O alçamento de médias altas e o abaixamento de altas na pauta pretônica nos manuscritos castrenses do século XIX

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Resumo: Estudar a língua é buscar conhecer a própria história, entendendo que ela segue o destino dos que falam (SILVA NETO, 1963) Este trabalho investiga o processo de alçamento das vogais médias altas e abaixamento das vogais altas, buscando possíveis resquícios da origem do português brasileiro, em sua variedade paranaense Seguindo os preceitos da Linguística Histórica, aliados à Teoria Variacionista laboviana, este estudo descreve a variação das vogais médias e altas na pauta pretônica, presente nos manuscritos castrenses do século XIX Malgrado não haver material oral de séculos anteriores, a língua escrita é uma importante ferramenta na busca por resquícios de uma possível oralidade desse período Esta análise busca identificar os condicionamentos fonológicos que favorecem a ocorrência dos fenômenos de abaixamento das vogais altas /i/ e /u/, como em lugar>logar, milícia>melicia, e também o alçamento das médias altas /e/ e /o/, como em gentio>gintio, costume>custume, atentando para os contextos de harmonia vocálica, assimilação regressiva e progressiva e de consoantes adjacentes Os estudos de Bisol (1981), Viegas (1987, 21), Silva (1989), Bortoni, Gomes e Malvar (1992), Amaral (1996) e Kailer (23, 28) motivaram e fundamentam esta Dissertação O resultado preliminar diacrônico apontou o processo de harmonização vocálica, com assimilação regressiva, como o principal favorecedor dos casos de alçamento, e com assimilação progressiva, dos casos de abaixamento A análise individual mostrou que as vogais anteriores são em maior número total e de aplicação dos processos Os contextos mais favoráveis à elevação das médias pretônicas são (i) presença de vogal alta na sílaba seguinte (atr[i]viria/c[u]stume); (ii) consoante precedente labiodental (emf[i]llis) para a anterior, e alveolar (apr[u]ntar) para a vogal posterior; (iii) consoante bilabial no contexto seguinte para a vogal /e/ (r[i]porto) Nos casos de abaixamento, os ambientes mais relevantes para a amostra analisada são (i) presença de vogal média na sílaba seguinte (pr[e]nsepal); (ii) vogal anterior em fronteira silábica ([e]nformar); (iii) contexto consonantal precedente bilabial para /i/ (prensip[e]araõ) e velar para /u/ (doc[o]mento) e (iv) alveolares no contexto seguinte para /i/ (med[e]ssoins) e labiodentais para /u/ (s[o]feciente)

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Palavras-chave

Língua portuguesa, Variação, Linguística histórica, Diacronia, Manuscritos paranaenses, Portuguese language, Variation

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