Viabilidade celular, medidas digitais e características de rolagem de enxertos pré-cortados para ceratoplastia endotelial pré-Descemet pelo banco de olhos

Data

2021-09-21

Autores

Prado, Rodrigo Bueno do

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Resumo

Objetivo: determinar a viabilidade celular, medidas digitais, e características de rolagem de enxertos pré-cortados para ceratoplastia endotelial pré-Descemet, e investigar a percepção de observadores sobre vídeos da técnica em duas e três dimensões (3D). Desenho: estudo experimental com 49 botões corneoesclerais destinados ao descarte entre agosto de 2018 e setembro de 2020 pelo banco de olhos de Londrina. Participantes: foram incluídas 47 córneas com densidade celular endotelial (DCE) acima de 2.000 células/mm2 (céls./mm2), duas córneas foram excluídas por facectomia prévia. Intervenção: dados de idade, sexo, diabetes mellitus, DCE, tempo entre óbito e preservação (TOP), tempo total preservação (TTP) foram coletados do prontuário do banco de olhos. Foram gravadas as dissecções dos enxertos utilizando microscópio binocular (MB) ou o sistema cirurgia com cabeça erguida em 3D (CCE-3D) por conveniência. Os botões corneoesclerais foram dissecados por injeção de ar intraestromal e formação de grande bolha (GB). GB do tipo-1 e do tipo-3 foram cortadas com tesoura para ceratoplastia endotelial pré-Descemet (CEPD), e GB do tipo-2 foram esvaziadas e cortadas com trépano 8,25 mm para ceratoplastia endotelial da membrana de Descemet (CEMB) como grupo comparativo. O tempo do procedimento (TP), volume de ar injetado (VAI), e escore de rolagem (ER) foram determinados; quatro quadros selecionados do procedimento tiveram as medidas digitais obtidas no “FIJI-ImageJ”: distância branco a branco posterior (DBBP), diâmetro da GB (DGB), largura central do enxerto (LCE), LCE após coloração por azul de trypan (AT-LCE), comprimento do enxerto (CDE), área do enxerto (AE), e circularidade da margem do enxerto (CME). A correlação entre as variáveis foram analisadas por regressão linear, correlação de Pearson e o teste “t student´s”. Análise de viabilidade/citotoxicidade de enxertos representativos para CEPD foi realizada com microscópio confocal fluorescente, após tripla coloração com Hoeschst, ethidium-homodimer e Calcein AM. As imagens obtidas foram processadas no programa “FIJI-ImageJ” quanto à DCE e porcentagem de área viável (PAV). Dois vídeos editados da dissecção em duas e 3D foram apresentados para oftalmologistas observadores e foi aplicado questionário comparativo sobre visibilidade das estruturas, qualidade da imagem, profundidade de foco, e capacidade de ensino. O valor de P<0,05 foi estatisticamente significativo. Resultados: A idade média dos doadores foi 53,85 ± 14,5 anos, 18 eram homens (66,6%), DCE média foi 2.376 ± 244 cél./mm2, TOP foi 14,48 ± 8,83 horas e TTP foi 36,56 ± 25,64 dias. Foram obtidos 24 enxertos para CEPD (51%), 17 para CEMD (36,2%), e seis falhas (12,8%). TP com CCE-3D foi 12,02 ± 6,33 min e com MB foi 13,55 ± 5,05 min (P>0,05). TP para CEPD foi 12,5 ± 5,7 min e CEMD foi 4,7 ± 4,1 min (P<0,05). Enxertos para CEPD e CEMD tiveram DBBP semelhantes (P>0,05), as demais variáveis foram, significativamente, diferentes entre as duas modalidades (P<0,05). LCE e AT-LCE de enxertos para CEPD foram 2,34 ± 0,39 e 2,39 ± 0,363 (P=0,29), e para CEMD foram 1,95 ± 0,41 mm e 1,92 ± 0,40 (P>0,05) respectivamente. Não houve alteração da ER após coloração por AT, CEPD apresentou ER-2 em 12/24 (50%), CEMB apresentou ER-3 em 12/17 (70,5%). LCE teve relação inversa com ER nas duas modalidades. Houve correlação linear positiva entre LCE e idade somente nos enxertos para CEMD. Enxertos para CEPD com CCE-3D tiveram DCE viável de 2.407 céls./mm2 e DCE inviável de 37 céls./mm2, com PAV de 80,1%. O questionário apresentou resultados superiores para CCE-3D em todos os itens questionados (P<0,05). Conclusão: viabilidade celular, medidas digitais, características de rolagem de enxertos para CEPD foram relatados pela primeira vez. A LCE para CEPD tem dimensões significativamente maiores que enxertos para CEMD, e não houve alteração significativa após coloração de AT. Imagens tridimensionais obtiveram melhores resultados em questionário comparativo da dissecção do enxerto.

Descrição

Palavras-chave

Ceratoplastia endotelial, Banco de olhos, Azul de tripano, Imageamento tridimensional, Distrofia endotelial de fuchs, Perda das células endoteliais da córnea, Córnea - Cirurgia, Células endoteliais

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