Parcerias e o ensino público no Brasil: uma análise do papel do estado através das parcerias entre empresas provadas e escolas públicas

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Ferreira, Alcíbela Cilene do Rio

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Resumo: Este trabalho vêm contribuir para a compreensão do papel do Estado diante do sistema educacional no Brasil, através da análise das parcerias entre as empresas privadas e as escolas públicas Pretende-se levantar uma discussão sobre as relações existentes evidenciando as circunstâncias que favorecem essa prática e, principalmente, as intenções que estão presentes nessa relação O Estado é o foco principal da análise por se desresponsabilizar cada vez mais pelas políticas sociais O Estado e suas reformas, provenientes da concepção neoliberal, fazem com que cresça a percepção de que suas funções devam ser reduzidas ou substituídas por agentes privados, com maior capacitação, para enfrentar as várias manifestações da marginalização social e econômica O governo Collor (199-1992) marca o experimento neoliberal no Brasil A globalização, vista como sinônimo de modernidade, contribui ainda mais para o fortalecimento dessa concepção O governo lança idéias de privatização de setores públicos, o que teoricamente diminuiria os gastos do Estado e incentivaria a competição do mercado A "crise da dívida externa" mostra a necessidade de mais empréstimos para ajustes estruturais e setoriais que, autorizados pelo BIRD, tornam-se condicionantes estipulados contratualmente Os últimos governos vêm estimulando as ações em parceria com entidades da sociedade, participando da gestão do sistema público de ensino e afirmando ser uma política viável de otimização de recursos educacionais, em vista da melhoria da qualidade do ensino Os sistemas de avaliação que constituem o ensino de qualidade, dentro de um contexto globalizado, geram concorrência e estabelecem um ranking de instituições mais produtivas A competitividade gera a procura por parcerias, no entanto o que as escolas encontram é a intenção das empresas de cumprir lacunas deixadas pelos órgãos governamentais norteando uma preocupação na criação de uma imagem social positiva na comunidade em que estão situadas Nesse contexto formam-se termos e expressões vinculados ao vocabulário corporativo e empresarial: responsabilidade social, cidadania corporativa, globalização, filantropia, stakeholders, marketing social As empresas continuam direcionadas à visão mercantilista As escolas, inseridas num contexto mercadológico e concorrencial, apresentam influencias neoliberais, utilizando normas e princípios avaliativos como os empresarias A qualidade educacional associa-se aos princípios de produtividade e rentabilidade, introduzindo nas escolas a lógica da concorrência Os dados possibilitam situar as ações empresarias dentro do sistema público de ensino, mostrando seus objetivos e as circunstâncias que delineiam a sua área de atuação Entrevistas mostram a situação real da educação local, constatando que as parcerias não estão ocorrendo devido a impedimentos burocráticos e a uma própria determinação do Estado Diante das circunstâncias, a presença das APMs como parceiro das escolas públicas é ponto fundamental para esta análise

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Palavras-chave

Educação e Estado, Educação, Financiamento, Responsabilidade social da empresa, Terceiro setor, Social responsibility of business, Educational policy

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