Exposição aos agrotóxicos e níveis plasmáticos de cortisol, citocinas e perfil redox em pacientes com câncer de mama

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Resumo: O câncer de mama é conhecido pela sua alta incidência entre as mulheres no mundo e muito já se conhece sobre os diversos fatores envolvidos no seu surgimento e desenvolvimento Entre os fatores ambientais, os agrotóxicos vêm ganhando destaque por se mostrarem capazes de atuar na progressão tumoral e gerar quadros de pior prognóstico Vários mecanismos de lesão ao DNA podem estar envolvidos, mas, pouco se sabe sobre os efeitos dos pesticidas nos níveis plasmáticos de citocinas pró-inflamatórias, hormônios e substâncias envolvidas com o perfil redox, as quais são importantes no contexto da carcinogênese, e, a relação destas substâncias com características prognósticas importantes no câncer de mama Além disso, fatores relacionados ao estilo de vida das pacientes, como a obesidade, também parecem contribuir para um desfecho de pior prognóstico, principalmente pela existência de um ambiente pró-inflamatório de baixo grau crônico instalado, o qual promove alterações hormonais importantes, como no eixo do cortisol Assim este trabalho teve como objetivos: avaliar se mulheres portadoras de câncer de mama expostas cronicamente aos agrotóxicos apresentam relação entre desregulação imunoendócrina e desbalanço redox com desfechos de pior prognóstico e, analisar a correlação dos níveis de cortisol sistêmico e parâmetros de pior prognóstico em pacientes com câncer de mama, levando em consideração a categorização das pacientes de acordo com IMC (Índice de Massa Corpórea) A população de estudo foram mulheres com indicativo de câncer de mama atendidas no Hospital do Câncer de Francisco Beltrão, Paraná, Brasil, entre os períodos de 215 e 217 Durante a cirurgia para retirada de material para biópsia, no período das 14 às 17 horas, amostras de sangue (1 mL) foram coletadas assim como, das pacientes com diagnóstico positivo para câncer de mama também foram coletadas características clinicopatológicas dos prontuários médicos Todos os dados foram analisados através do Graph Pad Prism 7 e SPSS Statistic 2, considerando significância estatística p= ,5 Para demonstrar se há relação dos agrotóxicos com marcadores endócrinos, imunológicos e de estresse oxidativo, iniciamente as pacientes (n=73), que responderam a um questionário sobre exposição direta aos agrotóxicos, foram categorizadas como expostas ou não-expostas Das amostras de sangue destas pacientes foram dosados: cortisol, citocinas (TNF-a e IL-1ß) e o perfil redox (hidroperóxidos, NO e TRAP), para posterior correlação com parâmetros clinicopatológicos Observamos que os níveis de TNF-a, cortisol e TRAP variaram em relação ao status menopausal das pacientes Os níveis de TNF-a e TRAP foram aumentados nas pacientes menopausadas não expostas aos pesticidas quando comparadas às expostas (p=,443 e p=,488, respectivamente) Já nas pacientes na pré-menopausa, estas apresentaram um aumento significativo nos níveis de cortisol no grupo não exposto em relação aos expostos (p=,262) Ao contrário, o TRAP nas mulheres na pré-menopausa expostas apresentaram níveis aumentados em comparação com as não expostas (p=,6) Além disso, as pacientes não expostas portadoras de tumores de grau 2 apresentaram níveis reduzidos de hidroperóxidos quando comparadas as pacientes expostas do mesmo grau (p=,488) Outra diferença observada foi à redução dos níveis de TNF-a nas pacientes expostas quando comparadas as não expostas, em relação a presença de êmbolos angiolinfáticos (p = ,128) Em relação a IL-1ß, pacientes obesas não expostas apresentaram níveis aumentados em relação às expostas aos pesticidas (p=,247) Desta forma, podemos concluir que a exposição crônica aos pesticidas em mulheres com câncer de mama pode contribuir com desfechos de pior prognóstico, em decorrência de desregulação imunoendócrina e redox, influenciada principalmente pelo status menopausal das pacientes Em seguida, foi analisado se o nível de cortisol plasmático está associado a parâmetros de pior prognóstico quando as pacientes são categorizadas de acordo com o IMC (n=115), sem levar em consideração a exposição aos agrotóxicos Observou-se que o cortisol sistêmico foi significativamente aumentado nas pacientes com câncer de mama obesas em relação às eutróficas (p=,51) Pacientes obesas apresentaram cortisol elevado em associação com tumor Luminal B em relação às eutróficas (p=,211) e as sobrepesos (p=,191), enquanto as sobrepesos apresentaram níveis elevados de cortisol em associação com tumores Triplo Negativo em relação às eutróficas (p=,31) e as obesas (p=,296) Além disso, a presença de metástase linfonodal, de êmbolos angiolinfáticos e de tumores de alto grau foi relacionada com níveis aumentados de cortisol sérico em pacientes com excesso de peso corporal Assim, IMC elevado parece ter um efeito negativo sobre o câncer de mama, levando em consideração os níveis de cortisol sérico e parâmetros de pior prognóstico

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Palavras-chave

Produtos químicos agrícolas, Patologia experimental, Mamas, Câncer, Citocinas, Agricultural chemicals, Experimental pathology, Breast, Cytokines, Pesticides, Cancer

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