Variações genéticas, níveis cervicais e plasmáticos de TGFB1: implicações na infecção pelo HPV e no câncer cervical

dc.contributor.advisorOliveira, Karen Brajão de
dc.contributor.authorTrugilo, Kleber Paiva
dc.contributor.bancaGuembarovski, Roberta Losi
dc.contributor.bancaGalhardi, Ligia Carla Faccin
dc.contributor.bancaLozovoy, Marcell Alysson Batisti
dc.contributor.bancaWatanabe, Maria Angelica Ehara
dc.coverage.extent104 p.
dc.coverage.spatialLondrina
dc.date.accessioned2024-07-25T14:15:44Z
dc.date.available2024-07-25T14:15:44Z
dc.date.issued2020-04-03
dc.description.abstractO papilomavírus humano (HPV) é o principal agente causador das lesões intraepiteliais cervicais e do câncer cervical. Entretanto, a resposta imune apresenta um impacto considerável no desfecho da infecção. Neste contexto, o fator de transformação do crescimento ß 1 (TGFB1) parece desempenhar um papel dual, atuando como supressor ou favorecendo a progressão das lesões e do câncer. Como variações genéticas podem influenciar a produção de TGFB1, o presente estudo teve como objetivo verificar o papel das variações genéticas c.–1638G>A, c.–1347T>C, c.29C>T e c.74G>C de TGFB1 e suas estruturas haplotípicas na suscetibilidade à infecção pelo HPV e no desenvolvimento das lesões cervicais e do câncer, além de analisar se os haplótipos influenciam os níveis cervicais e plasmáticos de TGFB1. Um total de 402 mulheres participaram do estudo. Amostras de muco cervical e sangue periférico foram coletadas de 351 mulheres submetidas a exame citológico e amostras de tecido tumoral embebidas em parafina de 51 pacientes foram fornecidas pelo Hospital do Câncer de Londrina. As participantes foram estratificadas com base na presença ou ausência de DNA do HPV, testada pela reação em cadeia da polimerase (PCR), e de acordo com o status cervical, conforme determinado por análise citológica ou biópsia cervical [sem lesão cervical, lesões de baixo e alto grau (LIEBG e LIEAG) e câncer]. Dados clínicos e histopatológicos de pacientes com câncer e dados sociodemográficos de todos as participantes também foram coletados. Os genótipos das variações de TGFB1 foram determinados por PCR seguida de digestão enzimática e as estruturas haplotípicas foram inferidas pelo software PHASE 2.1.1. Os níveis cervicais e plasmáticos de TGFB1 foram medidos por ensaio imunofluorimétrico. As análises caso-controle foram realizadas por regressão logística ajustada para possíveis fatores de confusão e por testes de Mann-Whitney e Kruskal Wallis. Para a primeira produção científica (artigo 1), foram incluídas 190 mulheres não infectadas por HPV (controles) e 161 infectadas. Entre as infectadas (com exclusão de cinco pacientes), 80 (51,3 %) não apresentavam lesão cervical, 23 (14,7 %) possuíam LIEBG e 53 (34,0 %) tinham LIEAG. A análise das variantes genéticas mostrou que os alelos –1347T (P = 0,028) e 29C (P = 0,006) e o genótipo 29CC (P = 0,023) foram proporcionalmente mais frequentes nas mulheres infectadas do que nas não infectadas (40.1%, 50.0%, 24.8% e 32.1%, 39.7%, 17.4%, respectivamente), enquanto não houve diferença entre os grupos de lesão. Considerando os haplótipos, oito estruturas foram inferidas. Dessas, GCTG, aqui denominado *4, foi mais frequente no grupo infectado do que no não infectado (P = 0,003). A análise por regressão logística mostrou que mulheres –1347TT e – 1347CT+TT foram mais suscetíveis à infecção pelo HPV do que –1347CC (OR = 2,16; IC95 % = 1,10 – 4,25 e OR = 1,62; IC95 % = 1,03 – 2,54). Da mesma forma, 29CT, 29CC e 29CT+CC aumentaram a suscetibilidade ao HPV quando comparados com 29TT (OR = 1,77; IC95 % = 1,06 – 2,97; OR = 2,31; IC95 % = 1,23 – 4,34 e OR = 1,92; IC95 % = 1,18 – 3,12, respectivamente). Por outro lado, portadoras do haplótipo *4 (que contém os alelos –1347C e 29T) em homozigose foram menos suscetíveis ao HPV do que as não portadoras de *4 (OR = 0,39; IC95 % = 0,21 – 0,72). Por fim, comparando os dois haplótipos mais frequentes, *3 (GTCG) com *4, mulheres *3/*3 e *3/*4 foram mais suscetíveis ao HPV do que mulheres *4/*4 (OR = 2,13; IC95% = 1,13 – 4,00 e OR = 2,81; IC95% = 1,29 – 6,10, respectivamente). As pacientes infectadas pelo HPV apresentaram níveis maiores de TGFB1 no plasma [4575,19 (IQR = 4392,34) pg/mL] e no muco cervical [53,17 (IQR = 56,46) pg/mg de proteínas] comparadas com as não infectadas [2964,80 (IQR = 3091,45) pg/mL e 32,57 (IQR = 54,49) pg/mg de proteínas, respectivamente] (P = 0,001 e P = 0,008, respectivamente). Maiores níveis também foram observados no plasma do grupo LIEBG [6653,45 (IQR = 5098,44) pg/mL] do que no grupo sem lesão [3689,4 (IQR = 3383,8) pg/mL] (P = 0,010). Com relação aos haplótipos, mulheres infectadas portando *3/outros (heterozigotas) apresentaram níveis menores de TGFB1 plasmático do que mulheres infectadas não portadoras (outros/outros) [3067,13 (IQR 4200,20) pg/mL e 4836,23 (IQR 4313,38) pg/mL, respectivamente, P = 0,03]. Da mesma forma, mulheres infectadas *3/*3 + *3/outros [3993,99 (IQR = 4173,05)] tiveram níveis mais baixos de TGFB1 plasmático (P = 0.04) do que as infectadas não portadoras [4836,23 (IQR = 4313,38)]. No segundo artigo, foram incluídas apenas pacientes infectadas (n = 130) e distribuídas nos grupos sem lesão (79/60,8 %) e câncer (51/39,2 %). Inicialmente, nenhuma das variações genéticas enquanto marcadores isolados foi associada com o câncer. No entanto, o haplótipo GTCG nos modelos dominante e recessivo aumentou a suscetibilidade ao câncer cervical (OR = 2,48; IC95% = 1,05 – 5,83 e OR = 4,73; IC95% = 1,18 – 19,02; respectivamente). Com base nos resultados dos artigos 1 e 2, esta é a primeira vez que haplótipos de TGFB1 foram associados com a infecção pelo HPV e com o câncer cervical, sugerindo as estruturas haplotípicas de TGFB1 (c.–1638G>A, c.–1347T>C, c.29C>T e c. 74G>C) como potenciais loci candidatos de suscetibilidade para estas doenças.
dc.description.abstractother1Human papillomavirus (HPV) is the main agent for cervical lesions and cancer development. However, the immune response presents a considerable impact on the infection outcome. In this context, transforming growth factor beta 1 (TGFB1) seems to play a dual role, acting as suppressor or favoring lesions progression. Since genetic variations may influence TGFB1 production levels, the present study purpose was to verify the role of TGFB1 variations (c.–1638G>A, c.–1347T>C, c.29C>T and c.74G>C) and their haplotype structures on HPV infection susceptibility and on cervical lesions and cancer development, and further, to analyze if the haplotype structures influence TGFB1 cervical and plasma levels. A total of 402 women participated in the study. Cervical mucus and peripheral blood samples were collected from 351 women who underwent outpatient cytology testing and tumor tissue samples embedded in paraffin from 51 patients were provided by the Londrina Cancer Hospital. Participants were stratified based on presence or absence of HPV DNA, as tested by polymerase chain reaction (PCR), and based on cervical status, as determined by cervical cytology or biopsy [no cervical lesion (NL), low- and high-grade lesions (LSIL and HSIL) and cancer]. Clinical and histopathological data from cancer patients and sociodemographic data from all participants were also collected. TGFB1 genotypes were assessed by PCR followed by enzymatic digestion and haplotype structures were inferred by PHASE software 2.1.1. Cervical and plasma levels of TGFB1 were determined by immunofluorimetric assay. Case–control analyses were performed by logistic regression adjusted for possible confounding factors and by Mann-Whitney and Kruskal-Wallis tests. For the first scientific production (Paper 1), 190 HPV-uninfected women (controls) and 161 HPV-infected were included. Among the infected (excluding five patients), 80 (51.3 %) presented NL, 23 (14.7 %) had LSIL whereas 53 (34.0 %) had HSIL. Analysis of the genetic variants showed that the –1347T (P = 0.028) and 29C (P = 0.006) alleles and the 29CC genotype (P = 0.023) were proportionally more frequent in infected than in uninfected women (40.1%, 50.0%, 24.8% e 32.1%, 39.7%, 17.4%, respectively), while there was no difference between the lesion groups. Regarding the haplotype, eight structures were inferred. Of these, GCTG, here designated *4, was more frequent in the infected than in the uninfected group (P = 0.003). Logistic regression analysis showed that –1347TT and –1347CT+TT women were more susceptible to HPV infection than –1347CC (OR = 2.16; CI95% = 1.10 – 4.25 and OR = 1.62; CI95% = 1.03 – 2.54). Likewise, 29CT, 29CC and 29CT+CC increased susceptibility to HPV when compared with 29TT (OR = 1.77; CI95% = 1.06 – 2.97; OR = 2.31; CI95% = 1.23 – 4.34 and OR = 1.92; CI95% = 1.18 – 3.12, respectively). On the other hand, carriers of the *4 haplotype (which contains the –1347C and 29T alleles) in homozygosity were less susceptible to HPV than those without *4 (OR = 0.39; CI95% = 0.21 – 0.72). Finally, comparing the two most frequent haplotypes, *3 (GTCG) with *4, women *3/*3 and *3/*4 were more susceptible to HPV than those *4/*4 (OR = 2.13; CI95% = 1.13 – 4.00 and OR = 2.81; CI95% = 1.29 – 6.10, respectively). HPV-infected patients had higher levels of TGFB1 in plasma [4575.19 (IQR = 4392.34) pg/mL] and cervical mucus [53.17 (IQR = 56.46) pg/mg of protein] compared with uninfected ones [2964.80 (IQR = 3091.45) pg/mL and 32.57 (IQR = 54.49) pg/mg of protein, respectively] (P = 0.001 and P = 0.008, respectively). Higher plasma levels were also observed in the LSIL group [6653.45 (IQR = 5098.44) pg/mL] than in the NL group [3689.4 (IQR = 3383.8) pg/mL] (P = 0.010). Regarding the haplotypes, infected women carrying *3/others (heterozygotes) had lower plasma levels of TGFB1 than infected non-carriers (others/others) [3067.13 (IQR 4200.20) pg/mL and 4836.23 (IQR 4313.38) pg/mL, respectively, P = 0.03]. Likewise, infected women *3/*3 + *3/others [3993.99 (IQR = 4173.05)] had lower plasma levels of TGFB1 (P = 0.04) than infected non-carriers [4836.23 (IQR = 4313.38)]. In the second paper, only HPV-infected patients (n = 130) were included and divided in NL (79/60.8 %) and cervical cancer (51/39.2 %). Initially, none of the genetic variations as single markers was associated with cancer. However, GTCG haplotype in both dominant and recessive models increased the susceptibility to cervical cancer (OR = 2.48, CI95% = 1.05 – 5.83 and OR = 4.73, CI95% = 1.18 – 19.02, respectively). Based on results in the paper 1 and 2, this is the first time that TGFB1 haplotypes were associated with HPV infection and cervical cancer, suggesting c.–1638G>A, c.– 1347T>C, c.29C>T and c.74G>C TGFB1 haplotype structures as potential candidate of susceptibility loci.
dc.identifier.urihttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/17081
dc.language.isopor
dc.relation.departamentCCB - Departamento de Biologia Geral
dc.relation.institutionnameUniversidade Estadual de Londrina - UEL
dc.relation.ppgnamePrograma de Pós-Graduação em Patologia Experimental
dc.subjectPolimorfismo
dc.subjectSNP
dc.subjectCâncer de colo do útero
dc.subjectrs1800468
dc.subjectrs1800469
dc.subjectrs1800470
dc.subjectrs1800471
dc.subjectVírus do papiloma
dc.subjectPapilomavírus humano (HPV)
dc.subjectHPV - Vírus
dc.subjectCâncer cervical
dc.subject.capesCiências da Saúde - Medicina
dc.subject.keywordsPolymorphism
dc.subject.keywordsSNP
dc.subject.keywordsCancer of uterine cervix
dc.subject.keywordsrs1800468
dc.subject.keywordsrs1800469
dc.subject.keywordsrs1800470
dc.subject.keywordsrs1800471
dc.subject.keywordsHuman papillomavirus (HPV)
dc.subject.keywordsPapilloma virus
dc.subject.keywordsCervical cancer
dc.titleVariações genéticas, níveis cervicais e plasmáticos de TGFB1: implicações na infecção pelo HPV e no câncer cervical
dc.title.alternativeGenetic variations, cervical and plasma levels of TGFB1 : implications on HPV infection and cervical cancer
dc.typeTese
dcterms.educationLevelDoutorado
dcterms.provenanceCentro de Ciências Biológicas

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