Avaliação dos efeitos cardiovasculares em ratos adultos tratados com topiramato durante a infância

Data

2022-04-22

Autores

Silva, Kenny Gutemberg Nunes

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Resumo

O Topiramato (TOP) é um fármaco antiepiléptico prescrito para o tratamento da epilepsia em crianças partir dos dois anos de idade. A administração de drogas antiepilépticas tem sido relacionada com prejuízos da função cardiovascular verificados através de alterações de parâmetros metabólicos de risco para saúde vascular, do controle autonômico cardíaco, bem como efeitos pró-arritmogênicos e aumento do risco de morte súbita. Contudo, estudos sobre os possíveis efeitos sobre o sistema cardiovascular a longo prazo após a administração de TOP durante um período crítico do desenvolvimento, como a infância, ainda são escassos. Assim, o presente trabalho teve como objetivo investigar os possíveis efeitos a longo prazo da administração de TOP durante a infância sobre parâmetros cardiovasculares de ratas e ratos. Ratas e ratos Wistar foram alocados em gaiolas comuns para que acasalassem e a prole proveniente foi randomizada em 4 grupos experimentais, sendo estes: grupos controle: CTR1 ou CTR2, fêmeas e machos, respectivamente, que receberam água de torneira por gavagem e grupos TOP1 e TOP2, fêmeas e machos que receberam TOP 41 mg/kg/dia, respectivamente. As administrações tiveram início no dia pós-natal 16 (DPN16) e término no DPN28. Na vida adulta (fêmeas a partir do DPN 85 na fase estro e machos DPN 119), os animais foram submetidos à cateterização da artéria e veia femoral e, 24 horas, os registros cardiovasculares foram realizados. A administração de TOP durante a infância não alterou os parâmetros cardiovasculares basais, como pressão arterial média (PAM), frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) na vida adulta para ambos os sexos. Da mesma forma, não houve alteração na variabilidade da pressão arterial sistólica (VAPS), variabilidade da frequência cardíaca (VFC), na efetividade do barroreflexo em repouso, nas respostas hemodinâmicas a drogas vasoativas (fenilefrina ou nitroprussiato de sódio) ou ainda sobre as respostas pressora e taquicárdica frente ao estresse de restrição agudo. Entretanto, em ratas, a avaliação da atividade do barorreflexo mostrou elevação do slope bradicárdico (slope CTR1= -2,164 ± 0,3034; n= 7; slope TOP1= -3,221 ± 0,3639; n= 6; p=0,0458; t= 2,251) e do ganho (CTR1: -1,427 ± 0,158 bpm/mmHg; TOP1: -2,402 ± 0224 bpm/mmHg; p=0,0033). Em machos, a sensibilidade e ganho do barroreflexo e os parâmetros obtidos da curva sigmoide não diferiram entre os grupos CTR2 e TOP2. Assim, concluímos que a administração de TOP durante a infância apresenta um perfil seguro em contexto de programação do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, uma vez que, não promove alterações a longo prazo do controle da função deste sistema, tanto em repouso, quanto sob estresse em ratos e ratas, mas eleva o ganho do barorreflexo de ratas na vida adulta. Entretanto, mais estudos são necessários para responder os mecanismos envolvidos na diferença da resposta barorreflexa em ratas tardiamente

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Palavras-chave

Topiramato, Antiepilépticos, Infância, Barorreflexo, DOHaD, Fisiologia cardiovacular, Medicamentos - Efeito fisiológico, Farmacologia cardiovascular

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