Avaliação da produção hepática de glicose em modelo de resistência à insulina sem obesidade : ratos diabéticos Goto-Kakizaki
Data
2023-03-15
Autores
Uemura, Isabele Gonçalves Frasson
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Resumo
Embora o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) esteja geralmente associado à obesidade, alguns indivíduos com DM2 têm um índice de massa corporal baixo ou normal. O rato Goto-Kakizaki (GK) é uma linhagem isogênica de DM2 que apresenta resistência à insulina sem obesidade. Como estudos indicam que a hiperglicemia em ratos GK é devida, pelo menos em parte, ao aumento da produção hepática de glicose, torna-se relevante avaliar, em ratos diabéticos GK, a contribuição da glicogenólise e da neoglicogênese na gênese da hiperglicemia, assim como a responsividade hepática à insulina, ao glucagon e aos agonistas adrenérgicos, e sua possível contribuição para a gênese da resistência à insulina. Para tanto, parâmetros como ganho de massa corporal e tecidual, ingestão alimentar, tolerância à glicose e à insulina, glicemia, lactatemia, conteúdo hepático de glicogênio e produção hepática de glicose estimulada por agentes glicogenolíticos e a partir de precursores neoglicogênicos, por meio da técnica de perfusão de fígado in situ, foram avaliados em ratos GK e controle (ratos Wistar). Ratos GK apresentaram hiperglicemia, tolerância à glicose reduzida, menor resposta periférica à insulina, menor ganho de massa corporal, de tecido adiposo epididimal, dos músculos sóleo, extensor digital longo e gastrocnêmio e do fígado e semelhante índice de Lee e ingestão alimentar quando comparados aos ratos controle, confirmando, assim, o modelo experimental. O conteúdo de glicogênio hepático foi maior em ratos GK do que em ratos controle, enquanto a lactatemia, a glicogenólise hepática estimulada por glucagon 1 nM, fenilefrina 2 µM, isoproterenol 20 µM ou AMPc 7 µM e a produção hepática de glicose a partir de L-lactato 2 mM, piruvato 5 mM ou L-alanina 2,5 mM não diferiram entre os grupos. Entretanto, a produção hepática de glicose a partir de glicerol 2 mM foi maior no grupo GK no terço final do tempo de infusão deste precursor neoglicogênico do que no grupo controle. Além disso, o efeito supressor da insulina (50µUI/mL) sobre a produção hepática de glicose e a glicogenólise estimulada por AMPc 7µM foi abolido em ratos GK, demonstrando que esses animais apresentam resistência hepática à insulina. Esta menor resposta do fígado à insulina pode ter contribuído para a resistência insulínica observada em ratos diabéticos GK.
Descrição
Palavras-chave
Diabetes mellitus tipo 2, Glicogenólise, Neoglicogênese, Perfusão de fígado, Resposta hepática à insulina, Fisiologia, Diabetes mellitus, Insulina