Avaliação de artigos "alta qualidade" e "demais artigos" na área de linguística : é possível estabelecer parâmetros?

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Lima, Lilian Salete Alonso Moreira

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Resumo

Resumo: Na área Letras/ Linguística, o único critério Qualis CAPES que se refere a artigos científicos estratifica em A1, A2 e B1 os periódicos que publicam artigos de “alta qualidade”, escritos por doutores com efetiva contribuição científico-acadêmica para a área Os periódicos com estratos B2 a C publicam os “demais artigos” No entanto, somente os periódicos interessam à estratificação A avaliação dos artigos submetidos (aceitação ou recusa) cabe aos periódicos Uma de suas formas é a avaliação por pares que segue formulário de parecer ou diretrizes do conselho editorial do periódico Essa avaliação, segundo atestam pesquisas, é passível de subjetividade Assim, defende-se a tese de que faltam parâmetros que permitam diferenciar claramente artigos “alta qualidade” dos “demais artigos” e se propõe, como objetivo geral, estabelecer tais parâmetros, considerando o processo de avaliação, os elementos textuais e as vozes presentes nos artigos Para tanto, buscou-se, inicialmente, explicitar o processo de avaliação de periódicos Qualis CAPES e o processo de avaliação por pares adotado por periódicos da área de Linguística, com embasamento na Ciência de Informação Analisaram-se os critérios Qualis e os formulários de parecer utilizados por sete periódicos da área de Linguística Essa análise não forneceu parâmetros de diferenciação entre artigos “alta qualidade” e “demais artigos” Diante disso, buscou-se verificar como os elementos textuais figuram em artigos “alta qualidade” e “demais artigos” Partindo de pesquisas no âmbito dos estudos da linguagem, levantaram-se os elementos textuais essenciais a um artigo e como eles se organizam em artigos nacionais de Linguística, sendo 24 artigos “alta qualidade” e 24 “demais artigos” Em ambos os grupos, ocorrem os mesmos elementos textuais, com a diferença que, nos “alta qualidade”, a organização desses elementos segue a praxe acadêmica, apresentando pouca variação, enquanto nos “demais artigos” essa organização nem sempre é mantida Nos dois grupos observou-se ausência de algum dos elementos textuais, sendo a metodologia o que apresentou maior incidência Como não houve diferença quantitativa significante entre os dois grupos, buscou-se, então, identificar se as formas e funções do discurso citado presentes nos artigos e o comportamento do locutor citante contribuem para a diferenciação entre “alta qualidade” e “demais artigos” Esses elementos foram analisados com base em estudos relacionados à enunciação Todas as formas das citações propostas para a análise ocorreram em ambos os corpora, diferenciando-se somente o ranking de preferências, mas nem todas as funções propostas ocorrem em ambos os corpora Quantitativamente, as ocorrências das formas não apontaram diferença significativa entre os grupos Por outro lado, as ocorrências das funções atuaram como um diferencial entre ambos, mostrando que os autores de artigos “alta qualidade” atribuem mais funções ao discurso citado O predomínio do comportamento de distanciamento nos dois grupos (uso da terceira pessoa do singular) reforça a ideia de que o texto acadêmico deve ser objetivo, enfatizando o objeto ou fenômeno A aproximação, quando ocorreu, foi via primeira pessoa do plural, mais aceita na comunidade científica Assim, as diferenças entre os grupos foram poucas e quantitativamente insuficientes para estabelecer parâmetros claros de diferenciação entre artigos “alta qualidade” e “demais artigos”

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Palavras-chave

Linguística, Artigos de periódicos, Periódicos, Avaliação, Linguistics, Newspaper articles

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