Associação das variantes genéticas do FOXP3 (rs2232365/rs3761548) e do TGFB1 (rs1800470/rs1800469) com parâmetros clínicos e laboratoriais do lúpus eritematoso sistêmico

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Stadtlober, Nicole Perugini

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Resumo

Resumo: Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune inflamatória crônica, caracterizada por alterações na resposta imune inata e adaptativa Variantes genéticas têm demonstrado alterar as respostas imunes e influenciar na suscetibilidade e gravidade da doença Objetivo: Avaliar a associação das variantes genéticas -924 A>G (rs2232365) e -3279 C>A (rs3761548) do FOXP3 e +869 T>C (rs1847) e -59 C>T (rs18469) do TGFB1, com a suscetibilidade e parâmetros clínicos e laboratoriais do LES Métodos e sujeitos: O estudo incluiu 23 pacientes com LES e 166 controles A atividade da doença foi determinada pelo índice de atividade da doença do LES (SLEDAI) e valores = 6 foram usados como parâmetro para classificar doença ativa e <6 para doença inativa As variantes do FOXP3 foram determinadas pela reação em cadeia da polimerase e polimorfismo no comprimento dos fragmentos de restrição (PCR-RFLP) e as variantes do TGFB1 por PCR qualitativa (qPCR) Os níveis plasmáticos de TGF-ß1 foram determinados pelo ensaio imunofluorimétrico por microesferas para a plataforma Luminex Resultados: Foram demonstrados em dois artigos: no primeiro, o genótipo FOXP3 -3279 AA [OR 2,65, IC 95% (1,7–6,564), p=,35] e o alelo A [OR 2,644, IC 95% (1,14–6,333), p=,29] foram associados ao LES Pacientes com o genótipo FOXP3 -3279 CA+AA apresentaram menor frequência de nefrite (p=,38) E pacientes com o genótipo FOXP3 -924 AA apresentaram maior frequência de anti-dsDNA (p=,12) e antiU1RNP (p=,36) O haplótipo A/A (rs2232365/rs3761548) foi associado ao LES (OR 3,729, IC 95% 1,6–13,82, p=,49) enquanto que o haplótipo G/C conferiu proteção [OR ,598, IC 95% (376–952), p=,3] Pacientes com haplótipo GCGC apresentaram níveis plasmáticos de TGF-ß1 mais elevados (p=,12) do que pacientes com outros haplótipos E pacientes com haplótipo A/C (no modelo genético dominante) apresentaram maior score SLEDAI (p=,24) e no modelo genético recessivo, maior frequência de anti-dsDNA (p=,38), anti-U1RNP (p=,29) e nefrite (p=,49) No segundo artigo, o genótipo TGFB1 +869 CC foi associado à suscetibilidade ao LES [OR 1,71, IC 95% (1,2-2,866), p=,42] e à redução dos níveis plasmáticos de C4 (p=,4) e TGF-ß1 (p=,44) O genótipo TGFB1 -59 TT foi associado a níveis diminuídos de C4 (p=,32) Pacientes com genótipo TGFB1 +869 TC+CC e presença de anti-dsDNA apresentaram níveis plasmáticos de TGF-ß1 mais baixos do que TT (p=,4) Por outro lado, pacientes com genótipo TGFB1 +869 TC+CC e ausência de anti-dsDNA apresentaram níveis plasmáticos de TGF-ß1 mais elevados (p=,44) Conclusão: Do FOXP3 os resultados demonstraram que a herança de pelo menos um alelo A de cada variante (rs2232365/rs3761548) aumenta à suscetibilidade ao LES, atividade da doença e presença de nefrite; e a variante TGFB1 +869 T>C pode ser utilizada como um marcador genético para suscetibilidade ao LES, enquanto que ambas as variantes estão associadas com menores níveis de C4, um dos parâmetros laboratoriais de atividade da doença Além disso, os níveis plasmáticos de TGF-ß1 podem ser modulados pela interação entre o alelo TGFB1 +869 C, em homozigose ou heterozigose, e a presença de anti-dsDNA Nosso estudo demonstra que a investigação das bases genéticas nas doenças autoimunes pode favorecer o entendimento da imunologia no processo fisiopatológico e sugerir novos rumos na pesquisa terapêutica

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Palavras-chave

Lúpus eritematoso sistêmico, Fatores transformadores de crescimento beta, Citocinas, Fatores de transcrição forkhead, Systemic lupus erythematosus, Transforming growth factors-beta, Cytokines, Forkhead transcription factors

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