Epidemiologia molecular do Teschovirus A, Sapelovirus A e Enterovirus G em suínos domésticos e selvagens no Brasil

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Donin, Daiane Güllich

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Resumo: Os picornavírus entéricos suínos (PEVs), Teschovirus A (TV-A), Sapelovirus A (SV-A) e Enterovirus G (EV-G) são agentes infecciosos específicos dos suínos que se encontram disseminados pelos rebanhos suinícolas em todo o mundo Na maioria dos casos se apresentam de forma assintomática, porém têm sido associados a uma variedade de enfermidades, dentre elas doenças entéricas, reprodutivas, respiratórias e neurológicas Este estudo visou avaliar a infecção natural pelos PEVs em rebanhos de três importantes regiões geográficas produtoras de suínos do Brasil Para isso, foram realizados dois estudos, utilizando a reação em cadeia da polimerase precedida por transcrição reversa (RT-PCR) e nested-PCR que tiveram como alvo a região conservada 5´ não traduzida (5’NTR) do genoma destes vírus O primeiro estudo teve como objetivo avaliar a frequência de infecção natural por TV-A, SV-A e EV-G em criações de suínos localizadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país Foram selecionadas aleatoriamente 4 amostras de fezes com consistência normal (n=17) e diarreica (n=23) de leitões lactentes (n=22) e desmamados (n=18) Foi possível demonstrar que tanto a infecção pelo TV-A quanto pelo EV-G foi comum entre os leitões lactentes (1 a 3 semanas de idade), com frequência de 4,9% (9/22) em infecções singulares e mistas O SV-A não foi detectado nesta categoria animal Nos leitões desmamados (4 a 8 semanas de idade) foi observada maior frequência destes agentes (77,8%, 14/18) nas amostras fecais, sendo mais comum a observação de infecções mistas pelo TV-A e EV-G (4/14) Somente foram detectadas infecções singulares por TV-A e EV-G O SV-A foi identificado em infecção mista com os outros agentes em 38,8% (7/18) das amostras avaliadas Para confirmar a especificidade dos fragmentos amplificados neste estudo, duas amostras positivas para cada vírus na nested-PCR foram selecionadas para sequenciamento As cepas de TV-A, SV-A e EV-G detectadas no Brasil revelaram alta identidade nas sequências de nucleotídeos com as disponíveis em bases públicas de dados Este estudo concluiu que as regiões geográficas brasileiras pesquisadas apresentam ao menos dois dos vírus estudados circulando entre leitões lactentes e desmamados O segundo estudo teve como objetivo avaliar a distribuição da infecção pelos PEVs entre javalis do estado do Paraná e avaliar catetos e queixadas como portadores para estes três vírus Foram analisadas 36 amostras de fezes de animais assintomáticos Vinte e dois javalis com idade entre 2 e 7 meses (n=14) e entre 2 e 4 anos (n=8) e 14 catetos e queixadas com idade de 6 a 8 meses foram avaliados Os PEVs foram detectados em 54,5% (12/22) das amostras de javalis O vírus mais frequente foi EV-G (5%, 11/22), seguido por TV-A (45,5%, 1/22) e SV-A (18,2%, 4/22) De acordo com a idade, animais jovens foram mais frequentemente infectados que os adultos Um produto amplificado na nested-PCR de cada um dos vírus foi submetido ao sequenciamento A sequência de nucleotídeos das cepas deste estudo mostrou alta identidade com as sequências de PEVs disponíveis em bases públicas de dados, incluindo as relatadas no Brasil no primeiro estudo Catetos e queixadas foram negativos para os três vírus Neste estudo, foi possível comprovar pela primeira vez a circulação de TV-A, SV-A e EV-G em javalis do Brasil e demonstrar que catetos e queixadas não foram positivos para estes patógenos exclusivos dos suínos Desta forma, foi possível demonstrar que a infecção por TV-A, SV-A e EV-G está presente nas diferentes regiões geográficas produtoras de suínos do Brasil, tanto em fezes com consistência normal quanto em diarreicas, e também em javalis no Brasil

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Palavras-chave

Suíno, Doenças, Brasil, Diarréia em suíno, Suíno, Swine, Diarrhea in swine, Molecular virology, Diseases

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