Ensino sobre sexualidade e adolescência no curso de enfermagem em universidade pública: estudo quase experimental

Data

2024-09-10

Autores

Pereira, Jéssica Taynara Moreira Oliveira

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Resumo

Introdução: O ensino superior é um espaço onde se pode discutir temas sobre sexualidade humana e adolescência estreitando diferenças culturais, sociais e individuais que formam os pré-conceitos e tabus intergeracionais. O enfermeiro atua na prevenção, promoção, tratamento e reabilitação de diversos grupos etários, fazendo-se necessário formar profissionais preparados para abordar essa temática de forma adequada adolescentes e jovens nos diferentes cenários assistências. Objetivo: Analisar o conhecimento de graduandos de enfermagem sobre a participação na unidade curricular Sexualidade: construindo subsídios para atenção integral à saúde sexual e reprodutiva e compreender sua vivência quanto ao processo de ensino aprendizagem sobre sexualidade e adolescência. Método: Estudo de abordagem quantitativa e qualitativa. Para a etapa quantitativa o delineamento foi o estudo quase experimental do tipo antes e depois e a qualitativa, pautada no referencial teórico Edgar Morin, em outubro e dezembro de 2023. Participaram graduandos do 2° ano do curso de Enfermagem de uma universidade pública do norte do Paraná que responderam um instrumento constituído por questões fechadas em dimensões (construção do corpo humano, gênero, métodos contraceptivos, infecções sexualmente transmissíveis e violência) (pré-teste) antes e imediatamente após a unidade curricular por meio da plataforma Google Forms® no próprio aparelho móvel. Os dados foram organizados e analisados no software R Core Team®, versão 2020, aplicou-se o t-Student pareado considerando nível de significância de 5%. Ao término da unidade curricular os graduandos participaram de grupos focais. Resultados: Dos 46 estudantes da série, 41 participaram dos momentos pré e pós-teste, sendo 85% do sexo feminino, média de 21 anos e 68% cristãos. A proporção de acertos gerais no pré e pós-teste revelou que houve aumento significativo p=1.77e-12 na média de acertos. Os acertos foram semelhantes no pré e pós-teste, sendo o maior aumento na dimensão construção do corpo humano de 8,4 (±1,37) para 10,6 (±0,48), p=5,66x10-12 e infecções sexualmente transmissíveis de 7,3 (±1,33) para 8,6 (±1,02), p=3,37x10-7. Questões sobre gênero de 2,6 (±0,73) para 3,1 (±0,30), p= 2,04x10-4 e violência de 2,6 (±0,69) para 3,5 (±0,64); p=1,06x10-6. A partir da análise dos discursos dos graduandos foi possível construir dois temas e subtemas: 1. Vivência da unidade sexualidade e adolescência, 1.1 A voz do ensino médio no ensino superior, 1.2 Vivência na unidade e uso de metodologias ativas; 2. Reproduzindo a temática para os adolescentes na escola, 2.1 Vivenciando na pele o ‘’ser professor’’; 2.2 Feedback dos adolescentes para os estudantes; 2.3 Perspectivas para ser enfermeiro e educador sexual; 2.4 Políticas públicas para promoção da saúde sexual. Conclusão: Houve retenção do conhecimento e aprendizagem significativa sobre sexualidade e adolescência após a participação na unidade curricular. Discutir sobre sexualidade humana e adolescência no curso forneceu subsídios para o próprio aprendizado e, quando aplicado aos adolescentes na escola, potencializou o processo de ensino aprendizagem. Os achados deste estudo demonstraram a importância desta abordagem durante a formação do graduando de enfermagem, para que o mesmo, no futuro, esteja instrumentalizado para lidar e manejar adequadamente os adolescentes no que tange a sexualidade, prevenção e promoção da saúde sexual.

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Palavras-chave

Estudantes de enfermagem, Educação sexual, Adolescência, Universidades, Promoção da saúde, Enfermagem pediátrica

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