Associação entre o status de vitamina D e marcadores imunológicos, virológicos e de estresse oxidativo em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1

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Resumo: Introdução: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) provoca uma inflamação crônica e estresse oxidativo, que têm sido implicados na progressão da doença, assim como no desenvolvimento de outras doenças secundárias A deficiência de vitamina D é comum na população em geral e em pacientes infectados pelo HIV-1 e tem sido associada com progressão da doença No entanto, o papel da vitamina D na contagem de células T CD4+ e carga viral são contraditórios Além disto, o papel antioxidante da vitamina D na modulação do estresse oxidativo na infecção pelo HIV-1 tem sido pouco explorado Objetivo: Avaliar a associação entre níveis de vitamina D e os marcadores imunológicos, virológicos e de estresse oxidativo em pacientes infectados pelo HIV-1 Metodologia: O estudo foi realizado com 314 pacientes infectados pelo HIV-1 e 127 indivíduos não infectados controlados por idade, sexo, etnia e índice de massa corpórea Entre os pacientes, 219 (69,7%) estavam em terapia antirretroviral de alta potência (HAART) e 95 (3,3%) não receberam HAART A vitamina D foi avaliada pelos valores de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] utilizando imunoensaio de micropartículas por quimioluminescência Os indivíduos foram classificados de acordo com os níveis de 25(OH)D em dois subgrupos: vitamina D suficiente (=3, ng/dL) e vitamina D deficiente (<3, ng/mL) Os marcadores de estresse oxidativo avaliados foram hidroperóxidos lipídicos por quimioluminescência induzida por terc-butil, produtos avançados de oxidação proteica (AOPP) e proteína carbonílica por espectrofotometria, dosagem dos metabólitos de óxido nítrico (NOx) pela reação de Griess, capacidade antioxidante total do plasma pelo método de Total radical-trapping antioxidant parameter (TRAP) e determinação dos grupamentos sulfidrila de proteínas por espectrofotometria Foram determinadas a carga viral do HIV-1 pelo método de branched DNA e a contagem de células T CD4+ e T CD8+ por citometria de fluxo Na análise estatística foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para avaliar a normalidade de distribuição das variáveis Transformações logarítmicas de dados contínuos foram utilizadas nas análises quando as variáveis não apresentaram distribuição normal A associação entre os status de vitamina D em pacientes infectados pelo HIV-1 e os marcadores imunológicos e virológicos foi avaliada utilizando a regressão logística binária, controlados para covariáveis que podem confundir a associação de interesse Análises de regressão logística multinomial foram utilizadas para definir as variáveis significativas do status de vitamina D em pacientes infectados pelo HIV-1 e controles utilizando as variáveis que se mostraram com valores de p <,1 A significância estatística foi definida como p <,5 Resultados: Os níveis de 25(OH)D e o status de vitamina D não diferiram entre pacientes infectados pelo HIV-1 e controles Os níveis de hidroperóxidos e AOPP estavam elevados em pacientes infectados pelo HIV-1 quando comparado aos controles (p<,1 e p=,2, respectivamente), enquanto que os níveis de TRAP, proteína carbonílica e NOx estavam diminuídos (p<,1) Independente da etnia e uso da HAART, pacientes infectados pelo HIV-1 com deficiência de vitamina D demonstraram maior nível de hidroperóxido quando comparado com os pacientes com níveis suficientes de vitamina D (p=,12) e controles (p=,22) A proteína carbonílica estava diminuída em pacientes com status deficiente de vitamina D comparado aos controles (p=,39), e não diferiu dos pacientes com status de vitamina D suficiente Além disso, pacientes com status deficiente e insuficiente demonstraram níveis diminuídos de NOx (p=,3 e p=,7, respectivamente) e TRAP (p=,1) comparado aos controles com status suficiente No entanto, os valores de NOx e TRAP nos pacientes não diferiram entre os status de vitamina D A deficiência de vitamina D foi associada com uso de HAART em geral (p=,1) e com terapias que incluíam os inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeo (NRTIs) e inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos (NNRTI) (p=,1 e p<,1, respectivamente) Níveis elevados de carga viral do HIV-1 foram independentemente associados com status suficiente de vitamina D (p=,1) Conclusão: Os resultados demonstram que a deficiência de vitamina D em pacientes infectados pelo HIV-1 está associada com aumento na lipoperoxidação; por outro lado, o status suficiente está associado com níveis elevados de carga viral do HIV-1 Estes resultados devem ser explorados com maior número de amostras para melhor elucidar o papel da vitamina D na fisiopatologia e progressão da doença na infecção pelo HIV-1

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Palavras-chave

HIV (Vírus), Vitamina D, Estresse oxidativo, HIV (Viruses), Vitamin D, Oxidative stress

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