Perfil dos adolescentes com doenças crônicas internados no Hospital Universitário de Londrina
Data
2022-11-18
Autores
Favaretto, Giovana Ribeiro de Souza
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Resumo
INTRODUÇÃO: Adolescentes com doenças crônicas estão predispostos a maior chance de problemas biológicos, sociais e emocionais. Esse estudo objetiva avaliar o perfil de adolescentes hospitalizados com doenças crônicas, compreendendo seus sentimentos, limitações, dificuldades, comportamentos de risco à saúde e estratégias de enfrentamento, bem como analisar percepção de doença crônica, qualidade de vida e adesão ao tratamento, a fim de se buscar um cuidado singular em saúde para essa população. MÉTODOS: Estudo transversal, realizado entre setembro de 2021 e março de 2022, com 61 adolescentes com doenças crônicas, entre 10 e 19 anos, de ambos os gêneros, internados no Hospital da Universidade Estadual e Londrina. Os participantes responderam um formulário eletrônico que continha um questionário clínico, socioemocional e demográfico, além das escalas: Instrumento de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde, versão breve (WHOQOL-Bref); Questionário de Percepção da Doença, versão Breve (IPQ Brief Version) e Escala de Avaliação de Adesão Terapêutica (MARS). Para análise dos dados, os adolescentes foram divididos por sexo, masculino e feminino, e em dois grupos relativos à duração da doença (Grupo 1 com até 4 anos e Grupo 2 com 5 ou mais anos de diagnóstico). RESULTADOS: Entre participantes, 49,2% eram do sexo masculino e 50,8% do sexo feminino. A média de idade entre os sexos foi semelhante. O estudo constatou que a maioria dos participantes apresenta sofrimento psíquico, faz uso de algum medicamento ou dispositivo médico, é hospitalizado com frequência, tem regimes de tratamento restritivos e sintomas dolorosos. Relataram ter várias limitações, sentimentos incapacitantes, estratégias de enfrentamento e alguns comportamentos de risco à saúde. O sexo feminino apresentou uma taxa negativa de adesão medicamentosa de 6,9% versus 25,9% encontrada no sexo masculino; apresentou menores escores de qualidade de vida em relação ao masculino no domínio saúde física, saúde psicológica e escore total no WHOQOL-BREF. A pesquisa encontrou maior pontuação no IPQ entre os participantes do sexo feminino que os do sexo masculino. Em relação à duração da doença, no WHOQOL-BREF, o grupo 2 apresentou menor qualidade de vida no domínio meio ambiente e maior pontuação total em relação ao grupo 1. Encontramos escores mais baixos no WHOQOL-BREF e escores mais altos no IPQ entre os adolescentes do grupo 1. CONCLUSÕES: Os adolescentes hospitalizados com doenças crônicas demonstram sofrimento, apresentam dificuldades e limitações, utilizam estratégias de enfrentamento adaptativas e desadaptativas e, portanto, merecem atenção e cuidados específicos. O sexo feminino tem maior adesão à medicação, menor qualidade de vida e visão mais ameaçadora da doença do que o sexo masculino. Os resultados oferecem subsídios úteis para a prática clínica, uma vez que esses achados podem alertar para a necessidade de mais conhecimento sobre a doença e a importância de incentivar formas de melhorar a qualidade de vida e os cuidados para reduzir comportamentos de risco
Descrição
Palavras-chave
Adolescência, Adolescentes hospitalizados - Doenças crônicas, Adolescentes - Assistência hospitalar, Qualidade de vida, Adesão ao tratamento, Percepção de doença