Avaliação da mutagenicidade, antimutagenicidade, viabilidade celular e cinética do ciclo celular em células HepG2 submetidas aos extratos de Bauhinia holophylla (Bong.)Steud. e Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld

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Ribeiro, Diego Luis

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Resumo

Resumo: O uso de fitoterápicos vem ganhando uma abordagem cada vez mais popular, com o intuito de prevenir, retardar ou tratar doenças crônicas O Brasil, devido à sua grande biodiversidade, possui enorme potencial para uso de fitoterápicos com poder quimiopreventivo, porém, ainda há uma escassez de dados sobre ensaios e testes toxicológicos que comprovem o perigo e riscos dos mesmos O projeto temático ‘Fitoterápicos padronizados para o tratamento de doenças crônicas – BIOTA/FAPESP’ foi proposto com o objetivo de avaliar plantas do cerrado brasileiro que possam ser utilizadas como fitomedicamentos ou quimiopreventivos no tratamento de doenças por meio da avaliação de sua composição química e efeitos toxicológicos Popularmente conhecida como “pata-de-vaca”, Bauhinia holophylla (Bong) Steud é uma planta distribuída amplamente no Brasil e usada na medicina popular para tratamento de diabetes Machaerium hirtum (Vell) Stellfeld é uma planta conhecida como “jacarandá-bico-de-pato”, cuja casca é popularmente usada contra diarreia, tosse e câncer O objetivo deste estudo foi avaliar os possíveis efeitos citotóxicos, mutagênicos, antimutagênicos e alterações na viabilidade e cinética do ciclo celular de extratos etanólicos dessas duas plantas em células humanas metabolizadoras (HepG2) Para tais avaliações foram utilizados os testes do MTT (ensaio do 3-(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyl tetrazolium bromide), azul de Tripan, ensaio do micronúcleo (incluindo o parâmetro Índice de Divisão Nuclear - IDN), ensaio de apoptose/necrose e citometria de fluxo As citotoxicidades de diferentes concentrações desses extratos foram avaliadas por meio do ensaio do MTT em diferentes tempos de tratamento Com base nos resultados obtidos, três concentrações de cada extrato foram escolhidas para avaliação de apoptose/necrose, mutagenicidade e cinética do ciclo celular Posteriormente, uma concentração de cada extrato foi escolhida para avaliação do efeito protetor em protocolos associados com benzo[a]pireno (B[a]P) Nos resultados obtidos com Machaerium hirtum, somente altas concentrações do extrato foram citotóxicas para células HepG2 Induções de apoptose ou micronúcleos (MNs) não foram observadas, porém, a avaliação do IDN e citometria de fluxo indicaram diminuição da proliferação celular e bloqueio do ciclo celular na fase G2/M Na avaliação do efeito protetor observou-se redução de células micronucleadas e apoptóticas, predominantemente em protocolos de pré e pós-tratamento, indicando possível ação quimiopreventiva Bauhinia holophylla também apresentou nas maiores concentrações avaliadas Não houve indução de células com MNs, todavia, houve redução da proliferação celular quando avaliado o IDN Foram observadas reduções significativas de células apoptóticas e micronucleadas em todos os tratamentos associados Entretanto, na cinética do ciclo celular todos os protocolos combinados aumentaram a população de células em fase S O estudo fitoquímico de ambos os extratos indicou os flavonoides como constituintes majoritários, o que pode explicar a ausência de mutagenicidade e o significativo efeito protetor obtido em protocolos associados No entanto, a presença dos flavonoides também explica o efeito antiproliferativo e alterações observadas na cinética do ciclo celular, pois, segundo a literatura, alguns dos flavonoides encontrados nos extratos já apresentaram este efeito sobre células humanas Em conclusão, este estudo demonstrou que os dois fitoterápicos avaliados podem ser indicados para serem utilizados como quimiopreventivos contra danos causados no DNA por agentes mutagênicos, prevenindo indiretamente inflamação e câncer Porém, devem ser utilizados em baixas concentrações, pois em altas concentrações demonstraram potencial antiproliferativo em células humanas metabolizadoras HepG2

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Palavras-chave

Mutagênese, Plantas medicinais, Toxicologia genética, Mutagenesis, Medicinal plants

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