Incidência e fatores de risco para trauma mamilar por amamentaçãp no município de Londrina, Paraná
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Bragantine, Adriana
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Resumo
Resumo: Introdução: o aleitamento materno exclusivo é recomendado até os seis meses de vida e continuado pelo menos até dois anos de idade como o melhor alimento a ser oferecido nessa fase, dada a excelência de sua composição e propriedades imunológicas Apesar da comprovada superioridade da amamentação, menos da metade das crianças brasileiras menores de seis meses são amamentadas exclusivamente Um dos principais motivos referidos pelas mulheres que justificam essas taxas é o trauma e a dor mamilar, muitas vezes já na primeira semana após o parto, fato considerado altamente incidente Objetivos: o primeiro objetivo foi analisar criticamente a metodologia dos estudos e sistematizar os resultados disponíveis sobre incidência e prevalência de trauma e dor mamilar e fatores associados em puérperas lactantes e, o segundo objetivo, analisar a incidência e fatores associados ao trauma mamilar por amamentação em puérperas do município de Londrina-Paraná Métodos: para o primeiro objetivo, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, no mês de dezembro de 22, em quatro bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Scopus® e Web of science®, sendo que os estudos identificados foram selecionados, inicialmente, por meio leitura dos títulos e resumos, incluíram-se apenas estudos em formato de artigos científicos, com método quantitativo, publicados em qualquer idioma, sem limite temporal e que retratassem incidência e/ou prevalência de trauma e/ou dor mamilar e fatores associados em puérperas lactantes, foram excluídos artigos de revisão e de intervenção e que trataram a incidência e/ou prevalência e fatores associados como objetivo secundário, por não retratarem as especificidades inerentes à complexidade do problema investigado, assim, os artigos selecionados foram lidos na íntegra para verificação da elegibilidade, por fim, 14 atenderam todos os critérios preestabelecidos e foram incluídos na revisão Para o segundo objetivo, foi realizado uma coorte prospectiva, com puérperas cujos partos à termo (37 semanas ou mais de gestação) ocorreram em uma das cinco instituições que atendem partos do município de Londrina-Paraná, sendo que para definir a amostra foi considerada a média de nascidos vivos termos nos anos 216, 217 e 218 (593) ocorridos nas cinco instituições, para frequência antecipada de expostos positivos optou-se por 54,2%, conforme incidência de trauma mamilar encontrada no teste piloto, devido à grande variação da incidência encontrada na literatura, os parâmetros utilizados para o cálculo foram: estimativas com intervalo de confiança de 95%, erro de 5% e poder de 8%, o que resultou em uma amostra de 358 puérperas a serem coletadas por conveniência, a coleta de dados ocorreu de junho a dezembro de 22, após capacitação dos coletadores de dados, teste piloto e revisões necessárias, teve periodicidade diária e aconteceu em quatro momentos distintos por meio de um questionário eletrônico estruturado contemplando variáveis demográficas e socioeconômicas, obstétricas, perinatais, relacionadas à assistência e ao processo de amamentação e, também, instrumentos validados, os dados foram analisados por meio do programa Statistical Package for Social Sciences, foi feita, inicialmente, a análise bivariada, com o teste estatístico Qui-quadrado, depois foi feita a análise multivariada por meio da análise de regressão de Poisson com variância robusta, a pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual de Londrina, com número de parecer 3762532 Resultados: na revisão integrativa, observaram-se falhas comuns de rigor metodológico referentes as definições de trauma mamilar, relação do desenho de estudo e objetivo geral, procedimentos amostrais, teste piloto, instrumento de coleta de dados e exploração dos fenômenos, a incidência média de trauma mamilar foi 38,8% e a prevalência 54,1%, a incidência média de dor mamilar foi 25,4% e prevalência 63,3%, múltiplos fatores estiveram envolvidos com os desfechos, destacando primiparidade, técnica de amamentação incorreta e uso de bicos artificiais Na coorte prospectiva, a incidência geral de puérperas com trauma mamilar foi 66,8%, maior renda familiar, falta de apoio profissional durante internação, trauma ou dor mamilar em amamentação anterior, inexperiência prévia com a amamentação e não uso de forros foram associados ao trauma mamilar, também, a dor mamilar antes do trauma visível aumentou em 59% o risco do trauma Conclusões: os resultados da revisão contribuem para o conhecimento dos recursos metodológicos utilizados, suas fragilidades e necessidade de aperfeiçoamento deles, além da sistematização sobre os resultados válidos que podem esclarecer os processos envolvidos na ocorrência do trauma e/ou dor mamilar, indicando as lacunas para estudos futuros necessários Os resultados da coorte apontam novas diretrizes para prevenção e tratamento deste evento com alta incidência
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Palavras-chave
Aleitamento materno, Aleitamento materno, Trauma, Aleitamento materno, Dor, Breastfeeding, Breastfeeding - Trauma, Breastfeeding - Pain