Fernando de Azevedo, ecos filosóficos que inspiraram o filósofo e educador brasileiro

Data

2024-03-13

Autores

Rodrigues, João Carlos Domingues dos Santos

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Resumo

As primeiras décadas do século 20 marcaram o Brasil pelo alvorecer do espírito revolucionário, quer nas artes, quer na filosofia; e 1932 consolidou a figura de Fernando de Azevedo como um de nossos mais brilhantes teóricos da educação. Professor de psicologia, educação física, latim, sociologia e filosofia, este ex-membro da Companhia de Jesus, ao conhecer as mazelas da educação, assumiu a posição de defensor da educação básica e universitária. Embora sua posição tenha sido de que os problemas em educação são, na verdade, de origem filosófica, e de que todo o plano nacional de educação deve ser guiado por uma filosofia de vida, Fernando de Azevedo é mais conhecido como sociólogo; este é um dos elementos que fizeram nascer nossa inquietação: é possível denominar este autor como filósofo do Brasil sem, com isto, colocá-lo em posição de negação da tradição filosófica? Nossa hipótese é de que sim é possível, e o exame apurado de suas obras e de alguns de seus comentadores nos foi dando esta certeza. Esta nossa dissertação objetivou, então, evidenciar a realidade de Fernando de Azevedo como filósofo do Brasil, com uma filosofia original que não negligencia a tradição, mas a deglute. Para dar concretude e especificidade a este propósito percorremos um caminho que partiu de um olhar para os atuais estudos acerca de nosso autor, bem como, de inscrevê-lo em diálogo com os conflitos históricos e culturais de seu tempo, enraizando-o na realidade. Em um segundo momento, para compreender as premissas de seu pensamento, distintamente do que outros já haviam feito, colocamos Fernando de Azevedo em diálogo com aqueles filósofos da tradição que exerceram influência na elaboração de sua novidade filosófica. E em um terceiro instante, sistematizando sua filosofia, analisamos cinco de seus principais temas, evidenciando a relevância das contribuições azevedianas, assim como a atualidade de suas reflexões para pensarmos as questões educacionais de hoje. O método de abordagem por nós utilizado mesclou preceitos e práticas dos métodos indutivo e dedutivo, valendo-nos de um contato direto com as obras Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova; A Cultura Brasileira; Na Batalha do Humanismo; e História da minha vida, que adotamos por guia e que nos levaram às demais obras de nosso autor e, em decorrência delas, às obras de outros filósofos da tradição. Ao final deste percurso, não apenas confirmamos nossa hipótese, mas foi crescendo em nós a admiração pelo papel deste ilustre personagem brasileiro, cujas contribuições se fazem um tanto esquecidas e minimizadas. Esperamos que nossa dissertação seja fonte de estímulo e motivação para novas e mais aprofundadas pesquisas sobre a filosofia deste ‘mestre brasileiro’, o professor e filósofo Fernando de Azevedo, haja vista a necessidade atual de valorização de nossas raízes filosóficas e culturais.

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Palavras-chave

Filosofia da educação, Fernando de Azevedo, Filosofia do Brasil, Antropofagia, Educação - Filosofia, Educação básica - Brasil, Ensino superior, Gestão educacional

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