Diagnóstico coproparasitológico, imunológico e molecular da estrongiloidíase em pacientes portadores de tuberculose

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Bosqui, Larissa Rodrigues

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Resumo

Resumo: Casos de pacientes com coinfecção de tuberculose e estrongiloidíase são pouco estudados e relatados No entanto, ambos quadros patológicos possuem cenário relevante na epidemiologia da saúde pública apresentando populações vulneráveis coincidentes Diante do aumento da incidência de tuberculose em regiões tropicais e subtropicais, regiões nas quais existe uma alta prevalência de parasitas gastrointestinais, sobretudo da estrongiloidíase, nosso objetivo foi realizar o diagnóstico coprológico, imunológico e molecular da estrongiloidíase humana Para isso, aprimoramos o diagnóstico sorológico e salivar através da detecção de imunocomplexos IgG anti – S stercoralis Além disso, através de um teste rápido e sensível, Dot-ELISA, realizamos o diagnóstico salivar para detecção de IgA específico Utilizando a biologia molecular, foi possível comparar o diagnóstico imunológico, soro e saliva, com o diagnóstico molecular nas fezes, através de dois primers, gênero e espécie específico A partir desses dados, realizamos um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo e incluímos os pacientes com tuberculose, no diagnóstico imunológico e molecular Calculamos através do software GraphPad, área sob a curva, índice geral de acurácia diagnóstica, índice Kappa e as correlações entre os diferentes testes diagnósticos Para o teste de quimiluminescência os resultados foram interpretados com a ajuda do programa Image Quant Nossos resultados demonstraram que, a detecção de imunocomplexos IgG no soro foi de 3% (n=3) para o grupo I (indivíduos saudáveis) e 93% (n=3) para o grupo II (copropositivos para S stercoralis), enquanto que, para a saliva, a detecção foi de 2% grupo I e 3% grupo II O Dot-ELISA para detecção de IgA na saliva em pacientes positivos para S stercoralis (n=1), apresentou resultados semelhantes ao teste ELISA, com sensibilidade de 7% e 6% e especificidade de 85% e 9%, respectivamente A comparação entre o diagnóstico imunológico e molecular demonstrou que 97,1% dos 35 indivíduos copropositivos para S stercoralis foram positivos para IgG sérica e 19 54,3% foram positivos para IgA salivar Em relação à análise molecular, ambos os primers demonstraram positividade em 1% das amostras Dos prontuários disponíveis para a análise dos pacientes, 86 casos eram positivos para tuberculose, sendo a maioria do sexo masculino (76%) com faixa etária entre 2 e 91 anos Os principais sinais clínicos apresentados foram tosse, febre e perda de peso Em relação à forma clínica, 67% dos pacientes apresentaram a forma pulmonar, e 33% a forma não pulmonar Casos positivos para tuberculose em associação com HIV/AIDS corresponderam a 37% Em relação ao imunodiagnóstico em pacientes portadores de tuberculose, a detecção de IgA foi de 34% para o grupo I (n=5) e 66% para o grupo II (n=5), na saliva Enquanto que IgG na saliva para o grupo I foi de 46% e IC-IgG 38% Já no grupo II foi de 52% e 62%, respectivamente No soro observamos 36% de positividade para IgA no grupo I e 6% grupo II Em relação a detecção de IgG e IC-IgG no soro, grupo I foi de 46% e 34%, respectivamente No Grupo II 58% para IgG e 68% para IC-IgG Quanto ao diagnóstico molecular, a positividade foi de 3,7% (16/52), tanto pela qPCR quanto pela cPCR Os valores de Cts variaram de 326-49 (média 382) Com isso, o uso do diagnóstico molecular juntamente com o imunodiagnóstico, podem ser considerados como uma ferramenta complementar na triagem da estrongiloidíase, especialmente, considerando a gravidade da coinfecção neste grupo de pacientes Casos de pacientes em coinfecção com tuberculose e estrongiloidíase são pouco estudados e relatados, no entanto, a realização de exames que complementem o diagnóstico rápido e preciso dessas infecções são essenciais para o bom prognóstico dos pacientes

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Palavras-chave

Estrongiloidíase, Tuberculose, Patologia experimental, Strongyloidiasis, Tuberculosis, Experimental pathology

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