Memória e resistência : uma análise dos romances Pessach : a travessia e de Os cus de Judas
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Baccarin-Costa, Eduardo Luiz
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Resumo
Resumo: Não há dor que esgote o luto enquanto não verbalizada e partilhada A premissa defendida por autores como Walter Benjamin, Renato Franco e Eurídice Figueiredo, na qual a memória precisa atuar como elemento catártico e de resistência à dor da perda e à experiência vivida no trauma é o que nos levou a realizar a pesquisa de Dissertação que agora vem a lume Para atingir esse objetivo, o presente trabalho analisa os romances Pessach: a travessia, de Carlos Heitor Cony e Os Cus de Judas, de Lobo Antunes A partir dessa análise pretende-se levantar-se, na interdiscursividade presente, como a memória e as narrativas do eu impuseram resistência às ditaduras de Brasil e Portugal Ambos os romances nos fornecem aspectos privilegiados para entendermos o que seria e o que de fato foram as Ditaduras no Brasil e em Portugal, em momentos diferentes O romance de Cony, publicado nos primeiros anos do Regime Militar já enuncia um homem fragmentado e a realidade opressiva pelo governo monocrático estabelecendo uma relação intertextual com o livro do Êxodo e com as narrativas de Testemunho Lobo Antunes, por sua vez, publica após os anos de “mão de ferro” do Governo de Salazar e Marcelo Caetano sua “poética do retorno” ou seu “aprendizado da agonia”, em que mostrará, também num processo dialógico, a relação entre as narrativas de si e os relatos dos sobreviventes dos campos de concentração Com isso, procura-se estabelecer as relações intertextuais e interdiscursivas entre Literatura e História e entre os romances aqui estudados e outras narrativas similares em torno do “eu” Tais narrativas, de alguma maneira, constituíram-se forma de resistência às Ditaduras, pois como afirmam Franco e Seligmann-Silva, as Ditaduras dialogam diretamente com os eventos ocorridos na Segunda Guerra Mundial Afinal, o trauma de quem sobrevive a regimes de exceção e belicistas são idênticos, ainda que de forma e números distintos Para tanto, faz-se uma revisão bibliográfica dos romances e da teoria da Literatura de Testemunho e da Literatura de Resistência às Ditaduras, procurando abrir novos espaços para estudos nessas áreas, valorizando, sobretudo, as narrativas em torno de si
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Palavras-chave
Ficção, História e crítica, Intertextualidade, Política na literatura, History and criticism, Intertextuality, Politics in literature, Fiction