Polimorfismos intrônicos no gene do fator de transcrição FOXP3 e níveis da IL-10 como biomarcadores de susceptibilidade e prognóstico na oncogênese cervical induzida pelo HPV

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Resumo: A infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV) de alto risco (hrHPV) inicia e, em conjunto com outros fatores, promove a carcinogênese na cérvice uterina, a progressão para lesões intraepiteliais escamosas (SIL) e consequentemente para câncer de colo de útero (CCU) Ainda que o vírus seja bem-sucedido em causar infecção produtiva no hospedeiro, sua presença é notada pelo sistema imune, que é hábil em estabelecer respostas epiteliais de defesa eficientes e eliminar o vírus No entanto, ao longo da evolução, o HPV desenvolveu a capacidade de se evadir da resposta imune, modulando a dinâmica imunológica, especialmente de células T, a seu favor Alvo desses mecanismos de evasão são as células T regulatórias (Treg), identificadas pela expressão constitutiva do fator de transcrição forkhead box P3 (FOXP3) Estas células possuem atividade supressora sobre respostas efetoras e contribuem para a persistência da in-fecção e progressão tumoral Neste contexto, variantes genéticas no gene FOXP3 podem alterar seus níveis intracelulares e sua função, estando associadas à diversas doenças humanas Desta forma, este estudo objetivou analisar os polimorfismos genéticos rs2232365 e rs3761548 em mulheres infectadas pelo HPV e portadoras de SIL e mulheres não infectadas livres de lesões e buscar uma possível correlação entre estes polimorfismos e os níveis plasmáticos e cervicais da interleucina 1 (IL-1) A detecção e genotipagem do HPV e genotipagem dos polimorfismos genéticos de FOXP3 foram realizadas através da técnica de reação em cadeia da polimerase seguida de digestão enzimática (PCR RFLP) A dosagem da IL-1 foi realizada pelo ensaio imunoenzimático (ELISA) de captura O genótipo homozigoto do polimorfismo rs3761548 (A/A) (relacionado à diminuição da expressão de FOXP3) é um bom preditor de proteção na infecção pelo HPV em mulheres (ORAj = 6; IC95% = 36 – 99; p = 49); este genótipo é também um preditor independente de proteção para o desenvolvimento de lesão intraepitelial de alto grau (HSIL) (ORAj = 28; IC95% = 11 – 68; p = 6) Além disso, o genótipo homozigoto (G/G) do polimorfismo rs2232365 (relacionado ao aumento da expressão de FOXP3) mostrou ser um fator de risco independente para a infecção por HPV (ORAj = 21; IC95% = 16 – 415; p = 33) A análise de haplótipos não mostrou associação significativa em nosso estudo Além disso, não foram detectadas diferenças significativas entre os genótipos do FOXP3 e os níveis de IL-1 em nosso estudo Nós sugerimos que a presença de alelos poli-mórficos do gene FOXP3 não afeta a expressão de IL-1 O presente estudo demonstrou, pela primeira vez, associações significativas entre variantes genéticas de FOXP3 e a infecção por HPV e diagnóstico de SIL Estes dados revelam que o uso dos polimorfismos de FOXP3 podem ser úteis na prática clínica como marcadores moleculares de susceptibilidade e prognóstico à infecção pelo HPV e ao câncer de colo do útero, respectivamente

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Palavras-chave

Polimorfismo (Genética), Vírus do papiloma, Patologia experimental, Genetic polymorphisms, Papillomaviruses, Experimental pathology

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