Trajetórias da aptidão muscular na infância, na adolescência e na idade adulta e seus fatores associados

Data

2025-03-19

Autores

Gomes, Robinson Rodrigues

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Resumo

OBJETIVOS: Analisar as trajetórias da aptidão muscular na infância, adolescência e idade adulta e seus fatores associados. Os objetivos específicos foram: a) revisar a literatura sobre o desenvolvimento longitudinal da aptidão muscular; b) identificar as trajetórias da aptidão muscular em diferentes fases da vida; c) identificar os preditores da aptidão muscular na infância, na adolescência e na idade adulta. MÉTODOS: Este estudo é parte do projeto "Trajetórias da aptidão cardiorrespiratória na infância e adolescência com indicadores de função cognitiva na idade adulta: um estudo longitudinal". Foram selecionados 206 escolares de 7 a 10 anos e 166 de 11 a 14 anos na primeira fase (2002-2005). Na segunda fase (2016), 150 indivíduos entre 21 e 25 anos foram localizados. Na terceira fase (2024), 68 participantes entre 28 e 32 anos foram convidados. Nas três fases do estudo foram coletadas as características antropométricas, de composição corporal e testes motores (preensão manual, teste abdominal e impulsão horizontal), além do nível maturacional (fase 1) e da atividade física habitual (fase 3). Os dados foram processados nos softwares SPSS v.29.0 e Stata/IC v.17.0, utilizando-se análise de trajetória, análise de correlação de Pearson e regressão linear múltipla. RESULTADOS: A revisão de literatura identificou 6 artigos longitudinais, todos mostrando aumento na aptidão muscular na infância e adolescência. Os principais preditores foram massa corporal, estatura, idade cronológica, massa magra, sexo e maturação. A análise de trajetória indicou que o modelo quadrático com divisão em três grupos melhor caracterizou os dados. Na infância, 22,9% estavam abaixo da média de aptidão muscular, 56,7% na média e 20,4% acima, e os preditores desta fase foram: massa magra (ß = 0,428; P<0,001), estatura (ß = 0,255; P = 0,004) e sexo (ß = -0,179; P<0,001), responsáveis por até 49,7% da variação observada na aptidão muscular. Na adolescência, 30,6% estavam abaixo da média, 49,8% na média e 19,6% acima, tendo como preditor o PVC (ß = 0,256; P<0,001), explicando até 6% da variação observada. Na idade adulta, 56,4% estavam abaixo da média, 31,5% na média e 12,1% acima. Observou-se aumento na aptidão muscular durante a infância e adolescência, com platô aos 23 anos, seguido de declínio, os preditores desta fase foram: massa muscular (ß = 0,587; P = 0,093), sexo (ß = -0,551; P<0,001), IMC (ß = -0,507; P = 0,021) e estatura (ß = -0,491; P = 0,048), correspondendo até 72,8% da variação observada. CONCLUSÃO: A aptidão muscular segue um padrão parabólico, com aumento constante na infância e adolescência, atingindo platô na primeira metade da segunda década de vida e declinando posteriormente. O estudo, realizado ao longo de três fases do desenvolvimento físico, identificou variáveis antropométricas, sexo e estado maturacional como preditores significativos em diferentes fases da vida. Esses achados destacam a importância de considerar essas variáveis na avaliação e promoção da aptidão muscular ao longo do desenvolvimento humano.

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Palavras-chave

Aptidão muscular, Trajetórias desenvolvimentais, Infância, Adolescentes, Adultos, Estudo longitudinal, Preditores

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