Pensamento histórico de jovens sobre gênero a partir da revista Capricho : (2005-2006)

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Mantovani, Flávia

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Resumo: Objetiva-se investigar a o pensamento histórico de jovens sobre “gênero”, a partir da revista Capricho (abr/25-mar/26), utilizando-a como uma fonte histórica Interessa observar se construíram uma “literacia histórica” e se a mobilizam nas suas práticas de leitura, considerando tal literacia como um modo de ler e interpretar o mundo historicamente A apreensão destas ideias deu-se através de uma prática didático-pedagógica, pautada no uso escolar de fontes históricas, na qual se analisa a “literacia histórica” de estudantes do segundo ano “A” do Ensino Médio do Colégio de Aplicação – Londrina/PR, em relação a esta revista Utilizou-se a técnica de grupos focais interposta aos pressupostos da aula-oficina, buscando desenvolver uma interpretação/leitura das fontes e sua compreensão contextualizada Em três aulas gravadas e transcritas, coletou-se ideias prévias de estudantes e suas interpretações da fonte, através da qual trabalha-se a construção de uma literacia histórica É necessária uma problematização e análise, na perspectiva histórica, deste sujeito o qual se pesquisa, os/as estudantes do “2ºA”, sob o pressuposto de que a adolescência é uma construção discursiva e um fenômenos cultural, ou seja, problematiza-se este grupo de sujeitos, adolescentes, de modo a desnaturalizá-los Assim, aborda-se as relações destes jovens com a questão de gênero, tomando o espaço escolar como importante na construção desta relação e, ainda, na produção das diferenças Em um segundo momento, discute-se a revista Capricho e as várias dimensões que assume nesta pesquisa, isto é, como um produto da cultura midiática que pede uma avaliação que abarque, inclusive, a dimensão da sua apropriação, ou ainda, dos usos e interpretações dos estudantes A escolha do recorte temporal deu-se em função da existência de um padrão editorial em relação à identidade da jovem: as edições analisadas evidenciam a preocupação com uma dada autenticidade da leitora, através do slogan “seja diferente, seja você”, além de apresentarem uma linguagem gráfica que absorve elementos da cibercultura Também, a revista Capricho é entendida como fonte histórica utilizada em contexto escolar Apoiados em referenciais do campo da História e da Comunicação, entende-se a relação entre Capricho e leitoras em sua complexidade, ambas constroem uma a outra recursivamente, são interdependentes A partir desta ideia, é possível pensar e problematizar não apenas a mídia enquanto produtora de pedagogias de gênero, mas também a o público enquanto um co-produtor da revista, já que esta se apropria dos seus códigos culturais, a fim de não destoar do horizonte de expectativas de suas leitoras Enfim, apoia-se em referenciais do campo investigativo da Educação Histórica, onde se procura investigar, também, como se dá o aprendizado histórico dos sujeitos Ainda, utiliza-se o conceito de “literacia histórica” cunhado por Peter Lee, em uma análise das falas de alunos sobre questões de gênero e sexualidade na Capricho Percebeu-se que os alunos já trazem ideias e noções sobre gênero e que tais ideias reproduzem, em certa medida, uma concepção conservadora Entretanto, demonstram capacidade de observar e historicizar as questões de gênero que a Capricho traz, lendo-a como uma fonte histórica, ou seja, contextualizando seus discursos, o que significa uma “literacia histórica”

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Palavras-chave

Pensamento histórico, Relações de gênero, História, Estudo e ensino, História social, Social history

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