Ação anti-toxoplasma do ácido cafeico em modelo de infecção congênita in vitro
Data
2022-08-18
Autores
Santos, Yasmin Munhoz
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Resumo
Toxoplasmose é a infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, que assume caráter grave em indivíduos imunocomprometidos, na toxoplasmose ocular e principalmente em casos de infecção congênita. O tratamento da toxoplasmose é dificultado pela toxicidade apresentada pelos fármacos convencionais, sulfadiazina e pirimetamina, e por isso, outros compostos vêm sendo avaliados como tratamento alternativo para esta infecção. O ácido cafeico é um composto fenólico, encontrado em abundância em muitas plantas e alimentos com comprovados efeitos antimicrobiano, antioxidante, anti-Leishmania e anti- tripanossomal. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito anti- proliferativo, imunológico, bem como os mecanismos envolvidos no processo de morte de formas taquizoítas de Toxoplasma gondii (cepa RH) e na infecção de células trofoblásticas extravilosas HTR8/Svneo utilizando ácido cafeico. Para isso, foi avaliada a citotoxicidade do tratamento com AC em células HTR8/SVneo pelo ensaio de resazurina. A viabilidade dos taquizoítas foi realizada utilizando método de exclusão por azul de tripan. A atividade antiproliferativa do tratamento com AC foi determinada pelos índices de infecção e proliferação intracelular do parasito e confirmados também pela microscopia ótica. Os mecanismos envolvidos na morte do parasito analisados foram, níveis de espécies reativas de oxigênio (ERO), óxido nítrico (NO), potencial de membrana mitocondrial e gotículas lipídicas. Apoptose e permeabilização da membrana plasmática foram avaliados através da marcação com Anexina-V e iodeto de propídeo, além de autofagia por monodansilcadaverina. Por fim foi analisada a produção de citocinas pró e antiinflamatórias. Os resultados demonstram que AC não apresenta toxicidade para células HTR8/SVneo e diminui a viabilidade de taquizoítas de T.gondii. Houve redução da infecção e da proliferação intracelular, com aumento da produção das interleucinas IL-1ß, MIF e TGF-ß. Além disso no parasito foi observado aumento de NO e ERO, despolarização da membrana mitocondrial, formação de gotículas lipídicas e morte sugestiva de apoptose. Ácido cafeico portanto é um potencial candidato para novos estudos que visam o desenvolvimento de terapias para toxoplasmose congênita
Descrição
Palavras-chave
Toxoplasmose, Infecção congênita, Ácido cafeíco