Respostas metabólicas de Bifidobacterium lactis : abordagens in vivo e in vitro
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Bana, Fernanda Carla Henrique
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Resumo
Resumo: Microrganismos probióticos são reconhecidos como promotores da saúde metabólica humana devido à capacidade de modular a composição da microbiota intestinal e os metabólitos produzidos por esta Considerando que muitos dos efeitos de probióticos são linhagem-específicos, os estudos com uma espécie ou linhagem não podem ser extrapolados para outras Dessa forma, em virtude das informações escassas a respeito do metabolismo de Bifidobacterium lactis HN19, este trabalho objetivou avaliar o seu potencial como microrganismo fermentador em leite e seu impacto sobre a microbiota fecal humana, bem como avaliar o efeito do consumo de um leite contendo a linhagem sobre a impressão digital metabólica de um grupo de mulheres com sobrepeso Um leite probiótico contendo B lactis HN19 foi desenvolvido e sua viabilidade e produção de ácidos foram monitorados durante a fermentação e armazenamento refrigerado, assim como o impacto da produção de ácidos na aceitação sensorial As fermentações das linhagens HN19 e Bb12, isoladamente e em combinação com fruto-oligossacarídeo, foram avaliadas em um modelo de simulação intestinal in vitro, para verificação dos efeitos das linhagens e simbióticos nos principais grupos bacterianos da microbiota fecal humana e na produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) Um estudo metabonômico foi realizado para avaliação do efeito da linhagem HN19 sobre a assinatura digital metabólica do plasma de 6 mulheres com sobrepeso, via espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN) de hidrogênio acoplada à análise estatística multivariada As voluntárias foram randomizadas em dois grupos de intervenção e, durante 6 dias, o grupo probiótico (n=3) consumiu um leite contendo 9,6x11 UFC/dose (8 mL) da linhagem, enquanto o grupo placebo (n=3) consumiu um leite esterilizado sem a linhagem probiótica Amostras de plasma sanguíneo das voluntárias foram coletadas na linha de base (tempo) e no final do estudo (6º dia) para investigação de alterações na assinatura digital metabólica após a intervenção A partir do leite probiótico desenvolvido, foi observado, via RMN quantitativa, que a linhagem HN19 produziu um alto teor de ácido acético durante a fermentação láctea Adicionalmente, a linhagem exibiu a estabilidade requerida em leites fermentados com alta contagem de células viáveis (acima de 9 Log UFC/mL) e baixa taxa de pós-acidificação durante 3 dias de armazenamento refrigerado Na avaliação sensorial os julgadores preferiram o leite probiótico fermentado por oito horas, uma vez que após 72 horas o sabor acético já era perceptível A fermentação in vitro das linhagens HN19 e B lactis Bb12 não ocasionou uma mudança significativa nos principais grupos bacterianos da microbiota fecal humana ou na produção de AGCC No entanto, quando associadas a fruto-oligossacarídeo, os simbióticos resultantes provocaram modulações benéficas na microbiota, por meio do aumento de bifidobactérias e produção de acetato e butirato Modelos metabonômicos demonstraram, por intermédio da diferenciação das amostras entre a linha de base e o pós-consumo, um efeito do leite fermentado contendo a linhagem HN19 sobre a assinatura digital metabólica do plasma de mulheres com sobrepeso Todavia, um impacto similar foi observado após o consumo do leite esterilizado (placebo), o que sugere um efeito do veículo do probiótico na modulação metabólica observada
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Palavras-chave
Fermentação, Obesidade nas mulheres, Probióticos, Espectroscopia de ressonância nuclear, Fermentation, Obesity in women, Probiotics, Nuclear magnetic resonance spectroscopy