Características clínico-funcionais em adolescentes com cardiopatia congênita e saudáveis
Data
2024-02-05
Autores
Sato, Karina Massari Parra
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Resumo
Introdução: Com o avanço da tecnologia e das técnicas cirúrgicas, a sobrevida de crianças com cardiopatia congênita (CC) está aumentando. No entanto, a CC promove alterações hemodinâmicas que podem reduzir a capacidade funcional. Objetivos: Comparar características clínico-funcionais como a capacidade de exercício, força muscular, função pulmonar e atividade física de adolescentes com CC e adolescentes saudáveis. Comparar a percepção de qualidade de vida de adolescentes com CC com seus responsáveis e com adolescentes saudáveis. Metodologia: Estudo transversal, foram incluídos adolescentes de 13 a 17 anos, ambos os sexos, com CC e adolescentes saudáveis. Os critérios de exclusão foram condições ortopédicas, neurológicas e respiratórias que impedissem as avaliações propostas. Inicialmente, foi preenchida ficha com dados da condição clínica do paciente e coletados dados antropométricos. Em seguida, realizaram testes como espirometria para avaliação da função pulmonar, manovacuometria para força muscular respiratória, teste de uma repetição máxima e o teste de sentar e levantar de 30 segundos para força muscular periférica, teste de caminhada de seis minutos (TC6min) para capacidade de exercício, pedômetro e questionário internacional de atividade física - versão curta (IPAQ) para atividade física e questionário Pediatric Quality of Life Inventory versão 4.0 (PedsQL™) para qualidade de vida. Adicionalmente foi utilizado o questionário Pediatric Cardiac Quality of Life Inventory (PCQLI) na avaliação da percepção de qualidade de vida dos cardiopatas e seus responsáveis. A distribuição dos dados foi analisada pelo teste de Shapiro-Wilk e para comparar as variáveis numéricas foi utilizado o teste de Mann-Whitney ou teste t não pareado. Para as variáveis categóricas foi utilizado o teste do Qui-quadrado (com ou sem correção de Yates) ou teste exato de Fisher. A significância estatística adotada foi P<0,05. Resultados: Foram avaliados 42 adolescentes, 21 adolescentes com CC, 14 (14-16) anos e 21 adolescentes saudáveis, 16 (14-17) anos. Não houve diferença estatisticamente significativa (P>0,05) em sexo masculino/feminino e índice de massa corpórea (IMC) entre os adolescentes com cardiopatia 12 (57%) / 9 (43%); 20 (19-25) Kg/m2, e os saudáveis 13 (62%) / 8 (38%); 22 (18- 25) Kg/m2, respectivamente. A cardiopatia mais frequente, foi a comunicação interventricular (24%). Quando comparados, houve diferença significativa na distância percorrida do TC6min 586 ±83 metros nos cardiopatas e 651 ±67 metros nos saudáveis (P=0,007) e no teste de sentar e levantar de 30 segundos com 13 (12-15) repetições nos cardiopatas e 17 (15-18) nos saudáveis (P=0,001). Os saudáveis apresentaram força muscular maior nos músculos bíceps (P=0,017), tríceps (P=0,027) e quadríceps (P=0,029). Na força muscular respiratória e função pulmonar não houve diferença em nenhuma das variáveis, bem como na atividade física na vida diária avaliada por meio do pedômetro. Na classificação do IPAQ (P=0,043), os saudáveis tiveram prevalência de “ativos” e muito ativos” e os cardiopatas de “ativos” e “irregularmente ativos A”. Na percepção de qualidade de vida, em ambos os questionários, não houve diferença significativa. Conclusão: Os adolescentes com CC apresentam redução da capacidade de exercício, força muscular periférica e atividade física quando comparados com saudáveis
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Palavras-chave
Cardiopatia congênita, Adolescentes, Estado funcional, Teste de Caminhada de Seis Minutos, Força muscular, Qualidade de vida