Estudo de associação do polimorfismo PDCD1 com infecção por SARS-CoV-2 em pacientes oncológicos e não oncológicos
Data
2022-04-01
Autores
Fernandes, Caroline Yukari Motoori
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Resumo
A COVID-19 (Doença por Coronavírus 2019), doença causada pelo novo coronavirus SARS-CoV-2, continua a se espalhar mesmo após 2 anos de sua descoberta. Estudos demonstraram que pacientes com câncer correm um alto risco de desenvolver COVID-19 grave, em especial aqueles em tratamento ativo contra o câncer ou com doença metastática. A proteína de morte celular programada 1 (PD-1), expressa principalmente por linfócitos T, faz parte de um importante ponto de checagem da resposta imune, podendo contribuir para a tumorigênese quando associado ao seu ligante PD-L1 ou PD-L2, expresso por células tumorais. Sabe-se que polimorfismos genéticos podem causar alterações estruturais e quantitativas, influenciando na resposta imunológica, além de poderem contribuir para variações individuais na resposta imune a patógenos e tecidos epiteliais com alta expressão de receptores para o SARS-CoV-2.Dentro desse contexto, o presente estudo tem como objetivo avaliar a associação do polimorfismo PDCD1 em voluntários confirmados ou não para COVID-19 (COVID+ ou -) e oncológicos ou não (CÂNCER + ou -). Para isto, realizou-se um estudo caso-controle, analisando o SNP PDCD1 rs41386349 por discriminação alélica utilizando-se sondas de hidrólise em ensaios validados para reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR). No estudo de associação voluntários COVID+/CÂNCER+ tiveram pior evolução clínica do que pacientes CÂNCER- (Tau-b = 0,228; p = 0,001). Na análise de correlação entre a presença de câncer e o número de dias decorridos entre o diagnóstico e a alta hospitalar em pacientes COVID+/CÂNCER+ e em pacientes COVID+/CÂNCER-, encontramos uma correlação positiva, onde pacientes COVID+/CÂNCER+ demoraram mais para receber alta (Tau-b = 0,122; p = 0,030) e foram a óbito mais cedo em comparação aos pacientes não oncológicos (Tau-b = -0,157; p = 0,028). Quando estratificamos as amostras por sexo, a piora da infecção por SARS-CoV-2, incluindo pacientes COVID+/CÂNCER+ e CÂNCER-, foi positivamente correlacionada com o sexo masculino (Tau-b = 0,173; p = 0,005). No entanto, nenhuma associação foi encontrada avaliando o polimorfismo no gene PDCD1 considerando a infecção por SARS-CoV-2. Embora mais estudos sejam necessários, podemos sugerir que pacientes COVID+/CÂNCER+ têm um pior curso clínico e desfecho de morte do que pacientes COVID-/CÂNCER+, e o sistema imunológico masculino também pode explicar os riscos divergentes relacionados à infecção por SARS-CoV-2.
Descrição
Palavras-chave
PD-1, Polimorfismos, COVID-19, Pacientes oncológicos, Oncologia, Coronavírus SARS-CoV-2