Uma análise da dominação masculina à luz da noção skinneriana de cultura
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Fontana, Jordana
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Resumo
Resumo: A dominação masculina consiste em um sistema de valores culturais, no qual se favorece o gênero masculino em detrimento do feminino Essas práticas acarretam a desigualdade de gênero, a qual tem sido estudada por diferentes áreas do conhecimento, inclusive pela psicologia Em uma linguagem analítico-comportamental, entende-se a dominação masculina como um conjunto de práticas culturais de controle opressivo, que desfavorecem o gênero feminino na distribuição de reforçadores, impedindo também o contracontrole pelas mulheres Por mais que o número de pesquisas voltadas para discussões de gênero seja extenso e crescente, a participação da Análise do Comportamento nessas questões ainda é pouco expressiva A fim de preencher essa lacuna, foi realizada uma pesquisa teórica, com o objetivo de analisar as relações de dominação masculina à luz da noção skinneriana de cultura Para tanto, a pesquisa contou com três etapas O objetivo da primeira etapa foi examinar o conceito skinneriano de cultura em textos do próprio autor, identificando alguns aspectos responsáveis pelo fortalecimento e enfraquecimento de práticas culturais A segunda etapa visou identificar e descrever práticas culturais e comportamentos de dominação masculina pautando-se no exame do livro “Dominação masculina”, de Pierre Bourdieu O objetivo da terceira etapa foi articular as informações produzidas nas duas etapas anteriores, deixando explícitas as teses de Bourdieu sobre dominação masculina e suas respectivas interpretações comportamentais A partir disso, foi construído um texto final, o que teve como objetivo também facilitar a identificação das práticas, contribuindo para o contracontrole por parte das mulheres Os principais textos dos referidos autores foram analisados por meio do procedimento de interpretação conceitual de texto (PICT) e os textos secundários por fichamentos de transcrição A pesquisa concluiu que a dominação masculina pode ser compreendida como uma cultura com assimetria no sistema de reforçadores, com diversas práticas culturais que contribuem para que a cultura de dominação masculina sobreviva As principais práticas descritas na pesquisa dizem respeito à violência simbólica, um conjunto de práticas culturais inconspícuas, mantido especialmente por seus benefícios às agências de controle As agências são constituídas majoritariamente por homens e, portanto, estes detêm poder sobre os reforçadores da cultura, manipulando contingências visando seu próprio benefício Para isso, as agências controladoras reforçam diferencialmente o comportamento de homens e mulheres na cultura, conferindo reforçadores com mais facilidade a homens, isto é, privilégio Considerando as consequências aversivas que essas práticas apresentam à vida das mulheres, e também dos homens, um planejamento cultural deve visar estratégias de contracontrole dessas práticas, bem como preparar os indivíduos para exercerem o controle face a face, estratégia sugerida por Skinner para a redução do poder dar agências Este trabalho pode ser realizado em coordenação com a teoria política e movimento social feminista, que já tem agido em busca de diferentes formas de controle social que visem a modificação das relações de reforçamento assimétrico entre gêneros na sociedade
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Palavras-chave
Análise do comportamento, Papel sexual, Cultura, Evolução social, Behavioral analysis, Sex role, Culture, Social evolution