Efeito terapêutico e mecanismo de ação analgésico e anti-inflamatório do ácido pimaradienóico em modelos experimentais

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Possebon, Maria Inês

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Resumo: O ácido pimaradienóico (AP) é um diterpeno isolado da raiz da Viguiera arenaria Baker, uma planta herbácea nativa de cerrados do Brasil (Asteraceae; Heliantheae) Vários efeitos biológicos têm sido sugeridos a esse composto; como propriedades antiespasmódicas, vasorelaxantes e antimicrobianas O presente estudo teve como objetivo investigar a atividade antinociceptiva e anti-inflamatória do AP em diferentes modelos experimentais de dor e inflamação em camundongos, bem como elucidar os possíveis mecanismos de ação O tratamento com o AP administrado por via oral reduziu o comportamento de dor manifesta induzido pelo ácido acético (de maneira dependente da dose), formalina (em ambas as fases), e pelo adjuvante completo de Freund (CFA) A hiperalgesia mecânica induzida pela carragenina (CGN), CFA e prostaglandina (PGE2) também foi reduzida pelo AP O tratamento por via oral com o AP inibiu o edema, a migração de neutrófilos e a produção de citocinas pró-inflamatórias, interleucina-1ß (IL-1ß), fator de necrose tumora-a (TNF-a), interleucina-33 (IL-33) e citocina anti-inflamatória IL-1 Além disso, a ativação do fator de transcrição NF-kB foi diminuída O tratamento com o AP demonstrou capacidade anti-oxidante ao reduzir os níveis das espécies reativas de oxigênio (EROS) e prevenir o consumo dos níveis de glutationa reduzida, no modelo de indução pela CGN O efeito analgésico e anti-inflamatório do AP foi inibido pelo tratamento com L-NAME, ODQ, KT5823 e glibenclamida, demonstrando que sua atividade também depende da ativação da via de sinalização do óxido nítrico (NO-GMPc-PKG canais de potássio ATP sensíveis) Como não foi observada ação central, através do teste da placa quente, ou ação sedativa e/ou relaxante muscular, através do teste de rota rod, o tratamento com o AP deve atuar de forma periférica Nos testes de toxicidade o AP não provocou elevação dos níveis das enzimas alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), indicadoras de lesão hepática, e também não induziu a migração de neutrófilos no estômago, indicativo de lesão gástrica, demonstrando ser um composto eficaz sem os efeitos indesejáveis comuns aos anti-inflamatórios não esteroidais De acordo com o presente trabalho pode-se concluir que o AP possui atividade analgésica e anti-inflamatória quando avaliado em modelos experimentais de dor e inflamação Os mecanismos de ação incluem a inibição da produção de citocinas pró-inflamatórias, recrutamento celular, ativação da via do NO-GMPc-PKG canais de potássio ATP-sensíveis, bem como diminuição da ativação do NF-kB e neutralização de radicais livres

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Palavras-chave

Diterpenos, Plantas, Uso terapêutico, Analgesia, Inflamação, Diterpenes, Plants, Inflammation, Oxidative stress, Mice as laboratory animals, Therapeutic use

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