O poder da Imagem Corporal: Moda e Formações Discursivas em Destaque
Data
2024-08-09
Autores
Costa, Vania Antunes Domingues da
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Resumo
A norma social diz que nossos corpos devem estar cobertos quando estamos em público e, antes mesmo de nascermos, já temos o nosso figurino montado. Trata-se de um processo dinâmico marcado por posições de poder e sustentado por formações discursivas, constituindo-se em um dos regulamentos mais falados. Há, inclusive, campos específicos para lidar com eles no meio social: a moda. É ela que dita normas e regras embasadas na tradicionalização e padronização corporal, amplamente disseminadas pelas mídias sociais que emergem como espaços públicos que moldam as formações discursivas na contemporaneidade. Nossas ações rotineiras constituem-se em expectativas sociais que tornam-se continuamente explicitadas, o que levou a questionar: quais formações discursivas atuam na normalização da imagem corporal entre os influenciadores digitais de moda? Para responder a essa indagação, foi necessário compreender as formações discursivas que atuam na normalização da imagem corporal entre os influenciadores digitais de moda. Pra isso, explorei as formações discursivas e seus efeitos sociais que sustentam as relações de poder através da normalização e regramento da vestimenta. A partir de então, busquei intersecções entre práticas sociais, normas e regras de vestimenta e imagem corporal. E na sequência, investiguei vivências e práticas de resistência às estruturas de poder instituídas e mantidas discursivamente em torno da vestimenta. Utilizando-me de metodologia qualitativa e com base pós-estruturalista, realizei uma busca empírica em doze perfis de pessoas que trabalham a imagem/aparência corporal na mídia social Instagram. Realizei uma Análise de Discurso Crítica (ADC) conforme as considerações de Norman Fairclough, atreladas às concepções de Michel Foucault, Judith Butler, Lars Svendsen e Gilles Lipovetsky, entre outros. Categorizei os achados empíricos analisando a produção, distribuição, consumo e as condições para a prática discursiva. O estudo evidenciou que as formações discursivas normatizam a imagem corporal, disciplinando comportamentos, moldando o vestir e norteando nossas escolhas, o que nos leva a performatizar. Isso ocorre em um contexto marcado por uma significação simbólica que comunica posições sociais de status e pertencimento, fundamentando concepções subjetivas de ‘elegância’ e ‘sofisticação’. Além do mais, norteia as relações e posições de poder que estabelecemos e ocupamos, o que contribui para a criação de contextos fictícios que funcionam como reguladores para as práticas sociais. Entretanto, as formações discursivas influenciam não só na manutenção das normativas existentes, mas também constituem-se em um importante dispositivo para o seu desafio, o que abriria novos espaços e formas de expressão.
Descrição
Palavras-chave
Normatividade corporal, Performatização, Representação visual, Interdiscursividade, Regimes de verdade