Esconder o olhar, reter o afeto: Roland Barthes e Dora Maar
Data
2020-03-10
Autores
Teixeira, Daiane Barbosa
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Resumo
Figura singular a flanar pelas ruas de Paris nos anos 1930, a fotógrafa francesa Dora Maar foi umas das raras mulheres a transitar com desenvoltura no meio surrealista, terreno no qual sua obra floresceu. Suas fotos, principalmente aquelas a mostrar cenas de rua, são resultado de um olhar perspicaz que fragmenta e captura a realidade de modo a suscitar uma série de provocações concernentes à problemática do olhar. As experimentações e a ironia impressa em muitas de suas fotos revelam a sensibilidade de uma artista que acabou por construir um interessante percurso imagético a ser revisitado. Cerca de quase cinquenta anos depois, Roland Barthes, escritor francês, publicou A câmara clara, fruto de sua busca pela essência da fotografia somado ao enlutamento pela morte de sua mãe. O que essas duas obras têm em comum para além da fotografia? Barthes, ao lidar, não sem dor, com os vestígios fotográficos da mãe, desenvolve dois conceitos, punctum e studium, que passam a figurar os ensaios teóricos de inúmeros estudiosos no século XX. Esta dissertação pretende discutir as fotografias de Dora Maar em consonância ao pensamento barthesiano quanto à teoria da imagem fotográfica. Em linhas mais gerais, a obra de Barthes, especialmente aquela a refletir sobre o caráter afetivo, estético e político da imagem, conduzirá nossa leitura da obra de Dora Maar.
Descrição
Palavras-chave
Dora Maar, Roland Barthes, Imagem, Fotografia