Autorregulação da aprendizagem na formação de professores de inglês : planejamento, ação, observação e reflexão em uma sequência de aulas sobre o gênero plano de aula
Data
2024-07-08
Autores
Nogueira, João Paulo da Mata
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Resumo
O ato de estudar não é óbvio para todas as pessoas e até mesmo alguém que queira estudar pode não saber como fazê-lo (Ribeiro, 2012). Nesse sentido, a autorregulação da aprendizagem (ARA) envolve tornar estudantes e docentes mais conscientes de seus processos mentais nas dimensões cognitiva, metacognitiva, afetiva, motivacional, social, ambiental e comportamental, para que possam ser agentes por meio da utilização estratégica desses processos para alcançar seus objetivos (Panadero; Alonso-Tapia, 2014). Partindo desse entendimento, temos como objetivo principal desta pesquisa fomentar a formação didático-pedagógica de futuros professores de inglês com vistas à conscientização acerca do papel e da promoção da ARA no processo de ensino-aprendizagem. Partimos das seguintes perguntas de pesquisa: 1) Que âmbitos e componentes foram implicados com a implementação parcial do produto educacional e percebidos pelos estudantes professores?; e 2) Que subprocessos da ARA os estudantes-professores foram capazes de incorporar no plano de aula e de que maneiras? Para respondermos a esses questionamentos, elaboramos dois objetivos específicos: a) Avaliar a compreensão de estudantes-professores sobre a ARA e os meios utilizadas para promovê-la; e b) Conhecer impressões emergentes dos estudantes-professores concernentes à ARA, após a adaptação de um plano de aula para a promoção dessa autorregulação da aprendizagem. Para alcançar essas metas, lançamos mão de dois construtos metodológicos. O primeiro objetivou a elaboração, pelo professor pesquisador, de um Produto Educacional (PE) — um e-book, com os procedimentos apontados por Kaplún (2003) e Leite (2018), os quais defendem a observância de três eixos: conceitual — o que ensinamos; o pedagógico — como ensinamos; e comunicacional — como materializamos o PE. O segundo consistiu em uma pesquisa-ação que contou com planejamento, ação, observação e reflexão, etapas que foram imbricadas em uma sequência de aulas que ocorreu no curso de Letras Inglês da UEL. Para a análise dos dados, utilizamos os procedimentos de Análise Temática (Terry et al., 2017). Quanto ao PE elaborado, desenvolveu-se um livro digital editável com cinco unidades didáticas divididas em quatro seções: plano de aula, aprendizagem autorregulada, a ARA aplicada ao ensino e consolidação. Quanto à pesquisa-ação, nossos principais resultados, decorrentes da aplicação parcial do PE, foram que os estudantes-professores: endossaram a integração da ARA no currículo, confirmaram a relevância da ARA, incrementaram as crenças de autoeficácia, avaliaram o PE positivamente (94,11% - 16/17 itens), conseguiram adaptar seus planos de aula para a promoção da autorregulação (100% - 23/23 estudantes-professores), experienciaram prazer, facilidades e dificuldades no processo de adaptação do plano de aula, relataram o aprimoramento da prática docente e ampliaram a consciência sobre o processo de aprendizagem. Esperamos que esse trabalho ajude a dirimir a lacuna da ARA na formação de professores de inglês e auxilie outros cursos de Letras por meio da adoção do PE. Outrossim, desejamos que esta pesquisa reforce a importância da criação de uma disciplina sobre a ARA, contribua para a educação, sobretudo na formação de professores autorregulados e no aprimoramento da prática docente promotora da ARA, fornecendo diversos exemplos de como é possível promover a ARA em diferentes tipos de atividades.
Descrição
Palavras-chave
Autorregulação da aprendizagem, Plano de aula, Formação inicial de professores de inglês, Teoria social cognitiva, Pesquisa-ação, Formação de professores, Ensino de línguas