagem, não só ao próprio personagem, mas também aos olhos do leitor Além disso, conclui-se que quando o personagem se deixa dominar por seu duplo especular, o enredo torna-se cíclico e o desfecho irônico Por outro lado, quando o personagem despoja-se de seu duplo, dá o primeiro passo na direção do conhecimento de si mesmo

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Palavras-chave

Contos, História e crítica, Literatura ocidental, Duplo (Literatura), Espelhos, Short stories, History and criticism, Doppelgängers, Mirrors

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