Fibropapilomatose em tartarugas-verde (Chelonia mydas, Linnaeus, 1758) no sudoeste do oceano Atlântico : epidemiologia e parâmetros clínicos laboratoriais
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Domiciano, Isabela Guarnier
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Resumo
Resumo: A tartaruga-verde, Chelonia mydas, é a espécie de maior ocorrência no Brasil e habita áreas mais próximas à costa, onde estão suscetíveis a ameaças naturais, como doenças, ou decorrentes de atividades antropogênicas A fibropapilomatose é uma doença crônica caracterizada por tumores externos e internos, principalmente em tartarugas-verde juvenis, que podem dificultar atividades como alimentação e natação ou levar a morte O artigo A teve como objetivo revisar a epidemiologia da fibropapilomatose no Brasil e avaliar informações inéditas sobre a doença em três estados (Rio de Janeiro-RJ, Paraná-PR e Santa Catarina-SC) Foram levantadas informações na literatura sobre a prevalência, comprimento curvilineo da carapaça (CCC), metodologia utilizada (encalhe, captura incidental ou intencional em rede de pesca ou desova) e gravidade da doença em tartarugas-verde ao longo da costa (Latitudes 2°52`S a 26°2`S), de 2 a 214 Além desses parâmetros, foram avaliadas nos três estados, a condição corpórea do animal, a histologia e a presença de Chelonid Herpesvirus-5 (ChHV5) em tumores de animais amostrados de 27?29 a 214 Os dados disponíveis em 12 dos 17 (7,6%) estados da costa brasileira foram comparados entre dois períodos (2 a 26 e 27 a 214) e prevalências demonstraram diferenças significativas de acordo com (i) a metodologia utilizada, (ii) o período e (iii) a latitude Houve diminuição da doença no Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e São Paulo; manutenção na Paraíba e RJ; aumento na Bahia e SC e ausência nas ilhas oceânicas As prevalências da doença foram 13,6% (12/88), 14,5% (17/117) e 9,6% (38/395) no RJ, SC e PR, respectivamente, em animais encalhados e 23% (1/43) em animais intencionalmente capturados no PR A análise total dos casos em toda a costa indicou a manutenção da doença de 2 a 214 [14% (19/784) de 2 a 26 e 13,8% (116/835) de 27 a 214] A patogenia e prevalência da doença podem estar associados ao CCC e poluição ambiental Achados histopatológicos dos tumores sugerem infecção viral, porém, apenas uma lesão apresentou corpúsculos de inclusão (1/121) A análise molecular das amostras detectou cinco variantes de ChHV5, semelhantes ao grupo de variantes do Atlântico e Atlântico oeste/leste do Caribe No artigo B, o objetivo foi avaliar parâmetros hematológicos e bioquímicos de tartarugas-verde capturadas intencionalmente em duas ilhas na zona estuarina do litoral do PR Os animais foram capturados por sete dias em 214 e amostras de sangue foram colhidas para análise de 36 parâmetros No total, 43 juvenis foram capturados e 1 apresentavam fibropapilomatose (23,2%), sendo que a maioria apresentava bom estado nutricional (42/43; 97,7%) O CCC e massa corpórea (MC) de animais com tumores (CCC=43,51±4,42cm; MC=1,42±2,81kg) foram semelhantes aos animais sem tumores (CCC=41,6±4,66cm; MC=8,58±2,97kg) Níveis menores de colesterol (57,1±9,24mg/dl) e ureia (7,8±,99mg/dl) e maiores concentrações de eosinófilos (3,1±1,9 13/µl) foram observados em animais com tumores em relação aos sem tumores (colesterol=85,66±6,74mg/dl; ureia=37,85±8,59mg/dl e eosinófilo=,88±,26 13/µl) A despeito da doença, o CCC foi relacionado positivamente aos níveis de proteína total, albumina/globulina e hematócrito e negativamente ao cloreto O estado de saúde das tartarugas-verde pode refletir a saúde e impactos no ambiente marinho, que devem ser continuamente monitorados para efetiva conservação dessa espécie ameaçada de extinção
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Palavras-chave
Tartaruga marinha, Doenças, Tartaruga marinha, Causas, Bioquímica veterinária, Diseases, Causes, Conservation, Marine fauna - Marine turtles - Diseases