Radiodermite e estresse oxidativo no câncer de mama

Data

2021-07-21

Autores

Casagrande, Renan Capitani

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Resumo

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais frequente em mulheres no Brasil e no mundo, com exceção dos cânceres de pele não-melanomas. Dentre as três principais modalidades de tratamento, a radioterapia é utilizada como tratamento adjuvante com intenção curativa em cerca de metade dos casos, tendo como principal efeito colateral agudo a radiodermite. Tanto a própria patologia como os tratamentos realizados podem influenciar no status redox. O objetivo deste estudo foi caracterizar os graus de radiodermite e os padrões de estresse oxidativo apresentados por pacientes com câncer de mama submetidas a tratamento radioterápico adjuvante. Pacientes com indicação de tratamento (n=50) foram convidadas a participar desta pesquisa. Após serem esclarecidas sobre o projeto e assinarem o TCLE (termo de consentimento livre e esclarecido), responderam a um questionário e foram submetidas a exame clínico e à coleta de sangue para análise de marcadores de estresse oxidativo. As coletas foram feitas em três fases distintas do tratamento: M1 (dia do início), M2 (metade das sessões), M3 (dia do término da radioterapia). Foram realizadas, com a amostra sanguínea, técnicas para a quantificação de lipoperóxidos de membrana pela técnica de quimiluminescência (QL) com tert-butil-hidroperoxil, quantificação de malondialdeído (MDA) por cromatografia líquida de alta performance e a quantificação espectrofotométrica de glutationa reduzida (GSH) e oxidada (GSSG). Avaliou-se ainda a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) por espectrofotometria. As análises sanguíneas de estresse oxidativo foram comparadas com um grupo controle (n=30). Não houve aumento dos níveis marcadores de estresse oxidativo ao longo do tratamento no grupo de fracionamento convencional (FC). Redução no níveis de QL (peroxidação lipídica por quimioluminescência, CAT (catalase), GSH ( glutationa reduzida) e GSSG ( glutatina oxidada) e aumento de MDA ( malondialdeído) foram observados no grupo FC em relação ao controle. Pacientes tratadas com esquema hipofracionado (HF) apresentaram menores graus de radiodermite e de outros efeitos colaterais avaliados. Tratamentos com esquemas de dose diferentes, período de realização da coleta e tratamentos prévios poderiam interferir nos níveis destes marcadores. Não foi possível estabelecer uma relação entre o aumento destes marcadores e a radiodermite. Novos estudos com número maior de participantes que receberam tratamento com esquema hipofracionado poderiam elucidar melhor uma possível relação do estresse oxidativo com a radiodermite.

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Palavras-chave

Radioterapia, Câncer de mama, Radiodermite, Estresse oxidativo, Mamas - Câncer, Neoplasia

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