Caracterização parcial de fatores hemolíticos e citotóxicos de Arthrographis kalrae e imunomodulação no decorrer da infecção experimental murina
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Nagashima, Luciene Airy
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Resumo
Resumo: Arthrographis kalrae é um fungo dimórfico, neurotrópico e cosmopolita que vem sendo descrito como um raro patógeno humano com diversas manifestações clínicas Este estudo investigou as atividades hemolítica e citotóxica de antígenos solúveis (cell-free antigens - CFA) de A kalrae e a resposta imunopatológica ao fungo durante a infecção murina experimental CFA total e suas frações cromatográficas (Sephadex G-15/12) foram testados em hemácias de camundongo para hemólise por teste em placa com leitura a 55 nm, e em linhagem celular P3U1 para citotoxicidade por método de metiltiazolil tetrazólio (MTT) Para caracterizar melhor o fator hemolítico, anticorpos anti-hemácias isogênicas sensibilizadas com CFA foram produzidos e testados em ensaio de inibição Também, teste de hemólise foi realizado após aquecimento do CFA e a reatividade dos anticorpos foi analisada após tratamento com periodato Na infecção experimental, camundongos Balb/c foram inoculados intravenosamente com A kalrae (5x16 células) e a carga fúngica (unidades formadoras de colônias - CFU - e antigenemia por ELISA de inibição), análise histopatológica do cérebro, respostas imunes humoral (IgG e sub-classes IgG1, IgG2b e IgG2a, por ELISA) e celular (hipersensibilidade tipo tadio - DTH) e níveis de citocinas (IFN-y, IL-4, IL-1 e IL-17) séricos e cerebrais foram avaliados 7, 14, 28 e 56 dias após infecção Os resultados obtidos demonstraram atividades hemolítica e citotóxica em concentrações distintas e em frações de alta e baixa massa molecular (MM), respectivamente Os anticorpos obtidos inibiram a hemólise, mas não a citotoxicidade A atividade hemolítica não foi afetada pelo aquecimento e a sua maior reatividade foi detectada nas frações ricas em carboidratos, sendo essa atividade reduzida por tratamento com periodato Em camundongos infectados foi detectada maior carga fúngica na fase inicial, principalmente no baço, fígado e cérebro, com pequena resposta inflamatória, com perda de peso e apresentando alterações comportamentais No decorrer da infecção houve diminuição da carga fúngica, porém com CFU positivo em alguns órgãos mesmo após 56 dias de infecção Houve um aumento gradual no nível de IgG anti-A kalrae (IgG1>IgG2a>IgG2b) com permanência alta de antigenemia e de menor peso corporal no decorrer de infecção, em relação ao grupo controle Foi detectado aumento de resposta de DTH em 14 dias, ocorrendo diminuição após esse período Houve diminuição de IFN-y (14 a 56 dias), aumento de IL-4 (7 e 56 dias) e aumento (7 dias) ou diminuição (56 dias) de IL-17 no soro Diminuição nos níveis das citocinas foi observada no cérebro 56 dias após a infecção Concluímos que A kalrae secreta fatores solúveis com atividade hemolítica e citotóxica, sendo o primeiro de natureza glicoproteica, termoestável e de alta MM, possivelmente distinto do fator citotóxico Concluímos também que o isolado A kalrae induz alteração comportamental, perda de peso, imunodepressão celular com modulação sistêmica de citocinas, possivelmente para padrão de resposta Th2, induzindo também modulação de citocinas no cérebro na infecção experimental em camundongos
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Palavras-chave
Fungos patogênicos, Hemólise e hemolisinas, Citocinas, Resposta imune, Microbiologia médica, Pathogenic fungi, Hemolysis and hemolysins, Cytokines