A paisagem em José María Arguedas: por uma heterogeneidade espacial

dc.contributor.advisorAlves, Regina Célia dos Santos
dc.contributor.authorMendonça, Felipe da Silva
dc.contributor.bancaMaioli, Juliana Bevilacqua
dc.contributor.bancaBrito, Luciana
dc.coverage.extent157 p.
dc.coverage.spatialLondrina
dc.date.accessioned2024-11-05T19:52:39Z
dc.date.available2024-11-05T19:52:39Z
dc.date.issued2022-12-22
dc.description.abstractEsta dissertação tem como objetivo analisar a paisagem em Os rios profundos (1958), de José María Arguedas. Para tanto, estabelecemos um diálogo entre Literatura e Geografia por meio do conceito de paisagem, o qual é compreendido como uma expressão humana informada por códigos culturais determinados, ou seja, a paisagem não é natureza, mas é o mundo humano inscrito na natureza ao percebê-la e transformá-la. Ao realizar uma análise espacial com base no referido conceito, precisamos olhar tanto para a materialidade do espaço, quanto para a sua percepção, isto é, examinamos a objetividade e a subjetividade espacial. José María Arguedas, conhecido por ocupar um entrelugar entre o espanhol e o quéchua, o indígena e o ocidental, foi um escritor cujas obras permitiram a parte da crítica refletir a respeito do encontro e conflito de culturas. Dentre as principais ideias resultantes da análise da produção de Arguedas, destacamos a de Antonio Cornejo Polar: a heterogeneidade, que está centrada na convergência conflitiva de universos socioculturais distintos, por isso o crítico peruano pontua que a visão de mundo arguediana não tenta ser totalizadora na direção da conciliação harmônica dos conflitos. Em Os rios profundos, a percepção espacial de Ernesto ao longo de seus deslocamentos por comunidades andinas e durante sua estadia no internato de Abancay é reveladora de sua construção identitária, daí o nosso interesse em investigar a relação do menino com o espaço em que está inserido e quais os sentimentos e significações que podem ser extraídos dessa vivência. Buscamos, portanto, verificar como a paisagem em Os rios profundos expressa uma heterogeneidade espacial, isto é, como a relação de Ernesto com as construções e lugares autóctones e espanhóis exprime o conflito de culturas e a sua condição migrante. Como base teórica nos pautamos em estudiosos cujas reflexões são direcionadas à nação e à identidade: Anderson (2008), Bauman (2005), García Canclini (2019), Hall (2006), Silva (2014); à literatura latino-americana e à produção arguediana: Bareiro Saguier (1979), Candido (1979), Cornejo Polar (1989, 1997, 2000, 2003), Moraña (1997, 1999, 2000), Moreiras (2001), Rama (2001, 2008), Santiago (2000), Uslar Pietri (2007); e ao conceito de paisagem: Alves (2013), Berque (2012, 2018), Bessa (2020), Besse (2014), Collot (2012, 2013), Dardel (2015), Tuan (2012, 2013). Ao final de nossa análise, verificamos como a heterogeneidade, oriunda do conflito de culturas, está presente tanto na materialidade quanto na percepção do espaço, bem como destacamos a importância do corpo e dos cinco sentidos, especialmente da audição, na relação que Ernesto estabelece com o espaço.
dc.description.abstractother1This thesis aims to analyze the landscape in Los ríos profundos (1958), by José María Arguedas. In order to do so, we establish a dialog between Literature and Geography through the concept of landscape, which is understood as a human expression informed by determined cultural codes, that is, the landscape is not nature, but it is the human world inscribed in nature when perceiving and transforming it. In performing a spatial analysis based on the aforementioned concept, we need to look at both the materiality of space and its perception, that is, we examine spatial objectivity and subjectivity. José María Arguedas, known for occupying a place between the Spanish and the Quechua, the indigenous and the western, was a writer whose works have allowed some critics to reflect on the encounter and conflict of cultures. Among the main ideas resulting from the analysis of Arguedas' production, we highlight Antonio Cornejo Polar's: heterogeneity, which is centered on the conflictive convergence of distinct sociocultural universes, so the Peruvian critic points out that the arguedian worldview does not try to be totalizing in the direction of the harmonic conciliation of conflicts. In Los ríos profundos, Ernesto's spatial perception throughout his travels through Andean communities and during his stay at the boarding school in Abancay is revealing of his identity construction, hence our interest in investigating the boy's relationship with the space in which he is inserted and what feelings and meanings can be extracted from this experience. We seek, therefore, to verify how the landscape in Los ríos profundos expresses a spatial heterogeneity, that is, how Ernesto's relationship with autochthonous and Spanish constructions and places expresses the conflict of cultures and his migrant condition. As a theoretical basis we are guided by scholars whose reflections are directed to the nation and identity: Anderson (2008), Bauman (2005), García Canclini (2019), Hall (2006), Silva (2014); to Latin American literature and arguedian production: Bareiro Saguier (1979), Candido (1979), Cornejo Polar (1989, 1997, 2000, 2003), Moraña (1997, 1999, 2000), Moreiras (2001), Rama (2001, 2008), Santiago (2000), Uslar Pietri (2007); and the concept of landscape: Alves (2013), Berque (2012, 2018), Bessa (2020), Besse (2014), Collot (2012, 2013), Dardel (2015), Tuan (2012, 2013). At the end of our analysis, we verify how heterogeneity, arising from the conflict of cultures, is present both in materiality and in the perception of space, as well as we highlight the importance of the body and the five senses, especially hearing, in the relationship that Ernesto establishes with space.
dc.identifier.urihttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/18402
dc.language.isopor
dc.relation.departamentCLCH - Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas
dc.relation.institutionnameUniversidade Estadual de Londrina - UEL
dc.relation.ppgnamePrograma de Pós-Graduação em Letras
dc.subjectOs rios profundos
dc.subjectHeterogeneidade espacial
dc.subjectJosé María Arguedas
dc.subjectPaisagem
dc.subjectLiteratura e geografia
dc.subjectLiteratura latino-americana - História e crítica
dc.subjectHistória social
dc.subjectRelações culturais
dc.subjectMigração interna
dc.subjectHeterogeneidade
dc.subject.capesLingüística, Letras e Artes - Letras
dc.subject.cnpqLingüística, Letras e Artes - Letras
dc.subject.keywordsLos ríos profundos;
dc.subject.keywordsSpatial heterogeneity;
dc.subject.keywordsJosé María Arguedas;
dc.subject.keywordsLandscape;
dc.subject.keywordsLiterature and geography
dc.subject.keywordsLatin American literature
dc.subject.keywordsHistory and criticism
dc.subject.keywordsSocial history
dc.subject.keywordsCultural relations
dc.subject.keywordsMigration, Internal
dc.subject.keywordsHeterogeneity
dc.titleA paisagem em José María Arguedas: por uma heterogeneidade espacial
dc.title.alternativeThe landscape in José María Arguedas: for a spatial heterogeneity
dc.typeDissertação
dcterms.educationLevelMestrado Acadêmico
dcterms.provenanceCentro de Letras e Ciências Humanas

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