Influência da declividade do solo na dinâmica populacional de Astronium graveolens Jacq. (Anacardiaceae)
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Cruz, Gabriela Correia Araujo da
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Resumo
Resumo: Dentre as variáveis ambientais que podem atuar nas populações de plantas, a declividade do solo é uma delas, pois em conjunto com outros fatores produz uma variedade de situações ambientais, criando um mosaico de microambientes que exercem um efeito considerável na maneira das diferentes espécies explorarem o ambiente Considerando a diferença topográfica das áreas estudadas, e os resultados de cinco anos de levantamentos demográfico na área de estudo, este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito da declividade sobre a dinâmica populacional de A graveolens Para isso três hipóteses foram testadas: i) o recrutamento dos indivíduos de A graveolens é maior na área de declive; ii) a mortalidade é maior na área de platô; iii) a fecundidade e estabelecimento dos indivíduos são maiores na área de declive Foram utilizadas análises com abordagem prospectiva (sensibilidade e elasticidade) e retrospectiva (LTRE) para verificar se ocorre variação nas taxas demográficas como resultado da variação topográfica do local, quando comparados os grupos de indivíduos da área plana (AP) e da área de declive (AD) e se ocorre, como essa variação pode afetar a dinâmica e futuro da população no local O estudo foi desenvolvido no fragmento de floresta estacional semidecidual da Fazenda Doralice (sede - 23º16’S e 51º3’W), às margens do rio Tibagi, município de Ibiporã, PR, Brasil, a 48m de altitude, com área aproximada de 1 ha Neste local, o relevo é formado por um declive acentuado que se estende por cerca de 4-5 m a partir da margem esquerda do rio, gradualmente tornando-se menos declivoso, até formar uma área plana (platô) que dista cerca de 3 m do rio A espécie escolhida para o estudo é o Astronium graveolens Jacq, conhecido como guarita, é uma árvore caducifólia, comumente com 1 m a 2 m de altura e com 4 cm a 6 cm de DAP, podendo atingir até 3 m de altura e 1 cm ou mais de DAP A espécie é característica principalmente da Floresta Estacional Semidecidual, na formação submontana, onde ocupa o estrato emergente, sendo comum na floresta ciliar da bacia do rio Tibagi, no norte do Paraná Para os estudos de demografia e estrutura de tamanho foram demarcadas em cada área (platô e declive) 5 parcelas de 1 m2 (1x1m) Os indivíduos foram separados em 7 classes de altura: C1: > a ,25 m; C2: >,25 a ,5 m; C3: >,5 a 1m; C4: >1 a 2m; C5: >2 a 4m; C6: >4 a 8m; C7: >8 m, sendo a última considerada composta por indivíduos reprodutivos Foram construídas matrizes de transição para AP e AD, para cada intervalo anual (27-28, 28-29, 29-21 e 21-211) onde foram registrados movimentos de morte, ingresso e recrutamento para classes de altura maior ou regresso para classes de altura inferiores e calculada taxa finita de crescimento populacional Foi utilizada a análise de perturbação retrospectiva, o LTRE (life-table-response-experiment), para identificar quais elementos da matriz contribuem de forma mais significativa para as variações no ? em cada área As análises dos resultados indicam que a dinâmica populacional diferiu entre as áreas, principalmente em relação ao recrutamento dos indivíduos para classes de altura subsequentes e a permanência na mesma classe, confirmando a hipótese de que o recrutamento foi maior na AD Já a mortalidade e a fecundidade não apresentaram diferenças entre as áreas É possível considerar que a diferença na densidade de A graveolens nas áreas de estudo possa ser causada pela melhor adaptação ao ambiente declivoso, que pode apresentar microssítios favoráveis ao estabelecimento e iv desenvolvimento dos indivíduos da espécie no local, mesmo com os eventos estocásticos alterando a taxa finita de crescimento populacional eventualmente Em caso de manutenção das condições ambientais ao longo dos anos, a população de A graveolens poderá se manter em equilíbrio nas duas áreas do fragmento
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Palavras-chave
Anacardiaceae, Plantas, População, Plantas e solo, Ecologia florestal, Plant populations, Plant and soil, Forest ecology